"De volta à vida..."
Já passavam das 3:00h da madrugada e Vicky continuava naquela inércia,sem ânimo para nada. Tudo o que pensava em fazer simplesmente desistia,perdia completamente a vontade...”Por que será que tudo tem que ser tão difícil,complicado,sem sentido exato,tão...vazio..?”pensou.
Tinha tudo para ser feliz. Marido,filhos,uma bela casa num ótimo bairro de classe média alta,seu próprio carro,sua profissão...
É certo que havia se casado meio obrigada pelos pais por estar grávida,nem amava tanto assim o marido mas,com o tempo foi se acostumando e vieram os outros filhos.
Com três crianças era meio difícil tentar fazer algo sozinha,principalmente quando se tem uma vida aparentemente”boa”,abandonar tudo e ficar entregue à sorte não parecia ser uma saída...
Com a desculpa de ser “pelas crianças”,acabou se anulando,vivendo a vida dos filhos e do marido,um executivo renomado e cheio de manias...
Vicky era uma mulher muito bonita. Alta,com mais ou menos 1,72 ,68k,cabelos longos,louros como o sol e olhos cor de mel,se não fosse a “solidão acompanhada”diria que era a mulher perfeita que todo homem gostaria de ter,menos o marido que mal notava se estava viva ou morta .
Salvo nas recepções em que tinha que comparecer com a esposa para manter as aparências.
Vicky sabia que era tão importante para ele quanto ele vinha sendo para ela,sabia de todos os seus romances e nem se importava mais,não dava para saber exatamente com quem ele estava ou se encontrava,era tudo tão mecânico...O bom é que “dessa” parte estava livre,não tinha que exercer a função de esposa em tudo.
Trabalhava no “Face to Face”império da beleza,no centro da cidade,tinha se formado e era uma ótima esteticista. Era um edifício enorme,todo espelhado,sua sala uma das mais bem equipadas,totalmente moderna,por sorte passava boa parte de seu tempo trabalhando ou o tédio seria ainda maior.
Os filhos já estavam grandes e não precisavam tanto da sua presença.
Sempre chagava às 19:00h e o jantar já estava posto. Era o horário da “família”.
-Olá,mamãe! Pode me levar ao shopping? Disse Ana,sua filha do meio.
-Sim.
Esse era o tipo de diálogo mais longo que se tinha naquela casa.
No sábado,decidiu fazer uma caminhada. Normalmente fazia seus exercícios em casa mas,naquele dia achou melhor sair, precisava respirar um pouco ou acabaria explodindo...
Durante o percurso,descobriu que há muito tempo não tinha o prazer de apreciar o mar e decidiu fazê-lo,já havia andado bastante pelo calçadão mas não ido até a água.
Começou a andar na beirinha,olhando o sol nascer. Ficou encantada...como haviam coisas maravilhosas a serem vistas e ela sempre naquele mundinho “medíucre”...Sentou-se na areia e chorou...chorou como nunca havia conseguido...por tudo,pela sua vida,sua família que nem a notava,até pelo dia maravilhoso que estava chegando...
Chorou até cansar,era como se tivesse lavado a alma com algo maior do que aquele imenso mar...se sentiu renovada...
-Seja lá o que for,te destruiu e reconstruiu ao mesmo tempo...!
Ela olhou para o lado e um homem que nunca vira antes estava ali,conversando como se a conhecesse!
-Meu nome é Danny,caminhamos praticamente juntos,observei todo “holocausto” e a “glória final”,portanto mereço uma participação...
Vicky estava completamente perdida,como um estranho conseguia enxergar sua alma...todo o seu ser...?
-Desculpe,não entendi direito...disse Vicky.
-Como a conversa pelo visto vai ser longa,acho melhor me sentar,Srta...?
-Vicky...
-De Victória ou algo parecido?
-Não!Só Vicky...
-Lindo nome...
-E o seu...?
-Já disse,mas vou fazer a gentileza de repetir...Danny,só Danny...
-Olhe,tenho que ir,meu marido está me esperando e...
-Desculpe,mas...se tivesse “um marido”de verdade estaria aqui com você,às 6:00h da manhã não há escritórios abertos,a não ser que seja dono de padaria,mas...mesmo assim...sendo o dono...
-O que você sabe da minha vida para falar esse tipo de coisa???
-O suficiente para constatar que é tudo conveniente de alguma forma. Ninguém vem caminhar às 5:00h da manhã sozinho,fica aos prantos e risos olhando o mar e o nascer do sol sem que haja um bom motivo para tamanho “espetáculo”...mas devo confessar que você fica mais bonita brava do que rindo ou...chorando...
-Cansei dessa conversa,vou embora!
-Pode ir,mais tarde nos veremos,só que sem choro de preferencia...
