Cara de Chuva
Ela olhava enquanto ele dormia.
O rosto forte, sereno. Os olhos grandes e a boca bem feita.
Quis tocá-lo, mas recuou.
Ficou apenas observando naquele silêncio de chuva fina no telhado.
Ele dormia tranquilamente e ela, acordada, sonhava no tempo.
Ele se mexeu. Talvez incomodado com a luz do abajur.
Ela não queria que acordasse. Acordado, talvez quisesse ir embora e ela não aguentaria.
Apagou a luz fraca da cabeceira e ele não se moveu.
Ouviu a respiração tranquila e também se acalmou.
Ele não iria. Não agora.
A chuva ficou mais forte e ela lembrou dos dias do quarto azul.
De certa forma, ele sempre esteve lá.
Timidamente ensaiou um toque no rosto conhecido.
Ele não se moveu.
O calor invadiu os dedos e ela fechou os olhos.
Inalou o ar com gosto de poeira, terra molhada e madeira.
Era ele. O cheiro dele.
Então, quis tudo. E quis mais e quis para sempre.
Ele alheio, dormia profundamente.
No peito, o coração dela parava.
A mente gritava pela razão, mas a alma já estava comprometida.
A Tempestade agora se instalava.
O tempo, cobrava seu preço.
Ele abriu os olhos.
Ela viu as janelas do mundo que queria.
O sorriso dele era quase de descanso.
O dela, de pânico.
“Era hora de ir”.
Deixar o hotel para não voltar à vida.
A chuva lá fora castigava a vidraça. Dentro dela, a mesma tormenta rugia.
Lentamente ele se preparou para sair.
Na despedida, um abraço que mais machucava que confortava.
Ela não compreendia o tamanho da dor.
Chorou em silêncio enquanto a chuva não passava.
Dele, guardava mais uma vez o sorriso sem fim na Cara de Chuva.
Ela olhava enquanto ele dormia.
O rosto forte, sereno. Os olhos grandes e a boca bem feita.
Quis tocá-lo, mas recuou.
Ficou apenas observando naquele silêncio de chuva fina no telhado.
Ele dormia tranquilamente e ela, acordada, sonhava no tempo.
Ele se mexeu. Talvez incomodado com a luz do abajur.
Ela não queria que acordasse. Acordado, talvez quisesse ir embora e ela não aguentaria.
Apagou a luz fraca da cabeceira e ele não se moveu.
Ouviu a respiração tranquila e também se acalmou.
Ele não iria. Não agora.
A chuva ficou mais forte e ela lembrou dos dias do quarto azul.
De certa forma, ele sempre esteve lá.
Timidamente ensaiou um toque no rosto conhecido.
Ele não se moveu.
O calor invadiu os dedos e ela fechou os olhos.
Inalou o ar com gosto de poeira, terra molhada e madeira.
Era ele. O cheiro dele.
Então, quis tudo. E quis mais e quis para sempre.
Ele alheio, dormia profundamente.
No peito, o coração dela parava.
A mente gritava pela razão, mas a alma já estava comprometida.
A Tempestade agora se instalava.
O tempo, cobrava seu preço.
Ele abriu os olhos.
Ela viu as janelas do mundo que queria.
O sorriso dele era quase de descanso.
O dela, de pânico.
“Era hora de ir”.
Deixar o hotel para não voltar à vida.
A chuva lá fora castigava a vidraça. Dentro dela, a mesma tormenta rugia.
Lentamente ele se preparou para sair.
Na despedida, um abraço que mais machucava que confortava.
Ela não compreendia o tamanho da dor.
Chorou em silêncio enquanto a chuva não passava.
Dele, guardava mais uma vez o sorriso sem fim na Cara de Chuva.
Lembranças de um dia que ficou lá longe no passado.
Quase tudo mudou.
Exceto o meu amor por você.
Quase tudo mudou.
Exceto o meu amor por você.