DIÁRIO DE RECIFE
Acordei, tomei um banho tão gostoso, mais pela felicidade do que pelo banho claro...
Conferindo os últimos detalhes...
Mala, roupa, espelho, celular, cabelo...Bem, não me falta nada. Caminho até o carro e abro a porta sorrindo, sozinha.
Volto correndo...
Abro a gaveta do criado mudo, pego e com ele aperto junto ao meu coração e dou um beijo de olhos fechados, aaai que alívio. Já pensou se eu esqueço você!
“Pronto, agora sim posso seguir meu destino.”
Já no carro ligo o som no máximo e canto bem alto, que se dane os outros! Me deixa, to indo viver o melhor dia da minha vida! “Na verdade estou com medo, muito medo. Medo do desconhecido, mas isso me impulsiona, e gosto disso” E continuo na minha loucura. No CD as músicas que mais gosto, de funk a pop rock, além das românticas, e ainda, as internacionais.
Chego no aeroporto, nem me preocupo com a fortuna que vou gastar com meu carro ali por alguns dias, aliás, nem sei por quantos dias. Na verdade não me importo, o que eu quero é viver tudo que eu tenho pra viver, curtir ao máximo, me dar a chance de viver algo diferente, interessante, estimulante. Bem, nada mais estimulante do que o tesão que sinto por ele.
Guichê. Apresento enfim meu passaporte e minha passagem, pois sem ela não poderia viver esse sonho. Nossa! Que loucura! Pra onde vou eu sei, mas se terá alguém pra me receber lá, ahhh isso é outra história.
Ponte aérea, o sangue já começa a ferver, o nervoso a aparecer, a espinha faz arrepiar dos pés a cabeça, aaai que doideira me meti.
Quero dormir, mas não consigo. Viro de um lado pro outro, peço uma água, nada adianta. Estou ansiosíssima! Meus pensamentos não param. O cara do lado até que tenta puxar assunto, bonitinho ele, mas não me interessa, nem a conversa. Só penso no que será de mim quando eu descer do avião. Melhor fechar os olhos, quem sabe assim o sono vem. E fico ali pensando, pensando, me torturando de tanto pensar.
Desperto, acho que peguei no sono mesmo. Ai que bom, aviso de que estamos aterrissando. Ai meu pai, é agora, não tem mais volta. Impossível desistir neste momento.
Na verdade ainda tenho que pegar um ônibus, viagem de três horas. Nem ligo, só quero que chegue logo. Penso que sou mesmo louca, ainda vou pro interior.
As horas passam rápido demais, que frio na barriga, estou vendo a rodoviária. Aaaai cheguei, agora sim!
Peço um táxi, o endereço está comigo desde que saí de casa, guardadinho pertinho do meu coração. Não podia perder o risco de perdê-lo. Engraçado isso, porque quem fazia isso antigamente era minha avó, que guardava seu pagamento dentro do peito até chegar em casa. Eu, ainda criança, pensava que ela não tivesse carteira a coitada. rrssrs Hoje entendo, ela também não queria ter o risco de ficar sem ele.
Já dentro do táxi, peço ao motorista que me leve diretamente neste lugar.
Nervosa, dessa vez eu que puxo um papo, pergunto se mora ali, e a quanto tempo, e o que há de mais belo naquela cidade. Ele me diz que o que há de mais belo está no endereço que lhe mostrei, onde ele irá me levar. Claro que até minha alma sorri neste momento.
Chegou. Falou o motorista simpático e bonitão hahaha.
Peguei minhas malas, paguei, desci do carro e fiquei ali, parada, boquiaberta, admirada. Mesmo de longe, tudo que ele havia me falado era verdade. Aaai que bom que alguma coisa nisso já é verdade.
Peguei meu celular e fiz a ligação, o corpo todo tremendo de tanto nervoso. Mas encarei, fui em frente, respirei fundo.
_Oi amor...o que está fazendo agora?
_Oi amor meu, que bom ouvir sua doce voz. Bem, estou descansando, ouvindo uma música, estou finalmente de férias, nada de estudos por enquanto.
_Que bom amor.
_E você minha linda, o que está fazendo agora?
_Bem, um pouco cansada, mas contemplando uma bela paisagem.
_Que bom, passeando.
_ É amor, passeando, viajando...
_É bom demais quando podemos nos dar este prazer.
_É verdade amor, sem prazeres não há vida.
_Você sempre me envolvendo nessas suas conversas.
_Vou envolver você em mim amor, hoje. Sabe mais o que eu estou vendo aqui?
_Fala amor meu...
_Terra firme como rocha, uma areia colorida que parece até a areia daquelas garrafinhas desenhadas, to vendo uma água tão transparente que dá pra ver o fundinho do mar, ahh e tem também um morrinho, acho que de lá eu posso ver o horizonte, e tem um ventinho gostoso, gostoso.
_Que lindo, parece até...
_ Você vai me mostrar o pôr do sol hoje amor?
