Tenho andado distraída

Tenho andado distraída e talvez a culpa a culpa é sua, embora não possa descartar a minha contribuição para que isso ocorra.

Parece loucura sempre próximos e ao mesmo tempo distantes. Deixe-me explicar melhor eu era apenas a irmã do seu melhor amigo e você praticamente me viu crescer, se bem que você não é tão mais velho, são apenas cinco anos de diferença, ainda sim parece que você nunca me notava e eu era apenas eu, toda desastrada não muito vaidosa, com meus medos e inseguranças.

Estou sufocando então vou confessar, faz tempo que eu quero te beijar. Quando você aparecia lá em casa eu sempre te observava e meu coração palpitava. Sim você é a pessoa que sabe tirar o proveito de suas fases e nessa atual você já está solteiro a um ano só na fase da pegação, mas te compreendo você sempre foi um rapaz muito sério e namorou por bastante tempo. Poxa garoto, custa notar que eu quero te beijar. Sei que os direitos são iguais mais a minha insegurança não me permite ir até você e lhe falar.

Posso estar vendo coisas, mas tenho a ligeira impressão que ultimamente você também tem me olhando discretamente então o que te impede Pedro? Seria o medo do João? Ou medo dos meus pais?

Precisamos sair dessa indecisão, será que falo ou não?

Eu adoro conversar com você me faz tão bem, me sinto segura e confortável, amo a forma carinhosa como me trata, amo o fato de ser respeitoso, mas quero te beijar...

Não quero ficar na friend zone por mais tempo, eu cansei disso. Você é meu crush desde os quinze e olha não foi fácil te ver com outras ou te ver falando delas. Já estou com vinte e um e nada.

Depois que cheguei da casa da Lívia até que tentei dormir, mas o calor e os meus pensamentos não me deixaram. Procuro a garrafa que fica em cima do móvel do quarto e percebo que está vazia, droga vou ter que descer. Abro a porta, tudo está escuro e silencioso, ligo a lanterna e desço as escadas, vou em silencio, tudo que eu não preciso é acordar os meus pais, pego um copo em seguida abro a geladeira e então sinto uma mão tocar os meus ombros. Tinha certeza que eu estava sozinha na cozinha. Nesse exato momento um frio percorre minha espinha e acabo deixando cair a garrafa de vidro que se espatifa pelo chão, alguns pedaços caem no meu pé e o cortam e eu só fazendo o sinal da cruz:

- Droga, droga, droga. Devo ter acordado todo mundo falo em voz alta. Então escuto uma voz familiar:

- Você está bem? Desculpe minha intenção não era te assustar. Você está sagrando?

Era a minha imaginação ou o meu crush estava sem camisa e apenas de samba canção na minha frente?

- Pedro o que está fazendo aqui? Você quase me mantou de susto! Vocês não estavam no Rio de Janeiro e iriam voltar amanhã?

- Sim, mas o Pedro preferiu voltar hoje, porque amanhã queria ver a Ana e como estava tarde ele me sugeriu que dormisse aqui.

Nos abaixamos ao mesmo tempo e acabamos batendo as nossas cabeças, por um instante nos olhamos fixamente e então ele me beijou e eu retribui o beijo, mas algo inusitado aconteceu com o barulho todo mundo da casa acordou e desceram para ver o que tinha acontecido resultando ao acederam a luz fomos pego nos beijando em meios aos cacos, ao meu pé que ainda sagrava um pouquinho, se bem que o beijo estava tão bom que até esqueci a dor, não foi nada grave foi um corte superficial. Mas este é o relato de alguém que tem andado distraída, e por isso pagou o maior mico de todos os tempos se bem que valeu apena.

Claudia Matos
Enviado por Claudia Matos em 18/08/2010
Reeditado em 18/06/2020
Código do texto: T2445815
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