Marcamos um encontro, após quase três anos de insinuações e questões mal resolvidas. Não era nenhuma data especial, nem mesmo verão, fui ao litoral. Queria respostas, que talvez calassem mais fortes que o silêncio. Não ligava.
Comprei um vestido vermelho, pelo simples fato de sentir-me segura com esta cor, ajeitei os cabelos, dei os últimos retoques na aparência. Saí apressada, o táxi já estava na porta do hotel.
Após algum tempo de uma conversa polida com o motorista, desci em uma praça repleta de cores e aguardei sua chegada. Uma palpitação suave remodelou meu corpo, que estremeceu antes mesmo do toque quente de sua pele.
Sorrimos. Cumprimentos saudosos. Olhares aflitos. A princípio elogios vagos e histórias rotineiras. Uma conversa tão despretensiosa que meu ser percebeu o dia acinzentar-se e as cores esvaírem-se daquele lugar. As respostas não surgiam. As perguntas vetadas. Tomei coragem, sempre fui a que tive iniciativa, soltei sem rodeios:
- Mas então, você me convida para vir até aqui, sabendo o que sinto, fala e fala sobre coisas sem importância e não chega ao ponto que bem no fundo ambos queremos esclarecer: O que rola entre nós? O que você sente por mim? O que você quer comigo?
- Direta você, hein?
- Neste clima de franqueza, antes que você me responda, peço para que seja o mais objetivo possível. Nada de embolações. Sei que você se importa comigo, que não pretende magoar-me, etc., etc. A dúvida tortura minha alma mais do que uma certeza negativa. Então fale, sem medo.
- Eu gosto de você. Gosto do seu jeito, da forma como é capaz de acrescentar tanto a outrem. E, depois de sua carta, minha cabeça demorou a entender o que o coração já conhecia de cor. Você é pessoa para mim.
- Você me quer?
- Quero e não quero. Temo que a distância física não permita que nossa história se concretiza em algo maior. Receio que se tivermos nossa noite, talvez única, a amizade suma. O sexo atrapalha estas coisas. Eu posso apaixonar-me por você. Só não sei se devo.
Sem pensar, beijei-o. Um ato involuntário que resultou numa seqüência de outros atos. O amor meu é grande demais para racionalizar. Ele me empurra, fita meu rosto e num gesto suave diz:
- Eu não sei o que devo fazer. Há tanto o que perder, tanto o que ganhar.
- Segue seu íntimo. Arrisque. Já ousei tanto por você. Ouse por mim.
Comprei um vestido vermelho, pelo simples fato de sentir-me segura com esta cor, ajeitei os cabelos, dei os últimos retoques na aparência. Saí apressada, o táxi já estava na porta do hotel.
Após algum tempo de uma conversa polida com o motorista, desci em uma praça repleta de cores e aguardei sua chegada. Uma palpitação suave remodelou meu corpo, que estremeceu antes mesmo do toque quente de sua pele.
Sorrimos. Cumprimentos saudosos. Olhares aflitos. A princípio elogios vagos e histórias rotineiras. Uma conversa tão despretensiosa que meu ser percebeu o dia acinzentar-se e as cores esvaírem-se daquele lugar. As respostas não surgiam. As perguntas vetadas. Tomei coragem, sempre fui a que tive iniciativa, soltei sem rodeios:
- Mas então, você me convida para vir até aqui, sabendo o que sinto, fala e fala sobre coisas sem importância e não chega ao ponto que bem no fundo ambos queremos esclarecer: O que rola entre nós? O que você sente por mim? O que você quer comigo?
- Direta você, hein?
- Neste clima de franqueza, antes que você me responda, peço para que seja o mais objetivo possível. Nada de embolações. Sei que você se importa comigo, que não pretende magoar-me, etc., etc. A dúvida tortura minha alma mais do que uma certeza negativa. Então fale, sem medo.
- Eu gosto de você. Gosto do seu jeito, da forma como é capaz de acrescentar tanto a outrem. E, depois de sua carta, minha cabeça demorou a entender o que o coração já conhecia de cor. Você é pessoa para mim.
- Você me quer?
- Quero e não quero. Temo que a distância física não permita que nossa história se concretiza em algo maior. Receio que se tivermos nossa noite, talvez única, a amizade suma. O sexo atrapalha estas coisas. Eu posso apaixonar-me por você. Só não sei se devo.
Sem pensar, beijei-o. Um ato involuntário que resultou numa seqüência de outros atos. O amor meu é grande demais para racionalizar. Ele me empurra, fita meu rosto e num gesto suave diz:
- Eu não sei o que devo fazer. Há tanto o que perder, tanto o que ganhar.
- Segue seu íntimo. Arrisque. Já ousei tanto por você. Ouse por mim.
Foi no chão do apartamento, depois na cama, que se acalmou a urgência. Um alívio pela carícia tanto esperada. Uma aflição pelo que viria a seguir. Em silêncio memorizávamos cada detalhe. Poderia ser esta a nossa única noite unidos.