ÀS MARGENS DO LAGO PROFUNDO - CAPÍTULO II
Acalmando os cães, foi descobrir quem era o coelhão branco e rosa e vejam só, era uma coelha na verdade, uma jovem mulher, branca com os maiores olhos negros que ele já tinha visto, 1,50m de uma beleza rara e dona de um sorriso tímido, aparentando ter uns vinte e oito anos. Afonso perguntou o que ela fazia por aqueles lados e vestida daquele jeito. Afonso quase riu de seus pensamentos, a beleza dela o fazia imaginar o que aquela deusa fazia no seu recanto, nem estava se preocupando se ela estava vestida de coelha, gato ou porco (risos).
Ela disse, que se chamava Amely e explicaria o que estava fazendo ali, seria demorado e estava morrendo de fome e sede, ele prontamente lhe deu água e a deixou sentada na varanda, sob os os olhos vigilantes de Laio e Serena. Em dois mergulhos fisgou dois peixes de bom tamanho, fogueira pronta, picou cebolas, pimentas, pôs um pedaço de peixe salgado, misturou tudo, colocou água, foi acrescentando farinha, até formar um pirão macio e perfumado. Já havia limpados os peixes recém pescados e os grelhou, deu parte deles para os cães, preparou duas tigejas com pirão e peixe grelhado para ele e Amely, colocou rodelas de limão dentro de dois copos de água e levou tudo para a varanda, levou talheres, só percebeu que seria difícil para ela comer com aquela fantasia, perguntou se ela queria ajuda para despi-la, ao que ela respondeu não estar "propriamente" vestida dentro dela. Afonso então, indicou-lhe o banheiro dentro da casa, no quarto ao lado pegou uma camisa que já estava justa nele e um short de malha com cordão ajustável na cintura, no momento iria servir, e disse que se ela quisesse tomar banho, tinha uma toalha extra no banheiro. Deixou a tigela dela sobre a frigideira ainda quente, comeu sua parte e esperou.
Pouco depois ela saiu da casa, estava ainda mais bela com os cabelos soltos, ela era um verdadeiro sonho, Laio continuava vigilante, já Serena deitou aos pés dela, como se aquela situação fosse comum e rotineira. Esperou que ela aplacasse a sede e a fome, para que ela pudesse explicar com calma, sua inesperada aparição, naquela lonjura do lago profundo e frio. Amely começa sua narrativa. Sozinha, sem família há muitos anos, sobrevivia com a participação de artista intinerante, integrando um grupo de mais quatro outros artistas, tinham um caminhão que funcionava como palco e casa. Faziam apresentações por pequenas cidades, coretos e praças por pequenas cidades, algumas apresentações beneficentes em troca de comida em asilos e orfanatos, tinham uma vida simples demais, eram aparentemente unidos.
Há dois dias, haviam feito apresentações em três praças diferentes em uma cidade um pouco maior, há muitos quilômetros dali, até arrecadaram um bom dinheiro e em comemoração, no caminho de mais uma apresentação mais próxima dali, pararam num posto de gasolina com lanchonete à beira da estrada para comer e beber. Um rapaz de nome Rush, seu colega de palco, bebeu um pouco além da conta e resolveu se engraçar para o lado dela e ela o afastou, o quanto pôde. Os outros Dinah, Silvio e Fred não deram importância, já haviam bebido bastante também, ela se sentiu desprotegida, Rush estava sendo agressivo. Como iriam se apresentar logo mais à frente, estavam fantasiados. Amely correu para fora do posto para se livrar do assédio, os outros, num repente inexplicável, se juntaram, entraram correndo no caminhão, gritando obscenidades em direção a ela, que ficou perplexa, sozinha no posto, fantasiada de coelha e com apenas, uma pequena carteira com seus documentos e um pouco de dinheiro, pois o que haviam ganho nas apresentações anteriores, ainda não havia sido dividido.
Os três homens que trabalhavam no posto, acreditando nas obscenidades que seus antigos parceiros de estrada, gritaram sobre ela depois da esbórnia, começaram a se aproximar dela dizendo pornografias e com olhos de cobiça. Amely começou a correr pela estrada sem rumo certo, com muito medo de que algo pior lhe acontecesse. Nenhum carro passou por horas, ela então, avistou através das árvores o brilho das águas do lago e viu, a casa de Afonso ao longe, veio com suas últimas forças, com fome e sede, pedir ajuda e essa era sua lenda pessoal.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 28 de março de 2015.
