Um Festival na Floresta

UM FESTIVAL NA FLORESTA

Gilmar Souza - Turmalina MG

Um dia desses passados

Fui chamado numa festa

Um trem danado de Bão

Que aconteceu na floresta

O convite dizia

Que eu não podia faltar

Num grandioso festival

Daquele melhor que há.

E quando eu lá cheguei

Já notei a animação

A bicharada organizava

Pra a tal ocasião

O Pica-pau furava a madeira

Para o palco do festão.

Um bando de Vagalumes

Fizeram um mutirão

Pra ficar tudo bonito

Cuidavam da iluminação

O papagaio falador

Assumiu a locução

Parecia o Gilmar Souza

Fazendo apresentação.

A Cigarra toda vaidosa

Pediu pra cantar primeiro

O Bode falou ééé

Ela canta o dia inteiro

Nisso foi chegando

Um bonito Canarinho

Pronto para dançar

Com o Macaco caboclinho.

A Onça também foi lá

E falou desconfiada

Não vim comer ninguém não

Eu vim dançar marujada

O Coelho dava pulos

Que sacudia o terreiro

Estava igual o Ildeu

Vestido de tamborzeiro.

A Garça Branca enfeitada

Se apresentou bem bacana

E chamou muita atenção

Com o seu traje de baiana

O Gambá soltou a fumaça

Quando começou o show

A Arara gritou: tá lindo!

Só o cheiro não combinou.

O Urubu com sua viola

Chegava da festa no céu

Já puxou uma cantoria

Aprontou um escarcei

A Siriema e beija flor

Jogavam versos de amor

Sem olhar no papel.

As corajosas Formigas

Todas enfileiradas

Na horta cortando folhas

Pro jantar da artistaiada

O Sabiá não faltou

Com a folia do Divino

O seu violão afinado

Que nem o Joaquim Galdino.

O Tatu batendo a caixa

Com uma camisa de chita

Me fez lembrar dos Viana

E do Une da dança de fita

A Saracura e o pavão

Começaram um vilão

Que só quem viu acredita.

O Galo soltou a voz

Logo pela Madrugada

Acordando a Preguiça

Que já estava atrasada

A Rã com seu reco-reco

Vestida toda na moda

Convidou as andorinhas

Pra uma dança de roda.

O Elefante no trombone

Fez também seu manifesto

Ficou à frente da banda

Como faz Valdir Maestro

O Jabuti poeta

Declamou uma poesia

O Sapo fez uma seresta

Pra agradar a Dona Lilia.

O Curiango calado

Ficava ali quietinho

Mas incentivava a todos

Tomando o seu golinho

Ali apreciando tudo

Igual o Doutor Huguinho

A Jiboia serpenteava

Por tudo o quanto é cantinho.

Eu trabalhei de jurado

Difícil situação!

Todos foram nota dez

Menos do que isso não!

Foram todos importantes

Pra cultura e a tradição

Merecem as nossas palmas

Viva Festival da Canção!

Gilmar Souza
Enviado por Gilmar Souza em 12/12/2024
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