A dança de roda.
A dança de roda me envolveu
Na roça.
Toque de viola ponteada, ritmo
Marcado e caboclo teimoso de
Arretado que tinha o pacto com
Saci, puxava uma cantiga melódica
Com sua doce melodia.
Cheiro de mato, grilo cantando,
Luz de luar, toque de tambor que
Ressoava em meus ouvidos.
Frio de mato, de noite enluarada,
Aquecida pela cachacinha branca,
Pelas palmas, pelo cantarolar e
Pelo roçar do calçado na terra batida.
A roda estava no auge de sua força,
Êxtase de felicidade com muitas gargalhadas
E por vezes, olhares furtivos que mirava na pessoa desejada.
Uma hora rodava em sentido horário e derrepente
Todos davam uma paradinha e volviam para o outro
lado.
Minhas pernas já não agüentavam, mas eu
Resistia firmemente feito um personagem
De fígaro diante de sua platéia em total êxtase,
pois do outro lado encontrava-se uma bela moçoila
Que me hipnotizava com seu encanto e beleza de
lábios molhados pedindo um beijo meu.