"Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais."
- Benjamin Franklin (1706 - 1790)
Vestígios do Amor - III
Noite de junho, dia 23, e a lua reina majestosamente no céu de veludo azul. Ela se mostra toda, desnuda e ousadamente como jamais apareceu aos olhos dos homens.
Enciumadíssima com as declarações do seu amante, o sol, que negou o 'affair' entre eles. Nem mesmo os beijos dados nos crepúsculos abreviados ele assumiu. Nem um pouco 'gentleman' foi ao negar os rendevouz. As constelações, os planetas ... principalmente Vênus que debochou e se vestiu nas suas cores deslumbrantes para seduzir o astro rei mesmo sabendo que Marte estava de olhos bem abertos para o flerte escancarado para o universo todo testemunhar.
Onde mesmo ficava aquela morada? Não importa. A lua desbravou e de tamanho aumentou. E como aumentou!
Foi a caça ... as estrelas confidenciaram o segredo, o endereço daquela morada e lá foi o único satelite terrestre querendo guerrilhar. Quando lá chegou, sutilmente aproximou da janela do quarto e tentou espiar. Mas, não resistiu e meteu sua face iluminada na janela.
No primeiro instante pegou um relance do casal na maior intimidade quando de repente ambos desviaram seus olhares à janela e congelaram. A lua ouviu a mulher sussurrar, "Veja amor! Que lua mais bela!" Em seguida, o homem respondeu, "Tá mesmo! E como tá linda e majestosa!" Ambos ficaram a contemplar toda a formosura daquele corpo celestial.
A lua toda vaidosa suspirou ao ouvir os elogios e sem perceber o seu brilho intensificou. O casal se espantou e este verso ecoou quase ao mesmo tempo, "Que poderosa!" E a dona lua toda vaidosa se aproximou mais ainda daquela janela deixando aquela mulher e aquele homem a contemplarem sua beleza única.
Por alguns instantes, a lua extasiadamente brilhou para os amantes oferecendo o melhor de si para fazer aquela noite inesquecível. Uma noite singularmente romântica.
A lua sentiu-se indelicada ao se afastar da janela e seguir seu rumo. Não tinha como pernoitar naquela janela. Seria injusto com os demais amantes por isso, se afastou em 'slow motion'. Ainda chegou a ouvir aquele adeus apaixonado ser sussurrado num beijo molhado.
A noite inteira a lua esbanjou de beleza iluminando o céu. Ela se encantou com aquela visita, mesmo não sendo convidada a entrar mas, como entrar com aquele tamanho todo? Impossível. Ao seguir o seu trajeto, ela refletiu seriamente ... "Que se dane o sol! Vou apaixonar por mim mesma, assim não terei rivais!" Incrivelmente, a lua mais bela e intensa ficou!
- Benjamin Franklin (1706 - 1790)
Vestígios do Amor - III
Noite de junho, dia 23, e a lua reina majestosamente no céu de veludo azul. Ela se mostra toda, desnuda e ousadamente como jamais apareceu aos olhos dos homens.
Enciumadíssima com as declarações do seu amante, o sol, que negou o 'affair' entre eles. Nem mesmo os beijos dados nos crepúsculos abreviados ele assumiu. Nem um pouco 'gentleman' foi ao negar os rendevouz. As constelações, os planetas ... principalmente Vênus que debochou e se vestiu nas suas cores deslumbrantes para seduzir o astro rei mesmo sabendo que Marte estava de olhos bem abertos para o flerte escancarado para o universo todo testemunhar.
Onde mesmo ficava aquela morada? Não importa. A lua desbravou e de tamanho aumentou. E como aumentou!
Foi a caça ... as estrelas confidenciaram o segredo, o endereço daquela morada e lá foi o único satelite terrestre querendo guerrilhar. Quando lá chegou, sutilmente aproximou da janela do quarto e tentou espiar. Mas, não resistiu e meteu sua face iluminada na janela.
No primeiro instante pegou um relance do casal na maior intimidade quando de repente ambos desviaram seus olhares à janela e congelaram. A lua ouviu a mulher sussurrar, "Veja amor! Que lua mais bela!" Em seguida, o homem respondeu, "Tá mesmo! E como tá linda e majestosa!" Ambos ficaram a contemplar toda a formosura daquele corpo celestial.
A lua toda vaidosa suspirou ao ouvir os elogios e sem perceber o seu brilho intensificou. O casal se espantou e este verso ecoou quase ao mesmo tempo, "Que poderosa!" E a dona lua toda vaidosa se aproximou mais ainda daquela janela deixando aquela mulher e aquele homem a contemplarem sua beleza única.
Por alguns instantes, a lua extasiadamente brilhou para os amantes oferecendo o melhor de si para fazer aquela noite inesquecível. Uma noite singularmente romântica.
A lua sentiu-se indelicada ao se afastar da janela e seguir seu rumo. Não tinha como pernoitar naquela janela. Seria injusto com os demais amantes por isso, se afastou em 'slow motion'. Ainda chegou a ouvir aquele adeus apaixonado ser sussurrado num beijo molhado.
A noite inteira a lua esbanjou de beleza iluminando o céu. Ela se encantou com aquela visita, mesmo não sendo convidada a entrar mas, como entrar com aquele tamanho todo? Impossível. Ao seguir o seu trajeto, ela refletiu seriamente ... "Que se dane o sol! Vou apaixonar por mim mesma, assim não terei rivais!" Incrivelmente, a lua mais bela e intensa ficou!