O Amante (T525)
Estava ali estático admirando aquela bela mulher, de um corpo escultural, pele lisa como só as deusas do Olimpo poderiam ter, morena da cor do bronze, cabelos de um negro intenso que seduzia só pelo brilho, estava à sua frente se vestindo, e como sabia a arte de se vestir, creia, até se vestindo ela se tornava uma ninfa do prazer aos seus olhos.
__ Vamos, Carlos, temos que sair senão vamos pagar mais uma diária.
__ Você é a culpada, este seu charme, esta sua vontade sexual, você me deixa louco, onde aprendeu tudo isso?
__ Não é da sua conta, já disse, vamos logo, vão estranhar o meu atraso.
__ Deixe eles estranharem, eu tenho meu direito.
__ Não, não tem, e você sabe disso, e não adianta insistir neste assunto, como está, está bom, muito melhor que antes.
__ É você tem razão, porque este apetite, esta sua repentina vocação para a sedução, quando éramos casados você nunca teve, acho que este lado de amante se tornou mais empolgante e satisfatório.
Ao terminar de dizer isto, ele trancou a porta do quarto e os dois sumiram pelo corredor do hotel.
Alexandre Brussolo (21/11/2009)