-Quem disse que virei novamente?
-Virá...
Vicky saiu pisando duro,espalhando areia de um jeito que iam até seus olhos,que por sinal estavam soltando “faíscas” de tanta raiva,”quem aquele sujeito pensava que era???”
Chegou em casa mais irritada que nunca,nem percebeu que não havia ninguém apenas um bilhete do marido dizendo que iria fazer uma viagem de “negócios” e outro dos filhos avisando que iam passar o final de semana na casa dos avós. A decepção foi total,caiu em prantos novamente,nunca sabia o que ia acontecer naquela casa,estava sempre sozinha com ou sem eles...
Colocou seu biquine e foi para a praia com a intenção de nadar,quem sabe assim de alguma forma descarregaria toda a raiva que estava sentindo de si mesma por deixar as coisas chegarem a esse ponto.
Nadou por um bom tempo até que saiu para andar e...adivinhe...?
-Não disse que viria?
-Como sabe que estou aqui,não tem mais o que fazer???
-No momento,além de apreciar suas crises e o fato de quase ter “espancado” o mar com os braços...não. Alem do mais,hoje é sábado,estou de folga e “moro” aqui na frente bem onde você passou feito um “furacão”...disse isso e sorriu.
Vicky estava cada vez mais irritada com aquele homem,voltou para o mar antes que o esganasse. Nadou sem parar até não ter mais forças,lembrou como adorava boiar e ficou assim por um tempo até que uma enorme onda a engoliu.
Vicky ficou totalmente atordoada,quase havia cochilado enquanto boiava que não se deu conta que poderia estar vindo alguma onda,se debateu em desespero,estava se afogando quando Danny chegou para ajudá-la.
-Amor...calma,estou aqui...
Vicky sentiu seu coração disparar imediatamente,nunca ninguém havia falado com ela dessa forma com tanta doçura e delicadeza...
Quando abriu os olhos viu que era o homem que tanto repugnava por sua ousadia mas...naquele momento era a única pessoa com quem realmente gostaria de estar.
-O que aconteceu...?
-Nada demais,amor...você estava boiando e a onda literalmente te “engoliu”...antes de mim...Vicky corou e ambos riram pela primeira vez...ela parecia estar iluminada...mais bonita que nunca...
Danny também parecia estar nas nuvens... sabia que era a mulher da sua vida,já tinha se envolvido algumas vezes mas nada se comparava àquela ternura que sentiu desde o primeiro instante em que a viu...
Os dois pensavam em muitas coisas ao mesmo tempo como se um filme estivesse sendo passado,estavam abraçados,os corpos completamente entregues...
Vicky foi a primeira a perceber o que estava acontecendo e se sentiu corar com aquele corpo másculo junto ao seu...devia ter no mínimo uns tres anos que não sentia um homem assim tão...perto...
Danny adorou apreciar a cena e tratou de aproveitar ao máximo.
Apertou-a fortemente pelo quadril para que sentisse toda sua virilidade...ela não pode conter...um gemido de prazer escapou de seus lábios...nesse momento ele a beijou loucamente com uma sede que nem um oceano daquele tamanho seria capaz de saciar...
O mar se acalmou como por encanto...o sol já estava se pondo e a lua começava a pratear o oceano...nem o melhor artista conseguiria recriar aquela imagem...era simplesmente magnífica...eles faziam amor...era tudo tão perfeito...como se fizessem parte daquele cenário...os corpos se moviam como leves ondas iam e vinham sem necessariamente arrebentar...até que como num passe de mágica explodiram num êxtase inconcebível...
Já era noite e nada parecia ser capaz de trazê-los para terra firme...quando decidiram sair da água a praia foi o leito mais próximo que encontraram,nada importava nem precisava fazer sentido,aliás o que eles menos queriam era entender o que acontecia,cada toque,cada gesto,dizia tudo por si...
Vicky pela primeira vez se sentiu amada...
Não importava como haviam se conhecido e por quanto tempo...era como se sempre tivesse esperado por ele...só ele...
Danny se sentia da mesma forma...
Viveu muitas historias,mas nunca,em nenhuma delas tinha sentido tanta vontade de estar junto,de dizer o quanto ama,deseja e...
-Querido...
-Diga amor...
-Obrigada por ter salvo minha vida...
-Querida...fiz o que qualquer um teria feito...sem contar o resto ou morreria de ciúmes...
Mas Vicky se referia à toda uma vida...não apenas àquele momento...Danny a salvara de todas as formas que uma pessoa poderia ser salva e nem imaginava...ela não sabia se iriam ficar juntos ou o que aconteceria...mas de uma coisa tinha absoluta certeza...estava “viva”e devia isso àquele homem ousado que a fez viajar nas profundezas de um amor sem fim...
