Desilusão

Todos os dias pela manhã Ronaldo passava por ela, a moça mais bela aos seus olhos. Aquela que lhe despertava um desejo, sentimento louco de amor; aquela que sempre sonhou como esposa e companheira, mas o rapaz era tímido nem mesmo um bom dia desejava.

Ela sempre meiga e simpática o cumprimentava, Janice era o nome dela. Ao se cruzarem, ele a observava seguindo seu caminho sempre alegre e sorridente como quem tem uma vida perfeita. Durante muito tempo cruzaram o mesmo caminho.

Ele ficava imaginando um futuro ao lado dela, sonhava e sonhava... Quantas noites sonhando acordado, fazendo planos que talvez nunca se realizassem. Ensaiava várias falas para chegar à moça, mas nunca as tirava da cabeça. Era mais fácil na sua imaginação.

Num certo dia, a moça que nunca faltava e que era sempre pontual não aparece. Alguma coisa havia acontecido, foi o primeiro pensamento dele. Naquele momento um carro passa por ele e buzina.

Passaram-se alguns dias mais e ele já estava enlouquecendo por não a ver. Sentia falta do sorriso, do simples “bom dia” que ela lhe desejava. E estranhou aquele carro que, desde o dia em que ela parou de cruzar-lhe o caminho, passava por ele e buzinava.

Ele não conseguia identificar quem era até certo dia em que o carro passa com os vidros escancarados e buzina. Então, lá estava ela! Era a bela moça lhe acenando como se fosse um adeus bem ao lado do marido.