NUM BECO SEM SAÍDA
NUM BECO SEM SAÍDA
Há muitos anos atrás eu tinha um conhecido que tocava trompete n’uma banda de música local.
Era um sujeito inquieto, beberrão e louco por mulher.
Já era casado na época com uma loirinha muito meiga e bela, a Lindalva.
Do casamento nascera um filho.
A banda viajava pela região para atender inúmeros pedidos de tocatas de bailes.
N’uma destas ocasiões “nosso herói” que tirava a aliança de casado do dedo quando viajava, arrumou uma sirigaita que residia próxima a nossa cidade.
Várias escapadelas para ficar nos braços da nova amada ocorriam frequentemente sem que a pobre mulher desconfiasse do marido mulherengo.
Passado uns tempos, o safado mantinha a mulher e a amante sem que nenhuma desconfiasse uma da outra das traições.
A banda fora convidada para tocar no aniversário da cidade vizinha (onde residia a sirigaita).
O convite se estendia à todos os familiares dos músicos.
A carta convite caiu nas mãos de Luciana (mulher legítima do canastrão) e ela a abriu pois era destinada ao casal.
Ficou feliz, há tempos não dava um passeio com o querido maridão.
Quando ele chegou em casa ela feliz da vida lhe comunicara: querido vamos neste final de semana para São Francisco do Sul, a banda irá tocar no aniversário da cidade, vai ser uma festa linda!
Faço questão de ir, você há tempos está me prometendo um passeio! Vamos?
Ele ficou mudo, suava, tremiam-lhe as pernas...e se na chegada do trem a sirigaita estivesse na estação(naqueles tempos as viagens geralmente eram de trem, Maria-Fumaça) ?
Mas não...seria muito azar! Era improvável elas se encontrarem naquele movimentado dia.
Arriscou: - vamos minha querida!
No final de semana lá se foram com o pessoal da banda.
Na chegada a recepção foi calorosa com direito a discursos do prefeito local e do maestro.
Osvaldo em dado momento (este o nome do garanhão) avistou a sirigaita sorrido e vindo em sua direção.
Suava em bicas, ainda tentou enganar a mulher dizendo que precisava de um banheiro urgente.
- Mas Osvaldo ela lhe disse: você acabou de usar o banheiro do trem.
- Está bem querida, vamos para aquele cantinho onde teremos uma visão melhor da festividade.
- Acho que aqui está ótimo argumentou a mulher sem dar maior atençõ ao maridão.
E não deu mais tempo de nada...
- Oi querido (Osvaldo ouviu aquela vozinha provocante)... que surpresa e já o abraçando lascou um baita beijo em seus lábios.
A mulher não entendia o que estava se passando e brava perguntou: - quem é esta moça atrevida?
O cara de pau empertigado, pigarreando balbuciou à sirigaita: amor esta é minha irmã e virando-se para Lindalva: mana esta é Catarina minha noiva.
O restante vocês podem imaginar: Osvaldo estava num beco sem saída.
Maurélio Machado