Velho colono
Certo dia, um velho colono
sabendo que seu filho pra casa estava voltando
depois de muitos anos estudando na cidade
emocionado e muito feliz saiu pelas ruas
a cada amigo que encontrava estas palavras ia dizendo
meu filho está chegando, agora já é um doutor!
Naquele exato momento o trem chegou à estação
O velho foi abraçar o filho chorando de tanta emoção
O filho de um jeito acintoso o pai foi chamando atenção
Pai esta roupa me custou caro não vá sujá-la com suas mãos
O velho deixou cair os braços era grande a sua decepção
Por ver no seu filho querido um homem sem coração!
Uma moça que veio no trem escutando o que o moço dizia
Olhando o velho com carinho o abraçou e beijou com simpatia
Disse, vovô o Senhor não merece ser tratado com tanta grosseria,
Eu sei que seu filho e advogado, mas este lado ruim, não conhecia.
Só que nada neste mundo justifica que se cometa tamanha covardia
Com aquele que trabalhou a vida toda, por alguém que não merecia!
Este moço que o Senhor está vendo e por quem o Senhor tanto trabalhou.
Que dizem ser um bom advogado, jamais quis saber o quanto lhe custou.
Aquele diploma do qual tanto se orgulha sem saber que seu pai muito suou
No cabo da enxada por tantos anos pra realizar aquilo que tanto sonhou
Mas isto pra ele não tem valor por que, com o Senhor ele jamais se importou.
A não ser o dinheiro que lhe mandava, a ele não interessava como ganhou!
Senhor me perdoe as duras palavras, mas eu não pude me conter,
Por esta razão falei que nem ele, pois me doeu assistir seu triste sofrer.
Ele lhe falou da roupa cara que usa, da qual, ele nada fez pra merecer,
Porque esta roupa não foi comprada com o dinheiro dele, isso eu posso dizer.
O que me dói nesta historia, é que eu casei com ele sem o conhecer.
Ah... Se o arrependimento matasse, eu juro Senhor, eu queria morrer!
Senhor, agora eu lhe peço um favor, meus pais já não estão mais comigo.
Eu estou só, pra cidade não volto mais, se me permite, fico aqui contigo.
Não lhe peço que seja meu pai, só lhe peço que seja meu amigo!
Balneário dos Prazeres: 22 / 03 /2008