171 – PALAVRAS MORTAS...

Inesperadamente, surpreendentemente, sem que houvesse motivos para tanto, firme e decidida ela olhou nos meus olhos e simplesmente me disse adeus, e não era até logo, até amanhã, até breve, se despedia, e era pra sempre, com toda calma do mundo falou dos seus motivos, e deu por terminado o nosso namoro, ela disse que o nosso relacionamento não era o que sonhara, que faltava calor, que não tinha afetividade, que ela se enganara, que éramos na verdade bons amigos e nada mais...

E aquele adeus estrondou alma minha afora, relâmpago repentino clareando todo o meu mundo interior, para em seguida deixá-lo na mais profunda escuridão, meu coração tremulou, faltou-me o ar, e na distância ela se desfez, e eu fiquei ensimesmado, tantas coisas lindas que eu tinha guardado pra dizer pra ela, palavras guardadas no fundo do meu coração, palavras que morreram comigo quando ela se foi, queria tanto que ela soubesse o quanto a amava, até que falar eu falei, mas já era tarde demais, ela nada ouviu, falei ao vento, palavras que murmurei baixinho, sussurradas, ecoaram pra dentro da minha alma, palavras mortas que demonstraram que talvez eu tenha sido um tanto retraído, talvez eu tenha sido por demais cauteloso, o certo é que tardiamente nestas palavras mortas eu confessei a ela todo o meu amor, mas ela jamais ficará sabendo destes meus anseios...

O certo é que eu não consegui falar diretamente pra ela, não consegui dizer tudo o quanto eu sentia, disse, mas disse pra mim mesmo, falei baixinho dos meus sentimentos, nas palavras sussurradas eu demonstrei pra ela todo o meu amor, embora não tenha ouvido, e nem ouvirá, são palavras mortas ecoando funduras adentro alma minha afora, palavras mortas que ganharam vida e que ainda hoje ressoam coração adentro em profundidades inimagináveis! Mas o tempo há de pedir, na palma da minha mão, seus olhos para verem, a dor da minha solidão...

Magnu Max Bomfim
Enviado por Magnu Max Bomfim em 25/09/2013
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