Já passavam das 3:00h da madrugada e Vicky continuava naquela inércia,sem ânimo para nada. Tudo o que pensava em fazer simplesmente desistia,perdia completamente a vontade...”Por que será que tudo tem que ser tão difícil,complicado,sem sentido exato,tão...vazio..?”pensou.
Tinha tudo para ser feliz. Marido,filhos,uma bela casa num ótimo bairro de classe média alta,seu próprio carro,sua profissão...
É certo que havia se casado meio obrigada pelos pais por estar grávida,nem amava tanto assim o marido mas,com o tempo foi se acostumando e vieram os outros filhos.
Com três crianças era meio difícil tentar fazer algo sozinha,principalmente quando se tem uma vida aparentemente”boa”,abandonar tudo e ficar entregue à sorte não parecia ser uma saída...
Com a desculpa de ser “pelas crianças”,acabou se anulando,vivendo a vida dos filhos e do marido,um executivo renomado e cheio de manias...
Vicky era uma mulher muito bonita. Alta,com mais ou menos 1,72 ,68k,cabelos longos,louros como o sol e olhos cor de mel,se não fosse a “solidão acompanhada”diria que era a mulher perfeita que todo homem gostaria de ter,menos o marido que mal notava se estava viva ou morta .
Salvo nas recepções em que tinha que comparecer com a esposa para manter as aparências.
Vicky sabia que era tão importante para ele quanto ele vinha sendo para ela,sabia de todos os seus romances e nem se importava mais,não dava para saber exatamente com quem ele estava ou se encontrava,era tudo tão mecânico...O bom é que “dessa” parte estava livre,não tinha que exercer a função de esposa em tudo.
Trabalhava no “Face to Face”império da beleza,no centro da cidade,tinha se formado e era uma ótima esteticista. Era um edifício enorme,todo espelhado,sua sala uma das mais bem equipadas,totalmente moderna,por sorte passava boa parte de seu tempo trabalhando ou o tédio seria ainda maior.
Os filhos já estavam grandes e não precisavam tanto da sua presença.
Sempre chagava às 19:00h e o jantar já estava posto. Era o horário da “família”.
-Olá,mamãe! Pode me levar ao shopping? Disse Ana,sua filha do meio.
-Sim.
Esse era o tipo de diálogo mais longo que se tinha naquela casa.
No sábado,decidiu fazer uma caminhada. Normalmente fazia seus exercícios em casa mas,naquele dia achou melhor sair, precisava respirar um pouco ou acabaria explodindo...
Durante o percurso,descobriu que há muito tempo não tinha o prazer de apreciar o mar e decidiu fazê-lo,já havia andado bastante pelo calçadão mas não ido até a água.
Começou a andar na beirinha,olhando o sol nascer. Ficou encantada...como haviam coisas maravilhosas a serem vistas e ela sempre naquele mundinho “medíucre”...Sentou-se na areia e chorou...chorou como nunca havia conseguido...por tudo,pela sua vida,sua família que nem a notava,até pelo dia maravilhoso que estava chegando...
Chorou até cansar,era como se tivesse lavado a alma com algo maior do que aquele imenso mar...se sentiu renovada...
-Seja lá o que for,te destruiu e reconstruiu ao mesmo tempo...!
Ela olhou para o lado e um homem que nunca vira antes estava ali,conversando como se a conhecesse!
-Meu nome é Danny,caminhamos praticamente juntos,observei todo “holocausto” e a “glória final”,portanto mereço uma participação...
Vicky estava completamente perdida,como um estranho conseguia enxergar sua alma...todo o seu ser...?
-Desculpe,não entendi direito...disse Vicky.
-Como a conversa pelo visto vai ser longa,acho melhor me sentar,Srta...?
-Vicky...
-De Victória ou algo parecido?
-Não!Só Vicky...
-Lindo nome...
-E o seu...?
-Já disse,mas vou fazer a gentileza de repetir...Danny,só Danny...
-Olhe,tenho que ir,meu marido está me esperando e...
-Desculpe,mas...se tivesse “um marido”de verdade estaria aqui com você,às 6:00h da manhã não há escritórios abertos,a não ser que seja dono de padaria,mas...mesmo assim...sendo o dono...
-O que você sabe da minha vida para falar esse tipo de coisa???
-O suficiente para constatar que é tudo conveniente de alguma forma. Ninguém vem caminhar às 5:00h da manhã sozinho,fica aos prantos e risos olhando o mar e o nascer do sol sem que haja um bom motivo para tamanho “espetáculo”...mas devo confessar que você fica mais bonita brava do que rindo ou...chorando...
-Cansei dessa conversa,vou embora!
-Pode ir,mais tarde nos veremos,só que sem choro de preferencia...
