PERIGO NA ESTRADA
Eram cinco da tarde quando Aparicio acordou na cabine de seu caminhão. Ali era parada costumeira, almoçava e dormia até o sol esfriar para continuar viagem. Era uma manobra usada por quase todos os caminhoneiros para poupara os pneus. Agora continuaria rodando até o posto onde passaria a noite. Comprou na loja de conveniência alguns biscoitos, encheu o um galão com água potável e ligou o caminhão dando um tempo para aquecer o motor. Enquanto verificava os pneus, um rapaz moreno alto, com uma mochila nas costas se aproximou perguntando: "O senhor vai passar por Ourinhos?" Ressabiado o caminhoneiro já com mais de vinte anos rodando pelas estradas Brasil a fora, previu um pedido de carona. Avaliando o rapaz dos pés à cabeça respondeu "Vou, mas a empresa não permite que eu leve passageiros em hipótese nenhuma". O rapaz agradeceu e começou a se afastar. Aparício sentiu vontade de reconsiderar o que dissera. Não tinha nada de empresa, era desculpa dele. E além do mais seria uma companhia para ele viajar a noite. Chamou o rapaz de volta e fez algumas perguntas. De onde vinha? Para onde ia? No que trabalhava . As respostas lhe pareceram convincentes e uns quinze minutos depois já estavam na estrada. O rapaz era bom de prosa e seguiram conversando como sem fossem velhos amigos. Depois de rodarem umas duas horas começou a sair muita fumaça do motor. Aparicio lembrou-se então que tinha esquecido da água do radiador. Vamos esperar esfriar e repor a água. Tinham acabado de passar uma ponte e constatando que não tinha água suficiente, pediu ao rapaz para voltar e encher o galão no córrego. eram no máximo uns duzentos metros, e assim que seus olhos se acostumaram à escuridão Trajano foi buscar a água. Quando voltava percebeu um carro parado ao lado do caminhão, a estrada tinha pouco movimento, e a uma certa distancia começou a ouvir vozes que foram se avolumando, parecia uma discussão. Deixou o galão no chão e foi se aproximando cautelosamente então viu Aparício ajoelhado no chão pedindo que não o matassem, que levassem tudo o que quisessem, até o caminhão. um dos homens apontava uma arma para a cabeça do motorista enquanto o outro vasculhava a carga procurando alguma coisa. "Tem certeza que é esse caminhão? o Marquinhos informou a placa?" perguntou o que remexia a carga. "É esse mesmo, procure um embrulho amarelo". Trajano subiu silenciosamente na carroceria segurando uma pedaço de pau encontrado no percurso. Quando o bandido pressentiu sua presença e quis se virar, levou uma violenta pancada na cabeça, e caiu da carroceria com um baque surdo. Enquanto o outro bandido gritava "Que merda é essa cara? Anda logo". Pulando para o chão com agilidade, Trajano encontrou a arma do bandido caído e rendeu o que ameaçava Aparício. "largue a arma e levante as mãos", o bandido começou a levantar as mãos mas mudou de idéia, girou o corpo rapidamente e disparou sua arma. Trajano pressentira essa reação e tinha dado dois passos para o lado e aí não teve escolha. disparou três vezes contra o vagabundo. Abaixou-se e verificou que o homem estava morto, voltou ao caminhão e e viu que a pancada abrira o crânio do outro infeliz que também dava seus últimos suspiros. Com os dois assaltantes mortos, passaram a procurar na carga o tal embrulho amarelo e quando o encontraram constataram que continha vários quilos de um pó branco, provavelmente cocaína. transferiram o volume para o carro dos bandidos e nele colocaram também os corpos. Puseram água no radiador para seguir viagem e deixar aquela cena macabra para trás. Aparicio estava num grande dilema, pensava em parar no primeiro posto policial que encontrassem contar tudo à polícia e deixar que que resolvessem o caso.Foi quando Trajano abriu o jogo: "Fique tranquilo, sou policial, já sabia que tinham escondido a droga no seu caminhão e quer tentariam intercepta-lo. O plano era recolherem a droga, mata-lo e fugir. Há tempos que perseguimos essa quadrilha. Resolvi pedir carona para protege-lo". Aparício estava incrédulo "policial, mas sem arma?", O misterioso passageiro sorrindo calmamente indicou a mochila,"está lá dentro, você estava desconfiado, então guardei na mochila. Não pretendia me afastar dela, mas com o imprevisto do radiador fui buscar a água e cometi um erro que um policial jamais deve cometer, afastar-de de sua arma. Tivemos muita sorte, esses homens são extremamente perigosos". Enfiando a mão no bolso, Trajano tirou a identificação apresentou ao motorista dizendo: "Siga sua viagem, vá com Deus e obrigado pela carona. Vou ficar aqui e aguardar a equipe que Já está a caminho".Aparício entrou no caminhão ainda trêmulo, e cheio de dúvidas. Aquela história estava muito esquisita. Mas pelo sim pelo não meteu o pé no acelerador e foi embora agradecido a Deus por ter dado aquela carona. Não tinha nada a ver com aquilo e não queria complicações. O medo ainda o perseguiu por muito tempo, e ele guardou essa história em segredo por muitos anos. Poderiam não acreditar nela. Nunca mais soube do misterioso passageiro.