_ Se eu pudesse...onde vc está? (uma voz já meio nervosa, diferente)
_ Estou no paraíso a tua espera, me leva pra ver o pôr do sol, basta abrir a sua porta e caminhar até a praia.
_ O que? Eu não to...
_ É isto amor, faça só isto. To te esperando.
E não passou trinta segundos e lá estava ele, incrédulo, estupefacto, “ele é exatamente como eu pensava”, e ficamos nos olhando, por um tempo, sem acreditar que finalmente nosso desejo ia ser realizado.
Só agora lembrei de largar as malas no chão...que pesado!
Corri para os braços do meu amor, que delícia de abraço, tão quentinho, tão aconchegante. Eu não queria mais sair dali.
E fui roçando meu rosto no dele, sentindo tudo que eu já senti antes, só que melhor. Nossa! Muito melhor! O cheiro, o perfume já estava me deixando atordoada, que delícia! Fui beijando seu pescoço e ele o meu, fomos sentindo um ao outro. Olhei em seus olhos mais uma vez, e o beijei o beijo mais longo da minha vida. Foi como se nunca mais eu fosse vê-lo novamente. O melhor beijo que já dei, acho que é a nossa ligação, nossos laços sempre foram fortes demais.
Não queria parar de beijá-lo, olho no olho, beijo, olhar, beijo, tão bom, tão bom. Ele levou a mala pra casa e voltou, me deu a mão tão apertado e caminhamos até a praia. Ainda não sei se estou num sonho, porque já estive num antes, aliás, em alguns. Subimos no morrinho pra ver o tão esperado pôr do sol, era como se estivéssemos sozinhos ali, não havia mais ninguém. Só eu e o meu amor. Nos abraçamos, nos beijamos, nos olhamos com olhos de paixão, de tesão. Fomos pra casa.
O pôr do sol foi o mais lindo que já vi, e acompanhada de meu amor não teria outro melhor.
O melhor disso tudo é que vivi o que eu pensava, e pela primeira vez na minha vida eu vivi algo que idealizei e foi tão real, mas tão real. Posso dizer que foram poucos nossos momentos, mas foram intensos e verdadeiramente realizados. Nosso sexo, nosso amor, claro que não vou relatar aqui, já pensou se alguém abre você meu querido diário?
Bem, hoje ao lembrar destes dias em Recife, estou lembrando dos melhores dias da minha vida. De um amor vivido e inesquecível.
Não sei se teremos outra oportunidade, mas os planos já estão sendo traçados.
Não deixe de viver um sonho, mesmo que seja poeticamente vivido!
Camille Simeone
*Recife(nome escolhido pela sonoridade, nada pessoal)
Acordei, tomei um banho tão gostoso, mais pela felicidade do que pelo banho claro...
Conferindo os últimos detalhes...
Mala, roupa, espelho, celular, cabelo...Bem, não me falta nada. Caminho até o carro e abro a porta sorrindo, sozinha.
Volto correndo...
Abro a gaveta do criado mudo, pego e com ele aperto junto ao meu coração e dou um beijo de olhos fechados, aaai que alívio. Já pensou se eu esqueço você!
“Pronto, agora sim posso seguir meu destino.”
Já no carro ligo o som no máximo e canto bem alto, que se dane os outros! Me deixa, to indo viver o melhor dia da minha vida! “Na verdade estou com medo, muito medo. Medo do desconhecido, mas isso me impulsiona, e gosto disso” E continuo na minha loucura. No CD as músicas que mais gosto, de funk a pop rock, além das românticas, e ainda, as internacionais.
Chego no aeroporto, nem me preocupo com a fortuna que vou gastar com meu carro ali por alguns dias, aliás, nem sei por quantos dias. Na verdade não me importo, o que eu quero é viver tudo que eu tenho pra viver, curtir ao máximo, me dar a chance de viver algo diferente, interessante, estimulante. Bem, nada mais estimulante do que o tesão que sinto por ele.
Guichê. Apresento enfim meu passaporte e minha passagem, pois sem ela não poderia viver esse sonho. Nossa! Que loucura! Pra onde vou eu sei, mas se terá alguém pra me receber lá, ahhh isso é outra história.
Ponte aérea, o sangue já começa a ferver, o nervoso a aparecer, a espinha faz arrepiar dos pés a cabeça, aaai que doideira me meti.
Quero dormir, mas não consigo. Viro de um lado pro outro, peço uma água, nada adianta. Estou ansiosíssima! Meus pensamentos não param. O cara do lado até que tenta puxar assunto, bonitinho ele, mas não me interessa, nem a conversa. Só penso no que será de mim quando eu descer do avião. Melhor fechar os olhos, quem sabe assim o sono vem. E fico ali pensando, pensando, me torturando de tanto pensar.
Desperto, acho que peguei no sono mesmo. Ai que bom, aviso de que estamos aterrissando. Ai meu pai, é agora, não tem mais volta. Impossível desistir neste momento.
Na verdade ainda tenho que pegar um ônibus, viagem de três horas. Nem ligo, só quero que chegue logo. Penso que sou mesmo louca, ainda vou pro interior.
