Sant' António (amigos se acheguem à cirandinha)

Eu gostu do Sant’Ontonio

Lá das bandas de Lisvoa

Ind’onte tucava harmónio

E iô dançaba toda à toa.

Na minha maun mangericos

Tamancas altas nos pés

Pra saltar nos vailaricos

Tinha homes aos pontapés.

Todos queriam mi agradá

P’lo cheiro daqueles basos

No alto quadras de amar

De deichar us olhus rasos.

Eram cartinhas de amor

Que o mê anjo me escrebia

No bicu a levava em flor

E c’us olhos ele jumia.

A carta qu’eu le escrebi

Saiu da palma da maum

A tinta foi dos mês olhos

E a pena du curaçaum

Bai carta feliz buando

No vicu de um passarinho

Cando bires o meu amor

Dále um abraço e um veijinho.

E ao ler os versos tan lindos

Iô num pude me ajeitá

Os mês passos foram findos

E num cunsegui vailár.

Zelda

Ontônio é santo dos bão,

Desencaia quarquer muíé,

Basta lhe prendê pra riba os pé,

Cum a cabeça rumo o rodapé...

De Ontônio eu pulei a foguêra,

Pra modo marido arrumá,´

Esperei sentada a vida intêra,

E encaiada só fiz chorá!

BethaCosta

Ó meu rico Santantónio

Lá das vandas de Lisvoa,

O meu homi é um demónio

Só lá vai com pinga boa

Mê santo casamenteiro,

Que m'andaste àrranjar

Um homi assim pro quinteiro

Num planta, só quer entornar!

Lá me leva à folência...

Movido a comvustível!

Olhe lá, vocesselência,

Como é qu'isto é possíbel?

Bou mas é pro vailarico

Lebo saia de valão,

E s'ajeitar um namorico...

Marido, bai pró Japão!!

Tera Sá