FEBRE TERÇÃ

- Alô!...sabe quem está falando?
- Claro, jamais vou esquecer sua voz.
- Por que fez aquilo?
- Aquilo o que? Não fiz nada.
- Não se faça de santinho... estou sozinha em casa, minha mãe e minha irmã viajaram e estou ardendo em febre, você poderia vir aqui? Precisamos conversar.
- Já vou... passo em uma farmácia e levo um antitérmico; ok?
- Vou deixar a porta da sala aberta e ficar no meu quarto deitada... pode entrar.

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- Cheguei... trouxe seu comprimido...
- Pergunto de novo, por que fez aquilo?
- Fiz o que? Já disse não fiz nada.
- Terminou o namoro com minha irmã.
- Tenho minhas razões e não quero discutir isso ... toma o remédio.
- Você disse à minha irmã que estava apaixonado por mim... você sabe que estou noiva e vou me casar mês que vem.
- Sei disso... mas nada posso fazer... aliás nada vou fazer a não ser tentar te esquecer.
- Você é um cretino!
- Sou sim... você tem razão.
- Veja se estou com febre.
- Tudo bem, vou colocar a mão na sua testa pra ver.
- Na testa não... coloca aqui...
- Você está doida é? Nua desse jeito. Pra que me provocar?
- Cala a boca, tire a roupa e deite-se também.
- Mas.. mas... e seu noivo?... E o casamento?
- Nada muda... nunca transei com ele, disse que sexo só depois do casamento e ele aceitou, mas minha febre só aumenta quando penso no que você disse pra minha irmã... você é meu remédio...

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- Ei!... acorda... levanta...vista-se rápido que meu noivo vai chegar... minha febre passou... vá embora... adeus...
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Ao sair do elevador encontrou o noivo dela que vinha chegando... disse boa noite e seguiu em frente ... o noivo nem respondeu só amarrou a cara.
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Hoje, quando se cruzam na rua ele disfarça fingindo que não a vê. Ela também disfarça, mas ele pode notar de soslaio um enigmático sorrisinho nos lábios dela... Ele nunca a esqueceu...
Wilson Pereira
Enviado por Wilson Pereira em 10/08/2011
Reeditado em 10/08/2011
Código do texto: T3151871