ENTRE O INFERNO E O AMOR
Em 1918 quase no fim da segunda guerra mundial, eu completaria meus dezoito anos, fui fazer a inscrição de alistamento no comando militar .
Era mês de abril daquele ano, retornei novamente ao departamento militar, mesmo sem finalizar todo processo administrativo fui convocado para ir ao combate, defender minha pátria, minha nação!
Voltando do comando militar daquela cidade, chegando em casa anunciei à todos, alguns dizia que não fosse porque já estava no fim a guerra, mas eu tinha de obedecer as regras do país, afinal sou um cidadão patriota.
Então um certo dia acordei pela manhã todo feliz, comecei arrumar as malas, colocando ali tudo o que podia, porque logo mais tarde viria o carro do quartel me buscar para o embarque.
Fomos criados com muito respeito e uma educação recebida pelos nossos pais de dar orgulho. Um moço criado na vida rural, sem conhecimento do mundo lá fora, sua única experiência de vida era pegar no cabo de uma enxada e ir capinar a roça da família.
Um vivente que estava sempre calado, tímido, seu olhar era lento, educado, obediente, saía muito pouco de casa para ir à cidade mais próxima. Então chegou o momento de embarcar, e lá estava aquele moço humilde, ingênuo carregando sua mochila de guerrilha em direção a batalha, e todo feliz!
Fiz amizade com o cabo Rasei, tivemos momentos de distração onde cada um pudesse contar sua vida, era maravilhoso, comecei então a me soltar no meio dos companheiros.
Outro grande amigo foi o capitão Santoro, tinha uma cara feia que dava medo, tinha um baita bigode, parecia que tinha engolido uma andorinha e deixou as asas grudada na boca, mas no fundo era um doce de pessoa. Foi formado um agrupamento de quarenta homens inexperiente, somente o cabo Rasei e o capitão Santoro tinham experiências de guerras, eram os responsáveis pelo grupo.
Então partimos para confrontar os inimigos, uma hora em área aberta, outrora em áreas fechada.
E os dias iam se passando e no acampamento cada qual contava suas façanhas de combate, outros falavam de seus familiares, e assim cada qual se manifestavam seus sentimentos.
Lembro que já era meados de agosto, a esperança era que tudo se acabasse, para voltarmos para casa o quanto antes, as nossas famílias nos esperavam. A saudade apertava cada vez mais, era uma dor imensa que não se acalmava.
Foi então que após um dia de batalha, cansado, exausto, dores no corpo que não aguentava mais, e estávamos no acampamento aguardando o momento de ir dormir, chegou o sargento desesperado e gritou! Senhores! Se preparem, precisamos ir em direção ao sul, que ali está um grupo de inimigos, se nós não atacarmos, será nosso fim.
Dia D, esse dia foi o dia terrível, um dia que soldado nenhum gosta de lembrar, o céu escureceu de aviões bombardeando, era paraquedista descendo em terra, caminhões de guerras, tanques de guerras, e carros ambulância em busca de feridos, homens para todos os lados. Era soldado morrendo a todos os segundos, vi meu amigo cabo sendo estraçalhado por uma mina, o capitão morreu ao meu lado com um tiro de fuzil no peito, em seguida ouvi um grito desesperador: Ajude –me! Olhei e vi um amigo que pouco nos se falamos, era o Bayer, todo desfigurado, só se via os braços e pernas se movimentarem, corrí o mais rápido que pude para perto dele e gritei: Força amigo! Só ouvi as últimas palavras que saiu baixinho da sua garganta: Seja você um herói! Saúda meus familiares! E lá se foi mais um guerreiro, e um herói, lutando até a morte. Meus ouvidos pareciam que iriam estourar em meio aquele inferno vermelho, de repente só senti um estrondo e não vi mais nada, só ouvi alguém falar, cuida dele que do outro nós cuidamos! Estava eu dentro de uma ambulância da cruz vermelha sendo retirado do local, para um hospital militar o mais rápido possível, a situação era vida ou era morte! Sendo socorrido um soldado, que já não tinha uma perna mais, sem um braço, sem quatro dedos na mão esquerda, a boca estava deformada e uma das orelhas estava pendurada por uma pele, e somente sentia as batidas do coração! Para mim a guerra tinha chegado ao fim! Naquele hospital fui bem tratado, fiquei ali internado até realmente a guerra terminar. A recuperação foi com sucesso após várias cirurgias e implantes. Nisso então veio um documento liberando minha volta para casa, foi uma felicidade e tanto, é inexplicável! Seis anos se passaram, em 1924, estava um dia de sol maravilhoso, fui à cidade passear, e lá sentei no banco da praça, e ficava observando tudo, e de vez enquando lembrava dos meses de aflição em meio ao inferno de 1918, mas logo já mudava de pensamentos. Sentado ali naquele lugar maravilhoso debaixo daquela árvore, senti quando alguém tocou a mão no meu ombro bem devagar, tomei um susto, era uma jovem vestida de roupas branca e tinha uma malinha na mão. Ela olhou calada! E eu fiquei esperando falar comigo, nunca tinha visto aquela pessoa, mas todavia vamos ver quem é!
