Park
Completamente entediada em casa, peguei meu casaco e coloquei coleira no meu cachorro e começamos a andar em direção ao parque que tinha perto de minha casa. Comecei a sentir um pouco de fome, por sorte, naquele casaco havia uns trocados e no parque tinha uma barraca de cachorro quente. Comprei um, sentei e tentei fazer com que meu cachorro ficasse quieto, mas foi completamente inútil. Comi meu cachorro quente e fiquei observando as pessoas que passavam por ali. Havia alguns garotos andando de skate, mas um me chamou muita atenção.
Fiquei observando todos os seus movimentos. O modo como ele sorria e o seu olhar foram o que me chamou atenção nele. Estava vidrada em como ele era lindo. Mas meu amiguinho me fez lembrar que eu tinha que ir pra casa. Dei mais uma volta no quarteirão e fui para minha casa.
Antes de dormir só conseguia pensar no sorriso do tal garoto. Como pode existir alguém tão lindo como ele? Nunca mais o verei novamente. Simplesmente fechei os olhos e rolei de um lado para o outro, não conseguia dormir, só pensava nele. Depois de algumas horas adormeci.
Na manhã seguinte fiz as coisas de sempre, arrumei a casa, fiz almoço, comida do cachorro e como sempre estive checando minhas redes sociais e também assisti seriados.
Ao cair da noite eu fiquei pensando no garoto que adormeceu junto comigo, em meus pensamentos. Resolvi que levaria meu amigo para mais um passeio.
Chegando ao parque não o vi lá. Procurei por ele, mas não encontrei. Senti meu coração partido, e o porquê eu nem sabia. Resolvi voltar para casa, porém quando me virei vi que ele estava indo para a pista de skate. Eu estava sorrindo como uma boba, mas eu percebi isso tarde demais, porque ele estava olhando pra mim.
Naquele mesmo instante eu havia corado, abaixei a cabeça e resolvi ir embora. Como de praxe fui dar umas voltas no quarteirão com meu companheirozinho. Cheguei em casa e fui assistir a qualquer coisa para que tirasse aquele sentimento de vergonha e covardia de mim. Covardia porque eu poderia ter falado qualquer coisa com ele. Me aproximado, não sei.
Na noite seguinte fiquei em duvida se iria ou não ao parque, como quem não quer nada. Mas achei melhor ficar em casa e ler algum livro, escutar músicas e tomar algo bem quente, já que o tempo estava favorável a mim, que odeio o calor.
Duas noites após, num sábado, eu havia tomado coragem de enfrentar e ir conhecê-lo. Mas uma visitinha inesperada chegou a sua casa. Uma amiga que eu não via há um tempão resolveu me visitar de ultima hora, e pra piorar de noite. Entretanto eu não queria que minha amiga soubesse dele. Com certeza tiraria sarro, falaria sobre amores platônicos e tudo o mais. Mas só porque eu o achei uma pessoa interessante, não significa que eu queria algo com ele, poderia ser apenas amizade. Minha querida amiga resolveu passar todo o fim de semana comigo, e se foi na segunda de manhã. Não que eu não tenha gostado da visita dela, mas eu queria muito ter ido ao encontro dele.
Segunda a noite uma semana que eu havia visto ele. Dessa vez, fui ao parque sem companhia. Cheguei e procurei e vi que ele estava lá, parecia que estava mais lindo ainda do que da ultima vez que o vi. Sorri com esse pensamento e sentei e fiquei apenas observando. Era engraçado o modo de como era fácil perder tempo ali olhando para ele. E eu não sentia culpa de perder tempo, na verdade, pra mim, não era perda de tempo.
Eu estava tentando tomar coragem de ir falar. Mas como sempre sou muito covarde e não consegui. Pensei em “n” maneiras de tentar chegar perto, e arrumar alguma conversa, mas nada me veio à cabeça. Simplesmente fracassei, mais uma vez, e aquele desejo de conhecer aquele rapazinho não me saiu da cabeça.
Fui ao parque muito mais vezes ficar observando-o. E um dia eu vi que ele estava de mãos dadas com uma garota, poderia ser apenas uma amiga, mas o modo como eles se olhavam e as carícias eram de namorados. Então preferi não tentar mais nada. Só ficava observando, aquela pessoa que poderia ser a pessoa mais importante da minha vida.