Caçada aos elementos‏

_ Sai fora! Corre, corre, a Policia está chegando,

A dupla saiu em disparada, pela esquerda, enquanto eles aproximavam-se, olharam para o muro e aceleraram na perseguição dos elementos que já atravessavam a rua.

_ Chamando todos os carros, QSL.

_ QSL na escuta.

_ Dois suspeitos correndo na avenida Brasil, altura do numero 1000. Indivíduo branco trajando boné preto, camiseta branca e calça jeans, o outro, indivíduo pardo, usando blusa azul, calça preta e boné rosa.

_ QLS, carro 356 e 275 se juntando a acossamento.

_ Volumes nos bolsos da blusa, possivelmente armados e perigosos. “QLS”.

_ Positivo, QSL.

Ao longe ouviam-se as sirenes, cada vez mais próximas. Respiração ofegante, o suor escorrendo pelos rostos, enquanto percorriam agora um bairro residencial, de ruas estreitas, mau iluminadas e asfalto esburacado.

_ Para aonde vamos nos esconder, não conhecemos nada e ninguém por estas bandas.

_ Respire fundo e acalme-se. Amor, amor, iremos encontrar um bom esconderijo e vai dar tudo certo.

Se percebia os sons das viaturas cada vez mais próximas, não era só mais um único carro, deviam ser pelo menos meia dúzia deles.

_ Estão nos cercando, vão nos pegar.

_ Vem comigo, tire a roupa, fique só de sutiã e calcinha, e sente naquele banco da praça.

_ Você está ficando louco, a policia está atrás da gente e quer que eu...?

_ Confie em mim, faça, o que estou lhe pedindo.

Semi nua, sentada no seu colo, olhos nos olhos, o casal começou a trocar caricias, beijos quentes, abraços apertados, mãos escorriam pelos corpos, contudo, logo uma luz giratória azul e vermelha apareceu cintilando a praça, uma outra branca, do holofote apontada para o casal, seguida de uma voz grossa e apressada:

_ O que esta acontecendo aqui?

Os corpos estremeceram, olhos arregalados, ele respondeu:

_ Nada não seu guarda, estamos somente namorando. O bolso está curto, estamos sem dinheiro para um lugar mais confortável.

_ Coloquem a roupa e caiam fora em um minuto, não quero vê-los, se não vou prendê-los!

Rapidamente o casal começou a colocar as roupas, calça e camiseta, ela agora de cabelos soltos.

_ Ei, vocês, chamou novamente um dos policiais, não viram dois meliantes correndo por estas bandas, de boné?

_ Não senhor, respondeu o rapaz, com sorriso estampado no rosto e saíram como um casal apaixonados.

Mais tarde a patrulha, buscando os suspeitos, encontrou entre as arvores da praça uma blusa azul e dois bonés. Os policiais se entreolharam e soltaram um grande palavrão, “Filhos da Puta, escaparam”, seguido de uma boa gargalhada.

No dia seguinte, o casal voltou na cena do crime, ver a obra de arte.

FA

E

TATI

FABIANO SOUSA