Um brinquedo inesquecível
Como toda criança nascida por volta dos anos sessenta, no tempo em que ainda não havia brinquedos de controle remoto, vídeo game; e o celular e a internet eram somente o vislumbre de um futuro distante, nossa diversão era presencial: futebol, queimada, pipa, bola de gude, pião, pique-pega, banho escondido nas cachoeiras e por aí vai.
Comunicação? Apenas por cartas, telegramas, telex. E ligação telefônica, só era possível através da telefonista local, que através de incontáveis plugues nos conectava com a outra pessoa. Isso se estivéssemos com sorte! A criançada se virava como podia para a diversão diária.
Acontecia assim na minha infância, se brigasse na escola, apanhava também em casa. E se tirasse nota ruim, puxão de orelha ou castigos piores. Não tinha dessa de que "criança não apanha". Apanhava sim! E com acessórios variados: cinto, vara, chinelo, e no meu caso, o que estivesse ao alcance da mão materna.
Lembro perfeitamente de um brinquedo que eu amava: uma guitarra de plástico azul com seis cordas de nylon. Depois de uma peraltice das bravas, foi a primeira coisa que minha mãe pegou. Não me esqueço da guitarrinha azul nem da bendita coça. Para minha tristeza e do meu pobre corpinho, os brinquedos daquela época não quebravam de jeito nenhum. Eram super-resistentes!