A Cerejeira

Em uma ilha bem distante existe uma casa,

Como um chalé, feita de madeira escura, simples, mas muito bela.

De frente para o mar, na varanda duas cadeiras de balanço com uma mesinha de centro que enfeitam o local.

E ao lado da casa um lindo jardim, com uma belíssima cerejeira japonesa

no centro de seu floral.

E nessa casa mora uma triste senhora sozinha com sua gatinha.

Uma senhora que resolveu se isolar de tudo graças a dor que o mundo e até ela mesma a causou, e a fez esquecer sua infância, seu passado, sua vida.

Ela tem lindos cabelos longos e grisalhos, trançados, com

Olhos verdes, já avermelhados, que assim ficaram de tanto chorar

em sua trajetória.

Meio perturbada por morar sozinha conversa apenas com sua gatinha.

Sonhando com um amor que lhe foi prometido no passado voltar

para sua vida.

Toda noite essa senhora se senta á beira mar e pede a lua pra devolver seu amor que já a tantos anos ela levou.

Seu coração já nada mais sente, além daquele amor.

Pobre luar, nada pode fazer além de com ela chorar.

Quando minguante ela fica a senhora senta em sua escrivaninha e escreve uma carta para seu amor, pega uma pequena pá,vai até seu jardim, se ajoelha em baixo de sua cerejeira e cava ali até tirar um pequeno baú.

Em seu pescoço ela pendura uma chave que esse baú ela abre pra

toda noite de luar minguante uma carta colocar ali.

Sonhando com a magia de sua cerejeira, pensando que ela suas cartas levará até seu amor. para que um dia possa voltar.

E numa noite de lua cheia enquanto ela sentava em sua cadeira, sua cerejeira muitas pétalas começou a soltar, embelezando seu jardim, e trazendo uma energia mágica para seu lar.

Então uma pequena luz ela enxergou a distancia no mar.

Essa luz foi se aproximando junto as ondas que tocavam suavemente a areia da praia.

Ela fixou seu olhar esperançoso na luz que se aproximara e que logo foi se tornando num pequeno barco.

Quando o barco foi se aproximando da praia ela avistou uma sombra,

formando o corpo de uma mulher.

Seu coração acelerado a levou até a beirada do mar e ali esperou o barco chegar.

Ela fechou seus olhos e sentiu o vento tocar seu rosto,

assim como as mãos de sua amada que chegara junto com vento.

Ela abriu seus olhos e ali só via um lindo sorriso, o sorriso do seu amor

que tinha voltado pro seus braços depois de tanto esperar.

Quando ela ia perguntar como ela sabia, ela tirou de sua bolsa uma caixa de madeira que ali dentro guardava todas as cartas que ela lhe escreveu.

A senhora chorando de tanta alegria, beijou seus lábios como nunca a tinha beijado, pegou sua mão e a levou para de dentro de sua casa.

E ali viveram junto com aquele amor que por toda eternidade durara.

E toda noite de lua minguante elas sentam em baixo da cerejeira, se abraçam e ali ficam até o amanhecer, se amando, agradecendo aos Deuses por ter reencontrado aquele amor que por tantos anos foi esperado.

Clara Brito

Clara Britto
Enviado por Clara Britto em 16/01/2014
Código do texto: T4652179
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.