As cores da borboleta
Observando aquela garotinha com uma flor e uma foto na mão, eu fico tentando adivinhar o nome dela, mas o que chama mais o foco da minha atenção é o seu vestidinho estampado de flores, no qual eu poderia tranquilamente desenhar a imagem de um arco-íris.
Ela fica observando atentamente uma foto na mão, enquanto segura uma flor na outra levantada para o ar, que com o movimento do corpo cria um efeito visual atraente, como se a flor estivesse sendo movimentada pelo soprar do vento.
A flor misturada às flores do vestidinho parece estar brotada em um jardim colorido capaz de atrair muitos olhares. Dominada pela beleza da flor uma borboleta voa contornando a garotinha em círculos sinuosos na esperança de uma oportunidade para pousar e saborear o doce da flor.
Percebendo a borboleta pousar na flor, a menina com movimentos cautelosos a aproxima dos olhos num semblante de felicidade revelando seu verdadeiro momento de prazer. A menina olha a borboleta com atenção, olha fixamente e num movimento rápido e espontâneo corre segurando a flor para o alto e deixando a foto cair no chão. Vejo a foto caída e a menina correndo, não sei se pego a foto ou corro atrás da menina, pego a foto rápido e enfio no bolso correndo atrás da menina que é seguida pela borboleta colorida voando próximo à sua cabeça, ela corre até o jardim e deita no chão se camuflando às flores para ver a reação da borboleta.
A menina segura a flor pelo caule na boca permanecendo silenciosa e atenta apenas observando o voar sinuoso da borboleta, que parece perdida no vôo ameaçando pousar, mas continua batendo as asas desconfiada voando pelo jardim seguida pelos alhos atentos da menina que vê a borboleta se aproximando rapidamente, chegando bem próxima e pousando em seu nariz.
As asas da borboleta abrem em seu olhar causando uma transparência colorida e seus movimentos lentos decoram o mundo à sua volta, essa transformação proporciona uma emoção tão grande que faz a imaginação da menina voar, levando-a a sonhar, assim ela movimenta a boca balançando a cabeça e dando vida à flor.
Olhando a menina e a borboleta eu pego a foto que está em meu bolso e fico impressionado, pois na foto está a imagem da menina deitada com a borboleta pousada em seu nariz e no fundo da foto estou eu a observando.
A minha mente confusa passa a meditar sem perceber a menina e a borboleta deixarem o local. Voltei a olhar e vi apenas a flor bela e perfumada balançando ao sopro do vento. Bela a flor lança sua fragrância atrativa no ar, seu cheiro de menina atrai os meus desejos e dominado pelos poderes atrativos do amor me perco nos detalhes do pensamento entre passado e futuro.
Uma das coisas que me faz meditar sobre o futuro é que ele deve ser bem vivido e aproveitado, pois logo virará passado transformando todos os seus fragmentos em recordações.
Dou um grito desesperado procurando a menina e não a vejo, então corro até a flor e quando volto a olhar a foto, vejo nela apenas eu ao lado da flor, aí percebo que a foto já é o passado da vida e por mais que eu tente sempre farei parte do passado.
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