EU SOU TODO A FAVOR DO ROMANTISMO
“Sabe,” eu disse interrompendo meus beijos, “eu sou capaz de renunciar minha vida de pecados por essa sua bunda.”
Ela se virou sorrindo, apoiando a cabeça na mão. “É mesmo?” Me perguntou enquanto eu subia por seu corpo.
“Óbvio,” eu respondi entre beijos em seu pescoço dessa vez. “Quem não fizesse isso, seria muito otário,” por fim beijei sua boca. E a beijei lembrando das vezes que desejei fazer isso. Lembrando da inveja que sentia de cada cigarro que tocava seus lábios aos finais de semana a vendo, a ouvindo falar qualquer coisa que a noite trazia de assunto para conversarmos, para bebermos quando sobrava silêncio no espaço de nossos corpos. E a ideia, somente a ideia, que a fantasia em preencher minhas mãos com aquela bunda, era capaz de me desidratar. Mas o erotismo, eu pensei agora apertando sua pele tão macia como eu imaginava que seria, não se limitava à satisfação de meus desejos. Era um conjunto, abrangendo os sentimentos do momento e as fantasias que eu vinha tendo com esse dia tão esplêndido. As possibilidades, o que fazer e como fazer, o que dizer, como dizer e quando dizer, coisas que à primeira vista parecem supérfluas, e também podem soar, mas que eu me importava e irei me importar sempre que me engajo com alguém.
Voltava a beijar sua boca quando minha respiração se tornava leve. Cada final de selinho eu apertava sua bunda, e ela me puxava com uma das mãos, em minhas costas, em meus braços, em minha nuca, onde quer que fosse e sentisse necessidade de me trazer mais para dentro de si. E também me apertava conforme o calor aumentava nesse espaço tão pequeno entre nós dois.
“Então,” eu a soltei, tão de repente que ela demorou a abrir os olhos. “O que você me diz de sairmos para comer?”
“Você tá falando sério?”
“Acha que eu deixaria de te beijar à toa?”
Ela se ergueu, encarando meus olhos na mesma altura. “E depois?”
“Bom, depois você decide. O que me importa é o agora,” eu respondi com um sorriso sincero.
“Você se incomodaria de me levar pra casa?”
“Eu não gostaria que fosse de outro jeito,” ela respondeu com um sorriso. “Aonde você quer ir?” por fim vesti minha camisa.
“Pode ser uma lanchonete mesmo, não me importo com o lugar.” Ela se levantou de minha cama e saímos.