João de Santo Cristo e Mônica
Como tenho um quintal enorme (e meu cachorro morreu), adquiri um galo (o Paulo Ricardo) e soltei-o no quintal. Cara! o Paulo era um amor de pessoa, atento a tudo, nada passava despercebido, o "the king do quintal"... até as lagartixas do muro fugiram com medo dele, mas o Paulo deu um vacilo: todos os dias me acordava às duas da madrugada com seu canto de uma nota só e decibéis de trem desgovernado. Puts, apesar de cantar bem melhor que um tal de Pablo Vitar, não teve jeito, coloquei o Paulo na panela, encomendei a alma dele, fiz uma farofa acebolada, comprei uma caixinha de cerveja, pus um som do Queen... e, do Paulo, só lembranças. Que Deus o tenha num bom lugar.
Para a sombra do meu abacateiro não ficar solitária, fui na feira e comprei um outro galo, o João de Santo Cristo. Mas, quem estava solitário era o João e como não sou Deus, com poderes para tirar-lhe uma costela e dar-lhe uma fêmea, voltei à feira para arrumar-lhe uma namorada.
E, voilà, lá estava ela, no meio das outras: preta, pretíssima, preta rock, galinha de macumba. Não sei o João, mas se eu fosse um galo me apaixonaria na hora... A "nêga", negra igual a Maria de Fátima (minha motocicleta).
Saí da feira conversando com a "nêga"... "Vou chamá-la de Mônica, tenho certeza que o João irá gostar de você". Passa uma menina e diz: "Esse cara é doido, tá conversando com uma galinha, haha".
- Doida é você, sua galinha... desculpe, Mônica.
Chegando em casa, escondo a Mônica e grito pro João: "João, venha aqui, tenho uma surpresa para você". O João vem todo alegre pensando que é comida, ops! Cara, foi amor a primeira trepada, haha! (o coitado do João tava numa secura de lascar).
Depois posto as fotos do casal. Eles querem seguir os ensinamentos de Deus: se multiplicarem... a não ser... (né?) que o João de Santo Cristo tenha a infeliz ideia de cantar às duas da madrugada, então quem irá cantar novamente será o Fred Mercury.