O amor e seus demônios.
Apertou-a contra seu corpo, sussurrando que o amor havia condenado dois desconhecidos a uma dependência inválida e cheia de sentimentos vis. Beijou-a apressadamente, entrelaçando os dedos por entre a cabeleira em chamas. Quase insensivelmente a curvilínea e pálida mão feminina deslizou-se pela quina acobreada da velha mesa de centro, pousando-se em um livro. Entorpecida pelo frio e pela penúria de um desencontro, deixou-se cair no tapete felpudo, o corpo gelado esforçou-se para agarrar o distante livro. Em sobressalto, o livro alcançou o chão... desfazendo-se em muitas folhas soltas. Euforicamente, chorou. Chorou em silêncio pelo amor não selado, não romântico, não consumido. A porta fechada com força, rangeu um Adeus e a última vista ele dirigiu-lhe somente um olhar vazio.