A Difícil Arte da Espera

Isaac estava triste e angustiado. Havia perdido sua mãe e, apesar do carinho do velho Abraão, ele não conseguia alegrar o seu coração. Alem disso, já se completara semanas desde que o homem de confiança de seu pai, o damasceno Eliézer, havia partido sob juramento, para buscar-lhe uma noiva na Caldéia, dentro da casa de Tera, seu avô.

Os dias agora estavam mais longos do que de costume e o serviço rotineiro não lhe distraia mais. A noite não conseguia logo pegar no sono e ficava ouvindo o vento do deserto, às vezes se levantava e saia de sua barraca para a noite fria. Gostava de olhar as estrelas e se lembrar de quando Sara, sua mãe, lhe envolvia num manto de peles e levava-o para fora, de noite, para contar-lhe da promessa que Jeová, o Deus vivo, havia feito a seu pai Abraão, antes dele nascer, quando sua mãe ainda não podia conceber e Jeová prometeu a Abraão que sua descendência seria tão grande quanto às estrelas do céu.

Abraão percebendo a inquietude do seu filho aconselhou-o a buscar a presença de Jeová em oração e colocar diante dele toda a sua angústia, medo e expectativa porque Jeová não é como os deuses pagãos que são madeira e pedra e nada fazem por seus filhos. A partir desse dia, Isaac passou a se levantar mais cedo do que todos os homens do acampamento de seu pai e caminhar pelo deserto orando a Jeová, confessando-lhe todas as suas angústias e expectativas e pedindo a ELE que lhe desse paz de espírito e encaminhasse todas as coisas em sua vida.

Quando acabava a lida diária Isaac se afastava do acampamento e caminhava pelo deserto orando ao Deus de seu pai, pedia a ele que lhe trouxesse uma mulher que fosse uma benção em sua vida, que fosse como um oásis para o viajante cansado, uma fonte de delícias para aliviar a dureza de seus dias.

Um dia, quando Isaac saiu para orar no campo, sobre a tarde, no caminho do poço de Laai-Roi, ele estava em espírito junto a Jeová, quando sentiu o seu corpo se abrasar, o calor lhe subia pelo tronco em ondas e sua mente estava como que entorpecendo, então levantou os olhos e viu que no horizonte apontava camelos e vinham em direção ao acampamento de seu pai. Finalmente, ele tinha certeza, a sua espera tinha chegado ao fim e a mulher que preencheria o vazio deixado por Sara, sua mãe, estava chegando debaixo da benção de Jeová.

Isaac foi ao encontro de sua benção e quando se aproximou do camelo que trazia Rebeca, ele estremeceu porque só a força dos olhos que ele viu descoberto pelo véu já lhe turvara o espírito. Jeová lhe deu muito mais do que esperava, louvado seja o Deus de Abraão.

Depois de ouvir do servo de seu pai tudo que lhe ocorreu na jornada, Isaac tomou Rebeca e trouxe-a para a tenda de Sara e ela foi-lhe por mulher e amou-a e, assim, foi consolado pela morte de sua mãe.

Geraldo Rodrix
Enviado por Geraldo Rodrix em 06/04/2011
Reeditado em 06/04/2011
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