O mistério do lábaro
O mistério do lábaro
Em 2019, precisamente no mês de outubro, dia 19, um fato intrigante e ainda sem explicação, aconteceu em minha casa.
Estando apenas eu e minha filha Ana Camila em casa, ambos assistíamos televisão, à tarde, por volta das 16 horas.
Lembrei-me que eu tinha ido ao quintal quando já ouvi os gritos da menina me chamando:
- Painho, corra, aqui, rápido!
Nós sabemos que, na grande maioria das vezes, esses alarmes são frutos do inconsciente feminino. Ainda assim, voltei apressado, temendo nem sei o quê. Não era normal que ela tivesse esses arroubos descontrolados, a menos que lhe aparecesse uma barata voadora, um sapo, uma baleia, ou brontossauro. Uma vez, ela quase perdeu os cabelos por culpa de uma aranha papa-mosca que saltou sobre o seu braço.
O portão de grades de ferro da entrada estava trancado por dentro com dois cadeados e um ferrolho. Nada que tivesse envergadura acima de 10,5 cm passaria por ele. Um fantasma talvez passasse, contudo, àquela hora, fantasma algum se meteria à besta de aparecer.
- Painho, quem colocou aquela bandeira lá na área?
- Qual bandeira? Eu não sei de nada.
Na parede revestida de cerâmica havia uma bandeira do estado do Piauí, de 1,55 x 1,10 m. em tecido de fios de nylon.
Linda, 7 listras horizontais verde, 6 listras amarelas, um quadrado azul no canto superior esquerdo com a estrela branca Antares, alfa da Constelação de Escorpião. Abaixo da estrela, lê-se: 13 de março de 1823, data da sangrenta e tresloucada Batalha do Jenipapo.
Eu sei que não foi minha filha quem a colocou lá, até pela rapidez como tudo aconteceu e pela altura em que se encontrava. Ela sabe que não fui eu que a colocou também, já que eu estava no quintal e durante o tempo em que estivemos juntos na sala, rumor algum se ouviu e nada passaria despercebido do nosso cão Elvis, um Yorkshire, que ladra por instinto e prazer.
Para aumentar o mistério, o dia 19 de outubro é o dia do estado do Piauí. Nessa data, no ano de 1822, a Câmara da Vila de Parnaíba proclamou a Independência do Piauí da Corte Lusitana e reconheceu a independência do Brasil. Isso foi só o começo que culminou na Confederação do Equador em 1824.
O mistério da bandeira perdura até hoje.