Veio sentou ao meu lado, e me perguntou!
Você parece,....sim sou eu mesmo! Já fui respondendo antes que aquele anjo fosse embora! Sou aquele soldado que perdeu uma perna,quatro dedos, um braço, mas estou bem! Veja meu rosto, está perfeito! Nesse momento ela se aproximou e passou levemente suas mãos no meu rosto e disse: Sou enfermeira da guarnição a seis anos, e quando vi você naquela situação, eu disse aos meus amigos de trabalho que tinha sentido algo bonito por ti! Disse mais, ainda que você ficasse sem o que você perdeu, eu teria seu coração, todos soltaram gargalhadas! Olhei nos olhos dela vi lacrimejando, nos abraçamos ali mesmo. Foi aí que perguntei qual era o nome dela!
Com as pernas mecânica e braços, me levantei com dificuldade sendo ajudada por ela, aí então, veio e me abraçou, e disse baixinho nos meus ouvidos, meu nome é Elizabeth!
E a Elizabeth, uma loura de vinte 24 anos, um metro e setenta, atenciosa, meiga, inteligente, e amorosa.
E a partir dalí nasceu minha esposa amada!
Meu primeiro amor!
Minha heroína, minha defensora!
Meu remédio, que fez sarar minha maior dor, a solidão!
O AMOR NÃO DEIXA ENXERGAR DEFEITO!
Pimenta
Em 1918 quase no fim da segunda guerra mundial, eu completaria meus dezoito anos, fui fazer a inscrição de alistamento no comando militar .
Era mês de abril daquele ano, retornei novamente ao departamento militar, mesmo sem finalizar todo processo administrativo fui convocado para ir ao combate, defender minha pátria, minha nação!
Voltando do comando militar daquela cidade, chegando em casa anunciei à todos, alguns dizia que não fosse porque já estava no fim a guerra, mas eu tinha de obedecer as regras do país, afinal sou um cidadão patriota.
Então um certo dia acordei pela manhã todo feliz, comecei arrumar as malas, colocando ali tudo o que podia, porque logo mais tarde viria o carro do quartel me buscar para o embarque.
Fomos criados com muito respeito e uma educação recebida pelos nossos pais de dar orgulho. Um moço criado na vida rural, sem conhecimento do mundo lá fora, sua única experiência de vida era pegar no cabo de uma enxada e ir capinar a roça da família.
Um vivente que estava sempre calado, tímido, seu olhar era lento, educado, obediente, saía muito pouco de casa para ir à cidade mais próxima. Então chegou o momento de embarcar, e lá estava aquele moço humilde, ingênuo carregando sua mochila de guerrilha em direção a batalha, e todo feliz!
Fiz amizade com o cabo Rasei, tivemos momentos de distração onde cada um pudesse contar sua vida, era maravilhoso, comecei então a me soltar no meio dos companheiros.
Outro grande amigo foi o capitão Santoro, tinha uma cara feia que dava medo, tinha um baita bigode, parecia que tinha engolido uma andorinha e deixou as asas grudada na boca, mas no fundo era um doce de pessoa. Foi formado um agrupamento de quarenta homens inexperiente, somente o cabo Rasei e o capitão Santoro tinham experiências de guerras, eram os responsáveis pelo grupo.
Então partimos para confrontar os inimigos, uma hora em área aberta, outrora em áreas fechada.
E os dias iam se passando e no acampamento cada qual contava suas façanhas de combate, outros falavam de seus familiares, e assim cada qual se manifestavam seus sentimentos.
