O menino das núvens

Olívia se sentia tonta olhando para o céu, suas pernas tremiam mesmo ela estando deitada. A grama embaixo dela estava numa temperatura amena e havia uma brisa fresca.

Com os olhos fechados, percebia tudo ao seu redor; o barulho dos pássaros, que passavam procurando um rio para pernoitar, não a deixava adormecer.

Outra brisa passou correndo, trazendo consigo o cheiro de jasmins, ela se sentou e buscou-as com o olhar. As flores estavam à 4 metros dela, admirou-as, nunca vira flores com tanto resplendor. Elas pareciam seguras de sua beleza e importância, enquanto Olívia estava perdida, não sabia qual a sua função no mundo.

Frequentemente, ela só estava servindo como tampa buraco de um pote vazio.

Ela voltou a olhar para o céu azul e logo as nuvens ganharam formas, siluetas de pessoas estavam bem a sua frente. Viu um cavalo com asas de pavão e bico de avestruz, pensou estar louca, tal bicho esquisito jamais existiria. Coçou os olhos, o animal havia desaparecido, no lugar dele se encontrava uma silueta masculina desconhecida familiar. Conheceria ela esta pessoa¿

Não, pensou ela. Nunca se esqueceria do rosto de alguém. O sorriso do menino era encantador e contagioso, ela não tinha vontade de parar de admirá-lo e a cada segundo, a cada piscar, o medo de que ele sumisse aumentava.

“Tem imaginação fértil¿” Ela se assustou com a voz calma, levantou-se assustada e se virou. O rosto. Era o menino das nuvens.

“Você observa o céu como se fosse algo incrível.” O garoto repetiu, e ela se lembrou que ainda estava sob catarse.

“Porque é incrível. Você não acha magnífico algo tão grandioso e que não há fim¿”

“Interessante o seu modo de pensar. Gosto de observar a natureza mas meus pensamentos nunca chegaram a isso.”

Ela estava vidrada naqueles olhos verdes viajados. Eles tinham um brilho inexplicável. Ela resolveu falar algo: “Muitas pessoas observam mas não pensam o significado e nem de onde veio tudo que as cercam. Gosto de pensar que tudo tem seu lugar nesse Sistema Canibal.”

“Nunca ouvi alguém falar assim.” Ele parecia assustado e admirado. “Gosto da sua maneira de pensar” Ele estendeu a mão. “André.” Ela a apertou. “Olívia.” Se sentiu tonta de novo.

"Os contos de Olívia"

Laís de Andrade
Enviado por Laís de Andrade em 27/11/2012
Reeditado em 21/09/2014
Código do texto: T4008121
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