Acalmando os cães, foi descobrir quem era o coelhão branco e rosa e vejam só, era uma coelha na verdade, uma jovem mulher, branca com os maiores olhos negros que ele já tinha visto, 1,50m de uma beleza rara e dona de um sorriso tímido, aparentando ter uns vinte e oito anos. Afonso perguntou o que ela fazia por aqueles lados e vestida daquele jeito. Afonso quase riu de seus pensamentos, a beleza dela o fazia imaginar o que aquela deusa fazia no seu recanto, nem estava se preocupando se ela estava vestida de coelha, gato ou porco (risos).
Ela disse, que se chamava Amely e explicaria o que estava fazendo ali, seria demorado e estava morrendo de fome e sede, ele prontamente lhe deu água e a deixou sentada na varanda, sob os os olhos vigilantes de Laio e Serena. Em dois mergulhos fisgou dois peixes de bom tamanho, fogueira pronta, picou cebolas, pimentas, pôs um pedaço de peixe salgado, misturou tudo, colocou água, foi acrescentando farinha, até formar um pirão macio e perfumado. Já havia limpados os peixes recém pescados e os grelhou, deu parte deles para os cães, preparou duas tigejas com pirão e peixe grelhado para ele e Amely, colocou rodelas de limão dentro de dois copos de água e levou tudo para a varanda, levou talheres, só percebeu que seria difícil para ela comer com aquela fantasia, perguntou se ela queria ajuda para despi-la, ao que ela respondeu não estar "propriamente" vestida dentro dela. Afonso então, indicou-lhe o banheiro dentro da casa, no quarto ao lado pegou uma camisa que já estava justa nele e um short de malha com cordão ajustável na cintura, no momento iria servir, e disse que se ela quisesse tomar banho, tinha uma toalha extra no banheiro. Deixou a tigela dela sobre a frigideira ainda quente, comeu sua parte e esperou.
Pouco depois ela saiu da casa, estava ainda mais bela com os cabelos soltos, ela era um verdadeiro sonho, Laio continuava vigilante, já Serena deitou aos pés dela, como se aquela situação fosse comum e rotineira. Esperou que ela aplacasse a sede e a fome, para que ela pudesse explicar com calma, sua inesperada aparição, naquela lonjura do lago profundo e frio. Amely começa sua narrativa. Sozinha, sem família há muitos anos, sobrevivia com a participação de artista intinerante, integrando um grupo de mais quatro outros artistas, tinham um caminhão que funcionava como palco e casa. Faziam apresentações por pequenas cidades, coretos e praças por pequenas cidades, algumas apresentações beneficentes em troca de comida em asilos e orfanatos, tinham uma vida simples demais, eram aparentemente unidos.
Há dois dias, haviam feito apresentações em três praças diferentes em uma cidade um pouco maior, há muitos quilômetros dali, até arrecadaram um bom dinheiro e em comemoração, no caminho de mais uma apresentação mais próxima dali, pararam num posto de gasolina com lanchonete à beira da estrada para comer e beber. Um rapaz de nome Rush, seu colega de palco, bebeu um pouco além da conta e resolveu se engraçar para o lado dela e ela o afastou, o quanto pôde. Os outros Dinah, Silvio e Fred não deram importância, já haviam bebido bastante também, ela se sentiu desprotegida, Rush estava sendo agressivo. Como iriam se apresentar logo mais à frente, estavam fantasiados. Amely correu para fora do posto para se livrar do assédio, os outros, num repente inexplicável, se juntaram, entraram correndo no caminhão, gritando obscenidades em direção a ela, que ficou perplexa, sozinha no posto, fantasiada de coelha e com apenas, uma pequena carteira com seus documentos e um pouco de dinheiro, pois o que haviam ganho nas apresentações anteriores, ainda não havia sido dividido.
Os três homens que trabalhavam no posto, acreditando nas obscenidades que seus antigos parceiros de estrada, gritaram sobre ela depois da esbórnia, começaram a se aproximar dela dizendo pornografias e com olhos de cobiça. Amely começou a correr pela estrada sem rumo certo, com muito medo de que algo pior lhe acontecesse. Nenhum carro passou por horas, ela então, avistou através das árvores o brilho das águas do lago e viu, a casa de Afonso ao longe, veio com suas últimas forças, com fome e sede, pedir ajuda e essa era sua lenda pessoal.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 28 de março de 2015.