As horas passam rápido demais, que frio na barriga, estou vendo a rodoviária. Aaaai cheguei, agora sim!
Peço um táxi, o endereço está comigo desde que saí de casa, guardadinho pertinho do meu coração. Não podia perder o risco de perdê-lo. Engraçado isso, porque quem fazia isso antigamente era minha avó, que guardava seu pagamento dentro do peito até chegar em casa. Eu, ainda criança, pensava que ela não tivesse carteira a coitada. rrssrs Hoje entendo, ela também não queria ter o risco de ficar sem ele.
Já dentro do táxi, peço ao motorista que me leve diretamente neste lugar.
Nervosa, dessa vez eu que puxo um papo, pergunto se mora ali, e a quanto tempo, e o que há de mais belo naquela cidade. Ele me diz que o que há de mais belo está no endereço que lhe mostrei, onde ele irá me levar. Claro que até minha alma sorri neste momento.
Chegou. Falou o motorista simpático e bonitão hahaha.
Peguei minhas malas, paguei, desci do carro e fiquei ali, parada, boquiaberta, admirada. Mesmo de longe, tudo que ele havia me falado era verdade. Aaai que bom que alguma coisa nisso já é verdade.
Peguei meu celular e fiz a ligação, o corpo todo tremendo de tanto nervoso. Mas encarei, fui em frente, respirei fundo.
_Oi amor...o que está fazendo agora?
_Oi amor meu, que bom ouvir sua doce voz. Bem, estou descansando, ouvindo uma música, estou finalmente de férias, nada de estudos por enquanto.
_Que bom amor.
_E você minha linda, o que está fazendo agora?
_Bem, um pouco cansada, mas contemplando uma bela paisagem.
_Que bom, passeando.
_ É amor, passeando, viajando...
_É bom demais quando podemos nos dar este prazer.
_É verdade amor, sem prazeres não há vida.
_Você sempre me envolvendo nessas suas conversas.
_Vou envolver você em mim amor, hoje. Sabe mais o que eu estou vendo aqui?
_Fala amor meu...
_Terra firme como rocha, uma areia colorida que parece até a areia daquelas garrafinhas desenhadas, to vendo uma água tão transparente que dá pra ver o fundinho do mar, ahh e tem também um morrinho, acho que de lá eu posso ver o horizonte, e tem um ventinho gostoso, gostoso.
_Que lindo, parece até...
_ Você vai me mostrar o pôr do sol hoje amor?
_ Se eu pudesse...onde vc está? (uma voz já meio nervosa, diferente)
_ Estou no paraíso a tua espera, me leva pra ver o pôr do sol, basta abrir a sua porta e caminhar até a praia.
_ O que? Eu não to...
_ É isto amor, faça só isto. To te esperando.
E não passou trinta segundos e lá estava ele, incrédulo, estupefacto, “ele é exatamente como eu pensava”, e ficamos nos olhando, por um tempo, sem acreditar que finalmente nosso desejo ia ser realizado.
Só agora lembrei de largar as malas no chão...que pesado!
Corri para os braços do meu amor, que delícia de abraço, tão quentinho, tão aconchegante. Eu não queria mais sair dali.
E fui roçando meu rosto no dele, sentindo tudo que eu já senti antes, só que melhor. Nossa! Muito melhor! O cheiro, o perfume já estava me deixando atordoada, que delícia! Fui beijando seu pescoço e ele o meu, fomos sentindo um ao outro. Olhei em seus olhos mais uma vez, e o beijei o beijo mais longo da minha vida. Foi como se nunca mais eu fosse vê-lo novamente. O melhor beijo que já dei, acho que é a nossa ligação, nossos laços sempre foram fortes demais.
Não queria parar de beijá-lo, olho no olho, beijo, olhar, beijo, tão bom, tão bom. Ele levou a mala pra casa e voltou, me deu a mão tão apertado e caminhamos até a praia. Ainda não sei se estou num sonho, porque já estive num antes, aliás, em alguns. Subimos no morrinho pra ver o tão esperado pôr do sol, era como se estivéssemos sozinhos ali, não havia mais ninguém. Só eu e o meu amor. Nos abraçamos, nos beijamos, nos olhamos com olhos de paixão, de tesão. Fomos pra casa.
O pôr do sol foi o mais lindo que já vi, e acompanhada de meu amor não teria outro melhor.
O melhor disso tudo é que vivi o que eu pensava, e pela primeira vez na minha vida eu vivi algo que idealizei e foi tão real, mas tão real. Posso dizer que foram poucos nossos momentos, mas foram intensos e verdadeiramente realizados. Nosso sexo, nosso amor, claro que não vou relatar aqui, já pensou se alguém abre você meu querido diário?
Bem, hoje ao lembrar destes dias em Recife, estou lembrando dos melhores dias da minha vida. De um amor vivido e inesquecível.
Não sei se teremos outra oportunidade, mas os planos já estão sendo traçados.
Não deixe de viver um sonho, mesmo que seja poeticamente vivido!
Camille Simeone
*Recife(nome escolhido pela sonoridade, nada pessoal)