-Quem disse que virei novamente?
-Virá...
Vicky saiu pisando duro,espalhando areia de um jeito que iam até seus olhos,que por sinal estavam soltando “faíscas” de tanta raiva,”quem aquele sujeito pensava que era???”
Chegou em casa mais irritada que nunca,nem percebeu que não havia ninguém apenas um bilhete do marido dizendo que iria fazer uma viagem de “negócios” e outro dos filhos avisando que iam passar o final de semana na casa dos avós. A decepção foi total,caiu em prantos novamente,nunca sabia o que ia acontecer naquela casa,estava sempre sozinha com ou sem eles...
Colocou seu biquine e foi para a praia com a intenção de nadar,quem sabe assim de alguma forma descarregaria toda a raiva que estava sentindo de si mesma por deixar as coisas chegarem a esse ponto.
Nadou por um bom tempo até que saiu para andar e...adivinhe...?
-Não disse que viria?
-Como sabe que estou aqui,não tem mais o que fazer???
-No momento,além de apreciar suas crises e o fato de quase ter “espancado” o mar com os braços...não. Alem do mais,hoje é sábado,estou de folga e “moro” aqui na frente bem onde você passou feito um “furacão”...disse isso e sorriu.
Vicky estava cada vez mais irritada com aquele homem,voltou para o mar antes que o esganasse. Nadou sem parar até não ter mais forças,lembrou como adorava boiar e ficou assim por um tempo até que uma enorme onda a engoliu.
Vicky ficou totalmente atordoada,quase havia cochilado enquanto boiava que não se deu conta que poderia estar vindo alguma onda,se debateu em desespero,estava se afogando quando Danny chegou para ajudá-la.
-Amor...calma,estou aqui...
Vicky sentiu seu coração disparar imediatamente,nunca ninguém havia falado com ela dessa forma com tanta doçura e delicadeza...
Quando abriu os olhos viu que era o homem que tanto repugnava por sua ousadia mas...naquele momento era a única pessoa com quem realmente gostaria de estar.
-O que aconteceu...?
-Nada demais,amor...você estava boiando e a onda literalmente te “engoliu”...antes de mim...Vicky corou e ambos riram pela primeira vez...ela parecia estar iluminada...mais bonita que nunca...
Danny também parecia estar nas nuvens... sabia que era a mulher da sua vida,já tinha se envolvido algumas vezes mas nada se comparava àquela ternura que sentiu desde o primeiro instante em que a viu...
Os dois pensavam em muitas coisas ao mesmo tempo como se um filme estivesse sendo passado,estavam abraçados,os corpos completamente entregues...
Vicky foi a primeira a perceber o que estava acontecendo e se sentiu corar com aquele corpo másculo junto ao seu...devia ter no mínimo uns tres anos que não sentia um homem assim tão...perto...
Danny adorou apreciar a cena e tratou de aproveitar ao máximo.
Apertou-a fortemente pelo quadril para que sentisse toda sua virilidade...ela não pode conter...um gemido de prazer escapou de seus lábios...nesse momento ele a beijou loucamente com uma sede que nem um oceano daquele tamanho seria capaz de saciar...
O mar se acalmou como por encanto...o sol já estava se pondo e a lua começava a pratear o oceano...nem o melhor artista conseguiria recriar aquela imagem...era simplesmente magnífica...eles faziam amor...era tudo tão perfeito...como se fizessem parte daquele cenário...os corpos se moviam como leves ondas iam e vinham sem necessariamente arrebentar...até que como num passe de mágica explodiram num êxtase inconcebível...
Já era noite e nada parecia ser capaz de trazê-los para terra firme...quando decidiram sair da água a praia foi o leito mais próximo que encontraram,nada importava nem precisava fazer sentido,aliás o que eles menos queriam era entender o que acontecia,cada toque,cada gesto,dizia tudo por si...
Vicky pela primeira vez se sentiu amada...
Não importava como haviam se conhecido e por quanto tempo...era como se sempre tivesse esperado por ele...só ele...
Danny se sentia da mesma forma...
Viveu muitas historias,mas nunca,em nenhuma delas tinha sentido tanta vontade de estar junto,de dizer o quanto ama,deseja e...
-Querido...
-Diga amor...
-Obrigada por ter salvo minha vida...
-Querida...fiz o que qualquer um teria feito...sem contar o resto ou morreria de ciúmes...
Mas Vicky se referia à toda uma vida...não apenas àquele momento...Danny a salvara de todas as formas que uma pessoa poderia ser salva e nem imaginava...ela não sabia se iriam ficar juntos ou o que aconteceria...mas de uma coisa tinha absoluta certeza...estava “viva”e devia isso àquele homem ousado que a fez viajar nas profundezas de um amor sem fim...