NOVOS RICOS
Dona Henriqueta e seu marido, Moacir tiveram uma boa safra de café em sua fazenda de Bragança Paulista, nos idos de 1950. Vendido a uma cooperativa, o produto exportado lhes rendeu um valor substancial. Nunca haviam viajado ao exterior e com essa inesperada folga financeira resolveram conhecer Buenos Aires.
Ficaram encantados com a capital portenha, aproveitando muito bem a semana em que lá estiveram, conhecendo os principais pontos turísticos, Casa Rosada, La Boca, Teatro Colón, Caminito, Obelisco, Cementerio de La Recoleta e Plaza de Mayo. Também fizeram um tour de barco pelo Rio Tigre e tiveram sua noite de parrilada e tango.
Formavam um casal simples, de pouco estudo e muita labuta com a terra. Porém, agora a sorte lhes sorria, o preço do café estava em alta no mercado internacional.
Na volta para casa, embarcaram no aeroporto de Ezeiza, trazendo na bagagem muitas compras de artigos em couro e cachemir para si e para os filhos, além de inumeros souvenirs.
Durante a viagem de volta a São Paulo, o avião passou por uma zona de extrema turbulência. Dona Henriqueta começou a chorar e a gritar:
“Parem esta coisa que eu quero descer!”
Deu vexame em sua primeira ida ao exterior e segunda viagem de avião...