Peleja entre a piranha e a traíra
Traíra:
Confiança em ti jamais ponho
sinônimo és de traição
causando pavor medonho
tanto a crente, como a pagão
Piranha:
Não sabes como me admira
ouvir tamanha inversão
afinal, chamada traíra,
vens tachar-me de traição?
Traíra só no nome sou
todos me apreciam, porém,
quando pra panela vou
de mim falam sempre bem
Mas não é o que pensa Amorim
o tal da Conversa Afiada
nada ouvi falar de mim
e lá temer traíra é a piada
Não bastasse ser cortante
tua boca é também imunda
sem temer até o mandante
até de indiretas o inunda
Eu vivo em comunidade
e todas nos respeitamos
enquanto tu, na verdade
bem sabes te desprezamos
Eu levo uma vida honesta
apesar desse meu nome
só quem como tu não presta
que quer me matar de fome
Sim, teu nome te condena
e até o público que evitas
sabe que não vales a pena
p´las bobagens que vomitas
Mas quem és tu pra falar
não passas de mera piranha
e é dito bem popular
que vives de pura manha
Vira para lá essa boca
senão te lasco um pedaço
só queres me deixar louca
e até foges de meu abraço
Curuz credo, credo em cruz
perto de ti jamais chego
nem se entre nós vem Jesus
por ti nunca terei apego
Me falam que sou voraz
e tal verdade não nego
loucura de qualquer rapaz
não nego, e para mim, pego
Eu sou muito mais discreta
mas excelente de escama
de muitos comida dileta
bem pescada, sou uma dama
Esse seu auto-elogio
é teu fim, é pura asneira
provocas sim, calafrio,
por natureza és traiçoeira
Já que teu mote é traição
e por ti o macho se assanha
corre atrás deles, então,
por natureza, és piranha!