Um Cabra Apaixonado

Num pequeno vilarejo do sertão nordestino, havia um cabra chamado Zé da Paixão. Zé, como o nome já dizia, era um homem que vivia com o coração na mão, pronto pra amar. Um dia, numa festa de São João, ele viu Maria Bonita pela primeira vez. Ela, com seus cabelos longos e negros como a noite sem lua, dançava uma quadrilha que fazia o chão tremer de tanto encanto.

Zé, com a coragem de um vaqueiro destemido, se aproximou e pediu pra dançar com ela. Maria aceitou com um sorriso que iluminava mais que as fogueiras ao redor. Enquanto dançavam, Zé sentiu que o tempo parou, e tudo o que ele via era o brilho dos olhos dela.

No dia seguinte, Zé montou no seu cavalo e foi até a casa de Maria. Levou um buquê de flores do campo e uma sanfona, decidido a conquistar o coração dela de vez. Chegando lá, ele tocou uma canção que falava de amor sincero, desses que não se acha em qualquer lugar.

Maria, emocionada com a serenata, aceitou o buquê e o beijo tímido que Zé roubou. Daquele dia em diante, os dois não se desgrudaram mais. Zé prometeu a Maria que todo São João eles iriam dançar juntos, celebrando o amor que nasceu sob o céu estrelado do sertão.

E assim foi. Todo ano, na festa junina, lá estavam Zé e Maria, dançando a quadrilha, com um amor que só crescia e iluminava a vida dos dois, mostrando que, quando o coração é grande, o sertão vira mar de felicidade.