ÀS MARGENS DO LAGO PROFUNDO - CAPÍTULO III

Já estava no final da tarde, Afonso, fez um chá quente para os dois, deixou-a na varanda e fou fazer uma nova fogueira pequena, com a ajuda de Laio pescou alguns peixes para os quatro, disse que ela dormiria na casa e ele acamparia próximo à fogueira maior, então no dia seguinte ela, com calma, pensaria o que iria fazer de agora em diante.

Afonso, preparou a refeição com calma, fritou rodelas de maçãs e cebolas, grelhou peixes, Amely fez chá de ervas com rodelas de limão e açúcar, deram alguns peixes para Laio e Serena, comeram, arrumaram tudo e em silêncio en quanto Amely brincava com os cães, que simpatizaram com ela rapidamente, Afonso armou sua pequena barraca próximo à fogueira, pôs mais lenha na lareira da casa e na fogueira, desejou boa noite para sua "coelha" e foram todos dormir. Serena resolveu se deitar na escada da varanda, como que protegendo Amely e Laio ficou junto à fogueira perto da barraca de seu dono, um fiel amigo de quatro patas.

Pela manhã, Afonso acordou cedo para pescar e preparar o café da manhã, levantou lavou o rosto na água fria do lago, foi buscar algumas frutas nas árvores próximas que ficavam há uns 200m de sua casa, lá também encontrou algumas ervas boas para fazer chá, Laio o havia acompanhado, Serena não. Trouxe as frutas e no saco de estopa, além das ervas que encontrara, colocara também algumas flores coloridas e folhagens para seus arranjos.

Quando chegou de volta à cabana, encontrou uma Serena saltitante e faceira, e o ar tinha um aroma gostoso de café fresco. Encontrou Amely com a mesa posta na varanda, com suco de limão, maçãs cortadas com açúcar mascavo por cima e um prato com bolachas de sal, que ela encontrara no armário da cozinha. Afonso agradeceu, arrumou as frutas que trouxe num cesto na mesa da pequena sala e colocou as ervas numa prateleira de madeira, para secar ao sol, colocou um peso por cima e se juntou à Amely para o café da manhã. Deram a Laio e Serena o resto da ração de sua última ida à cidade e duas maçãs para cada um, mais tarde pescaria o quanto pudesse, agora havia mais uma boca para alimentar e ele naquele momento, estava com mais apetite do que o normal.

Contou a Amely, o que fazia para vender ao dono do armazém na cidade, ele revendia seus arranjos para outros comerciantes em outras cidades próximas e dava pra viver, na realidade ele tinha algumas posses e dinheiro (que guardava um pouco para emergências, num lugar bem escondido dentro de seu quarto), mas, nada disso ele comentou com a "coelha ".

Amely, ficou de limpar a casa e o que fora usado no café da manhã, enquanto ele pescava. Ele deu alguns mergulhos, sempre acompanhado por Laio, que era um excelente pescador. Serena corria do lago para a casa, da casa para o lago, dividindo sua atenção canina e dócil, entre Afonso e Amely.

Afonso salgou quatro peixes e colocou pra secar e guardar para o Inverno, já tinha um bom estoque. Como observação, o lago congelava no Inverno e era perigoso pescar, também armazenava água potável do rio, em galões, dentro de casa. Afonso limpando os peixes para o almoço, resolveu envolvê-los em folhas largas com sal e pimenta e cozinhá-los, ao invés de grelhá-los como sempre, queria agradar Amely (sorriu desse seu pensamento) ora, ora, nem a conhecia, mas, ela era realmente linda, ah! Afonso, Afonso você anda muito carente (pensou).

Amely cortara cebolas para grelhar, colocou fatias de melão em uma tigela, entregou um pouco de farinha e peixe salgado, para que Afonso fizesse um pirão, trouxe uma toalha grande e resolveram almoçar junto à fogueira sentados na relva, deram peixes grelhados sem tempêro e melão, aos cães. Amely trouxe suco de limão, copos e talheres, comeram e ficaram alguns momentos apreciando a paisagem, absortos em seus pensamentos.

Uma pergunta ainda sem resposta, pairava no ar, o que Amely pretendia fazer agora, Afonso sabia que a vida dela iria seguir, mas, não estava se importando muito, com o fato dela ficar por ali (sorriu de novo por seus pensamentos).

Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 28 de março de 2015.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 28/03/2015
Reeditado em 29/03/2015
Código do texto: T5186467
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