Lembro que já era meados de agosto, a esperança era que tudo se acabasse, para voltarmos para casa o quanto antes, as nossas famílias nos esperavam. A saudade apertava cada vez mais, era uma dor imensa que não se acalmava.
Foi então que após um dia de batalha, cansado, exausto, dores no corpo que não aguentava mais, e estávamos no acampamento aguardando o momento de ir dormir, chegou o sargento desesperado e gritou! Senhores! Se preparem, precisamos ir em direção ao sul, que ali está um grupo de inimigos, se nós não atacarmos, será nosso fim.
Dia D, esse dia foi o dia terrível, um dia que soldado nenhum gosta de lembrar, o céu escureceu de aviões bombardeando, era paraquedista descendo em terra, caminhões de guerras, tanques de guerras, e carros ambulância em busca de feridos, homens para todos os lados. Era soldado morrendo a todos os segundos, vi meu amigo cabo sendo estraçalhado por uma mina, o capitão morreu ao meu lado com um tiro de fuzil no peito, em seguida ouvi um grito desesperador: Ajude –me! Olhei e vi um amigo que pouco nos se falamos, era o Bayer, todo desfigurado, só se via os braços e pernas se movimentarem, corrí o mais rápido que pude para perto dele e gritei: Força amigo! Só ouvi as últimas palavras que saiu baixinho da sua garganta: Seja você um herói! Saúda meus familiares! E lá se foi mais um guerreiro, e um herói, lutando até a morte. Meus ouvidos pareciam que iriam estourar em meio aquele inferno vermelho, de repente só senti um estrondo e não vi mais nada, só ouvi alguém falar, cuida dele que do outro nós cuidamos! Estava eu dentro de uma ambulância da cruz vermelha sendo retirado do local, para um hospital militar o mais rápido possível, a situação era vida ou era morte! Sendo socorrido um soldado, que já não tinha uma perna mais, sem um braço, sem quatro dedos na mão esquerda, a boca estava deformada e uma das orelhas estava pendurada por uma pele, e somente sentia as batidas do coração! Para mim a guerra tinha chegado ao fim! Naquele hospital fui bem tratado, fiquei ali internado até realmente a guerra terminar. A recuperação foi com sucesso após várias cirurgias e implantes. Nisso então veio um documento liberando minha volta para casa, foi uma felicidade e tanto, é inexplicável! Seis anos se passaram, em 1924, estava um dia de sol maravilhoso, fui à cidade passear, e lá sentei no banco da praça, e ficava observando tudo, e de vez enquando lembrava dos meses de aflição em meio ao inferno de 1918, mas logo já mudava de pensamentos. Sentado ali naquele lugar maravilhoso debaixo daquela árvore, senti quando alguém tocou a mão no meu ombro bem devagar, tomei um susto, era uma jovem vestida de roupas branca e tinha uma malinha na mão. Ela olhou calada! E eu fiquei esperando falar comigo, nunca tinha visto aquela pessoa, mas todavia vamos ver quem é!
Veio sentou ao meu lado, e me perguntou!
Você parece,....sim sou eu mesmo! Já fui respondendo antes que aquele anjo fosse embora! Sou aquele soldado que perdeu uma perna,quatro dedos, um braço, mas estou bem! Veja meu rosto, está perfeito! Nesse momento ela se aproximou e passou levemente suas mãos no meu rosto e disse: Sou enfermeira da guarnição a seis anos, e quando vi você naquela situação, eu disse aos meus amigos de trabalho que tinha sentido algo bonito por ti! Disse mais, ainda que você ficasse sem o que você perdeu, eu teria seu coração, todos soltaram gargalhadas! Olhei nos olhos dela vi lacrimejando, nos abraçamos ali mesmo. Foi aí que perguntei qual era o nome dela!
Com as pernas mecânica e braços, me levantei com dificuldade sendo ajudada por ela, aí então, veio e me abraçou, e disse baixinho nos meus ouvidos, meu nome é Elizabeth!
E a Elizabeth, uma loura de vinte 24 anos, um metro e setenta, atenciosa, meiga, inteligente, e amorosa.
E a partir dalí nasceu minha esposa amada!
Meu primeiro amor!
Minha heroína, minha defensora!
Meu remédio, que fez sarar minha maior dor, a solidão!
O AMOR NÃO DEIXA ENXERGAR DEFEITO!
Pimenta