A lembrança embaçada
Como ela conseguia lembrar do nome dele e não recordar o fator determinante de saber que Uriel não era só o nome que ficava martelando na cabeça dela. Ele era parte de um lembrança, não apenas de uma simples lembrança, mais da mais valiosa das memórias que ela não poderia ter esquecido.
O que aquele nome significava era um mistério? Não, o mistério real nada tinha haver com o nome dele, o importante estava sendo deixado de lado. A verdade contida nas letras que compunham o nome U-R-I-E-L nada tinham de místico, muito menos pertenciam a um ser angélico.
E na noite que se seguiu "A lembrança deturpada" se tornou "A lembrança embaçada", neste novo sonho ela via mais cores, e conseguia interligar as imagens que lhe eram mostradas. Entretanto, ela não podia esmiuçar essas imagens, por isso via-as embaçadas, enevoadas e distantes da sua actual realidade.
Naquele momento ela não sabia que o sonho se tratava de uma visão do seu passado, um passado distante, numa vida diferente, num corpo que não parecia com o seu corpo. E nessa vida ela estava prometida para um homem que não amava e esse homem foi o maior culpado pela morte dela.
A história dessa moça pode parecer confusa ou funesta à princípio, no entanto, tal conto ocorreu de fato. E a fatalidade foi a causa da desgraça que se abateu em sua vida, ou assim pensou a pobre moça.
Quando ela despertou e observou que tudo não passava de um sonho, se viu desejosa de voltar a sonhar e saber como continuaria a sua dramática saga pelos profundos conhecimentos nele expostos já que sua mentalidade parca lhe fazia ignorar totalmente essas visões ao acordar.