O policial e o ladrão( Causos que o povo conta)
Uma mulher, um dia.
Na minha rua veio morar
Seu olhar triste nos deixava ver
O quanto sofrera e ainda sofria
Por um tempo ela foi o alvo
Da vizinhança chegada a fofocas,
Mas como tudo na vida, um dia passa.
O tempo também passou e ela foi esquecida
E muitos já eram seus amigos
Só que ninguém sabia o motivo de sua dor
De sua vida, pra ninguém ela falava.
Mas isto deixara de ser importante
Até aquela triste noite, quando.
Os visinhos ouviram dois tiros
E correram para sua casa
A encontraram ao lado de um corpo
Chorando... ela perguntava
Quem foi o assassino que matou meu filho
A resposta veio na voz
De um homem que se aproximava
Trazendo na mão uma pistola, respondeu.
Fui eu Senhora, pensei ser um ladrão.
Tentando arrombar sua janela
Veja este pedaço de ferro jogado no chão
Fiz o que devia fazer, pois eu sou um policial.
Não podia deixar jamais de cumprir meu dever
Veja, ele ainda tem uma arma na mão.
E atirou em mim ao ouvir minha voz
Quando lhe dei ordem de prisão
Perdoe-me Senhora, o seu tiro foi tão certeiro.
Como certeiro foi, o disparo que fiz.
Senhora, eu lhe peço perdão.
Porque eu também tenho um filho,
Menininho ainda que acabe de perder o pai
Então as pessoas repararam na camisa do policial
Uma grande mancha vermelha, feita com o sangue.
Que fluía do seu ferimento, mas já era tarde de mais.
Para lhe prestar socorro, pois naquele momento.
O policial tombava, ao lado do ladrão!
Balneário dos Prazeres: 05 / 03 / 2005