"Até logo"
“A tarde que eu tive foi totalmente um saco, não conseguia me concentrar em nada e era como se os professores falassem só blá blá blá ao invés dos conteúdos. E não, eu não sabia ao certo onde estavam os meus pensamentos. Talvez eu soubesse porque todas as lembranças me levavam a você. A cena do que acontecera naquele fim de semana não saia da minha cabeça..
‘Você bêbado se jogando em cima de outras meninas como se horas atras não tivesse me ligado falando coisas tão legais que uma mulher gosta de ouvir e o que martela mais é aquele “eu te amo” que saiu da sua boca, eu sabia que não era hora e nem acreditei tanto.’
Balancei a cabeça ao me jogar na cama, na esperança de que eu não lembrasse por um instante daquilo, foi em vão. Comecei a te xingar, a pensar em não te atender, mas será mesmo que eu iria conseguir fazer isso? Será que eu ia conseguir não me importar? Foi nessa hora que escutei o telefone tocar. Olhei teu nome na tela e meu coração até acelerou. Fique na duvida se atendia ou não, mas pra quê adiar um assunto que não sai da minha cabeça? Respirei fundo e…
- Alô.
- A gente pode conversar?
- Silêncio. (eu não conseguia falar direito, iriam sair palavras bobas)
- Alice me perdoa. Eu fui um bobo. Eu tava atordoado em meio aos meus pensamentos e resolvi beber. A noite toda meu desejo era estar com você. Me deixei levar por companhias, pela bebida…
- Faça-me o favor Matheus - eu o interrompi. Não coloque a culpa em nada e ninguém. Você foi um idiota. Uma criança que não foi capaz de controlar suas próprias atitudes.
- Eu precisava pensar um pouco.
- E descontar em bebidas e farras com outras garotas?
- Meu pensamento era em você. Eu não sabia ao certo o que eu tava fazendo. Por favor Alice, me perdoa. Eu fui um bobo, um idiota sim. Mas “eu te amo”.
(E mais uma vez ele havia dito que me amava. Eu tava com muita raiva dele, com vontade de matar, xingar, não olhar na cara dele. Mas aquelas palavras faziam meu coração acelerar. Eu não sabia se era verdade; e isso era o que me matava por dentro. Apesar de não saber o que eu sentia por ele, eu tinha um desejo incontrolável de estar perto, de deitar no colo dele.) Mas uma vez respirei fundo…
- Não me venha com mentiras agora. Se ama, porque trair minha confiança? Porque me fazer de boba e acreditar nos seus sentimentos? Porque…
- Alice! - ele me interrompeu - Eu já disse que não sabia o que tava fazendo. Eu fui errado sim, trai sua confiança - ele silenciou -
- Ta vendo, tá se perdendo em suas próprias palavras. Eu não sei se quero mais falar sobre isso. Até mais.
Eu desliguei o celular depois daquela ligação e sabia que aquela noite seria como muitas outras. Dormi pensando em Matheus, pensando em tudo que ele fazia, em nós dois. Eu não sabia se iria perdoa - lo, mas queria muito. O que ele tinha que me prendia tanto a esse sentimento que construímos? A essa sintonia que insistíamos ter? O que me fez ter dito “até logo” e não “adeus”? […]”