A LUA E O ROUXINOL
Nos campos floridos e multicoloridos, prenúncio da primavera, a estação mais bela, um rouxinol triste em um tronco de ipê, lamentava a dor e a solidão, pois outrora, os pássaros bateram asas ao vento, rumo ao oeste e esqueceram dele, quando o rouxinol admirava uma linda e vermelha flor e embriagado com seu exótico perfume, esquecera do mundo ao seu redor.
E ali estava, solitário e desesperado. O mais triste dos rouxinóis. A manhã partira, entardecera e agora anoitecera. Parecia tanto tempo, mas fora simplesmente entre o nascente e o poente do mesmo sol.
Mas eis que, algo maravilhoso acontecera. Algo mágico. Surpreendente. Maravilhoso. O pássaro por um instante percebera que não estava mais só, pois após o poente do sol, acenderam-se as estrelas e doce e poeticamente chegara a lua.
E dissera a ela, na língua dos pássaros, o rouxinol: Óh bela lua! Como é linda a face tua!
E a lua lhe dissera emocionada: Lindo és ti, óh rouxinol, e companhia farei-te até a chegada do sol...