DEIXA EU DIZER QUE TE AMO!

EM CENA , A VIDA

Era o fim daquele verão de céu azul escarlate e da nostalgia festiva da ilha.

No acaso da última noite , olhando a lua e sua nudez , eis que eclode o início da era de minhas emoções mais intensas que para sempre não seriam as mesmas.

Em meio à contingência das abstrações , arrebatado fui quando a luz dos olhos meus se apagaram diante a contemplação do brilho ofuscante de uma beija – flor , cintilante da cor do pecado acariciado pela emoção , que soberana o ambiente invadia .

Tomado de paixão , desejo e ansiedade por um mínimo de atenção a sós , o desafio e angustia aumentava , quando enfim na primeira oportunidade me aproximei , ósculo não dei, nem sua pele atrevido encostei .

Seus olhos negros desnudavam–me da cabeça aos pés , em puro êxtase naquele instante senti minha inocência roubada . Outrora , nem o sol havia me deixado tão vermelho e a suar tanto , como ninguém jamais me deixara assim tão atônito.

Teu corpo de contornos e curvas perfeitas emanava seu perfume inebriante, seu olhar ( ah, seu olhar...) agateado intimidava, suas belas taças protuberantes e um sensual movimento da boca , aguçava-me a luxúria . Diva de rara beleza , fenômeno único que surge e ninguém mais vê na vida.

Oh Deus , era o prenúncio do meu des( a) tino ? Das inquietações do resto dos dias meus .

Desconfiada com a rosa enigmática no braço , mas não se furtando em se mostrar educada , perguntou pouco assustada :

--- Ouça-me , que queres tu de mim , me diz , me diz tudo ?

Pensei ah , se tu soubesses que ha muito a esperava .

Com receio , preferi esperar por momentos mais oportunos de magia x encanto para tamanha liberdade e precavido seu e-mail foi único pedido.

Então , para minha tristeza , logo depois era chegada a hora do regresso à sua vila de casos I, II... ( onde ela queria ser um pássaro pois todo gato é bicho no silêncio de fim de tarde , quando o sol refugia-se além dos montes e aflora mais latente a falta saudosa do pai , da mãe e o que trás consolo , são raras visitas da longínqua e amada filha ) , perguntei :

--- Já, por quê , é cedo não ?

E despediu–se , seguindo por trilhas , sumindo na multidão .

Sei que naquela noite a insônia foi minha companhia e o começo de uma longa agonia a espera do seu chegar, no chegar meu .

Com tristeza pensava , fiquei no abandono ? Aquele súbito momento , será que vela como eu ?

Ao levantar , de manhã, bem cedo , uma estranha sensação insistia , um estranho e profundo desejo , seria um estranho amor ? Pois que venha , em devaneios permanecia.

Indagava-me , o que sou ?

Na minha vã sabedoria , conclui , aqui jaz um homem que nada sei de mim , pois não me reconhecia ( insensatez ?) . Ainda não compreendia a amplitude do amor, eterno amor que nascia e fez-se poesia que aqui em confidências I, II e III , retrato sob a lua do meio dia.

Meses de solidão depois , numa tarde em frente ao mar , devido a razões que a própria razão desconhece , suprido foi o grande abismo de sua ausência e a verdade daquele repentino e mútuo amor , fora enfim a ambos revelada num levitante beijo, de entrega sem pudor .

Ao anoitecer , embalados por uma cavalgada , nossos corpos provaram da árvore do conhecimento , do amor , do amar no gozo I e II, em ecos de tesão aos sussurros e lamentos.

Vimos como e porque o instante existe e fica eternizado . Mas como instantes são estreitas horas e ainda há tempo , porque condenar dois corações aos estilhaços a espera dos ventos.

Por fim , eis – me aqui , só para lembrar mais uma vez e que não saia das memórias I e II.

Essa é alma nua da história de minhas confissões transformadoras e em cada verso meu , o mais puro e profundo sentimento , onde intrinsecamente falo da esperança dos nossos planos e que talvez não visse flores pelo caminho , nos ciclos de nosso sistema ( estações) , se não fosse por esse amor, eterno amor por ela.

Eu te amo , tanto , tanto !!!

E t e r n e l l e m e n t

Sandra Vilela (Eternellement)
Enviado por Sandra Vilela (Eternellement) em 06/10/2009
Reeditado em 06/07/2015
Código do texto: T1851510
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