Eram cinco da tarde quando Aparicio acordou na cabine de seu caminhão. Ali era parada costumeira, almoçava e dormia até o sol esfriar para continuar viagem. Era uma manobra usada por quase todos os caminhoneiros para poupara os pneus. Agora continuaria rodando até o posto onde passaria a noite. Comprou na loja de conveniência alguns biscoitos, encheu o um galão com água potável e ligou o caminhão dando um tempo para aquecer o motor. Enquanto verificava os pneus, um rapaz moreno alto, com uma mochila nas costas se aproximou perguntando: "O senhor vai passar por Ourinhos?" Ressabiado o caminhoneiro já com mais de vinte anos rodando pelas estradas Brasil a fora, previu um pedido de carona. Avaliando o rapaz dos pés à cabeça respondeu "Vou, mas a empresa não permite que eu leve passageiros em hipótese nenhuma". O rapaz agradeceu e começou a se afastar. Aparício sentiu vontade de reconsiderar o que dissera. Não tinha nada de empresa, era desculpa dele. E além do mais seria uma companhia para ele viajar a noite. Chamou o rapaz de volta e fez algumas perguntas. De onde vinha? Para onde ia? No que trabalhava . As respostas lhe pareceram convincentes e uns quinze minutos depois já estavam na estrada. O rapaz era bom de prosa e seguiram conversando como sem fossem velhos amigos. Depois de rodarem umas duas horas começou a sair muita fumaça do motor. Aparicio lembrou-se então que tinha esquecido da água do radiador. Vamos esperar esfriar e repor a água. Tinham acabado de passar uma ponte e constatando que não tinha água suficiente, pediu ao rapaz para voltar e encher o galão no córrego. eram no máximo uns duzentos metros, e assim que seus olhos se acostumaram à escuridão Trajano foi buscar a água. Quando voltava percebeu um carro parado ao lado do caminhão, a estrada tinha pouco movimento, e a uma certa distancia começou a ouvir vozes que foram se avolumando, parecia uma discussão. Deixou o galão no chão e foi se aproximando cautelosamente então viu Aparício ajoelhado no chão pedindo que não o matassem, que levassem tudo o que quisessem, até o caminhão. um dos homens apontava uma arma para a cabeça do motorista enquanto o outro vasculhava a carga procurando alguma coisa. "Tem certeza que é esse caminhão? o Marquinhos informou a placa?" perguntou o que remexia a carga. "É esse mesmo, procure um embrulho amarelo". Trajano subiu silenciosamente na carroceria segurando uma pedaço de pau encontrado no percurso. Quando o bandido pressentiu sua presença e quis se virar, levou uma violenta pancada na cabeça, e caiu da carroceria com um baque surdo. Enquanto o outro bandido gritava "Que merda é essa cara? Anda logo". Pulando para o chão com agilidade, Trajano encontrou a arma do bandido caído e rendeu o que ameaçava Aparício. "largue a arma e levante as mãos", o bandido começou a levantar as mãos mas mudou de idéia, girou o corpo rapidamente e disparou sua arma. Trajano pressentira essa reação e tinha dado dois passos para o lado e aí não teve escolha. disparou três vezes contra o vagabundo. Abaixou-se e verificou que o homem estava morto, voltou ao caminhão e e viu que a pancada abrira o crânio do outro infeliz que também dava seus últimos suspiros. Com os dois assaltantes mortos, passaram a procurar na carga o tal embrulho amarelo e quando o encontraram constataram que continha vários quilos de um pó branco, provavelmente cocaína. transferiram o volume para o carro dos bandidos e nele colocaram também os corpos. Puseram água no radiador para seguir viagem e deixar aquela cena macabra para trás. Aparicio estava num grande dilema, pensava em parar no primeiro posto policial que encontrassem contar tudo à polícia e deixar que que resolvessem o caso.Foi quando Trajano abriu o jogo: "Fique tranquilo, sou policial, já sabia que tinham escondido a droga no seu caminhão e quer tentariam intercepta-lo. O plano era recolherem a droga, mata-lo e fugir. Há tempos que perseguimos essa quadrilha. Resolvi pedir carona para protege-lo". Aparício estava incrédulo "policial, mas sem arma?", O misterioso passageiro sorrindo calmamente indicou a mochila,"está lá dentro, você estava desconfiado, então guardei na mochila. Não pretendia me afastar dela, mas com o imprevisto do radiador fui buscar a água e cometi um erro que um policial jamais deve cometer, afastar-de de sua arma. Tivemos muita sorte, esses homens são extremamente perigosos". Enfiando a mão no bolso, Trajano tirou a identificação apresentou ao motorista dizendo: "Siga sua viagem, vá com Deus e obrigado pela carona. Vou ficar aqui e aguardar a equipe que Já está a caminho".Aparício entrou no caminhão ainda trêmulo, e cheio de dúvidas. Aquela história estava muito esquisita. Mas pelo sim pelo não meteu o pé no acelerador e foi embora agradecido a Deus por ter dado aquela carona. Não tinha nada a ver com aquilo e não queria complicações. O medo ainda o perseguiu por muito tempo, e ele guardou essa história em segredo por muitos anos. Poderiam não acreditar nela. Nunca mais soube do misterioso passageiro.