14 - UMA MUDANÇA RADICAL
De tanto escrever aquela mesma frase, dezenas de vezes, em sala de aula, o garoto Billy Lupércio Daniel acordou na manhã do dia o dia seguinte com o punho de sua mão esquerda dolorido e um pouco inchado, com ligeiros sintomas de quem tivesse contraído uma tendinite.
Segundo o método de ensino empregado por sua professora, tornar-se-ia muito eficaz, a reprodução continuada da frase, em manuscrito, “Minha letra é horrível”, durante um dia, em sala de aula, para que ele aprimorasse um pouco mais a sua caligrafia.
Depois de passar por aqueles momentos de constrangimento e de pressão psicológica, Billy prometeu para Deus, para si mesmo e para o resto do mundo, que iria melhorar sua caligrafia, e isso estaria por acontecer já a partir do início da semana letiva seguinte.
Dito e feito. Como se tratava de um fim de semana prolongado, seguido de um feriado na segunda-feira, sem a necessidade de ele ir para a escola e nem ter de ir trabalhar nas atividades da lavoura, ocasião em que ajudaria seu pai quando do seu retorno diário da escola, aproveitou para treinar mais e mais sua caligrafia.
- Ninguém mais irá dizer que minha caligrafia é horrível, ainda que ela realmente o tenha sido antes –disse – com os punhos cerrados, não o fazendo com muito vigor devido àquela dor persistente advinda de sua mão esquerda.
Se lá na escola ele tinha repetido aquela famigerada frase uma centena de vezes, naquele fim de semana prolongado ele aproveitou para escrever textos do seu livro de História do Brasil, por mais algumas dezenas de vezes, visando com isso à fixação de um padrão caligráfico sofrível.
A mãe dele, que não sabia ler nem escrever, ao vê-lo determinado, escrevendo sem parar, perguntou-lhe por que riscava tanto o seu caderno; Billy disse-lhe que não estava riscando-o e sim copiando o que estava escrito naquele seu livro didático, para não esquecer a lição na hora que fosse preciso mostrar o que já tinha aprendido. Para não a preocupar mais naquele dia, como o fizera noutras ocasiões, ele não contou o motivo de estar se “esforçando” para ter de melhorar sua caligrafia, a qualquer custo.
De tanto treinar sua escrita, Billy acabou encontrando um tipo caligráfico ideal e uma forma de aprimorá-lo cada vez mais. Aquela professora que antes tinha afirmado que a letra dele era horrível, já naquela semana seguinte, passou a achá-la bonita e a perguntar o que ele tinha feito para ter mudado tanto, em tão curto espaço de tempo, tendo dito, inclusive, que ele tinha mudado da água para o vinho.
Sua professora estava coberta de razão. A mudança de postura de Billy, no tocante à sua escrita, foi tão radical que até hoje nem mesmo ele sabe ao certo como aquilo aconteceu de uma forma tão súbita e eficazmente controlada.
Inicialmente ele imaginara que fora Zeus, um deus grego, o último filho dos titãs Cronos e Réia, que por ele ser considerado o supremo dos homens e o mandatário mor dos deuses que habitavam o monte Olimpo, quiçá, ficou com muito dó daqueles seus momentos de angústia, acompanhados de um sofrimento moral que o afligia e o tenha inspirado sobremaneira, naqueles seus dias consecutivos de puro treinamento.
Posteriormente, quando alguém o indagava a respeito dessa sua mudança radical, ele passou a dizer que se não fora Zeus, o deus grego, teria sido o deus egípcio Toth, que na arte é representado com as formas da ave íbis ou de um babuíno. Toth, que para os egípcios é o deus do conhecimento, da sabedoria, da escrita, da música e da magia, também fora o responsável pela criação da escrita hieroglífica, da matemática, arquitetura, medicina, e todas as demais ciências das quais os egípcios faziam uso.
Segundo a crença da civilização egípcia, essa divindade compreendia todos os mistérios da mente humana e, com todo esse cabedal cognitivo, ele não deixaria o garoto Billy sem o devido e premente socorro escolar do qual necessitava.
Certamente, esses dois deuses acima mencionados estiveram com Billy durante todo o tempo em que ele esteve treinando sua caligrafia e não resta a menor dúvida de que eles, poderosos como o foram nos seus tempos, o encorajaram sobremaneira no intuito de que ele aprimorasse cada vez mais a sua escrita, tendo ele, finalmente, conseguido atingir o seu objetivo.
Segundo o método de ensino empregado por sua professora, tornar-se-ia muito eficaz, a reprodução continuada da frase, em manuscrito, “Minha letra é horrível”, durante um dia, em sala de aula, para que ele aprimorasse um pouco mais a sua caligrafia.
Depois de passar por aqueles momentos de constrangimento e de pressão psicológica, Billy prometeu para Deus, para si mesmo e para o resto do mundo, que iria melhorar sua caligrafia, e isso estaria por acontecer já a partir do início da semana letiva seguinte.
Dito e feito. Como se tratava de um fim de semana prolongado, seguido de um feriado na segunda-feira, sem a necessidade de ele ir para a escola e nem ter de ir trabalhar nas atividades da lavoura, ocasião em que ajudaria seu pai quando do seu retorno diário da escola, aproveitou para treinar mais e mais sua caligrafia.
- Ninguém mais irá dizer que minha caligrafia é horrível, ainda que ela realmente o tenha sido antes –disse – com os punhos cerrados, não o fazendo com muito vigor devido àquela dor persistente advinda de sua mão esquerda.
Se lá na escola ele tinha repetido aquela famigerada frase uma centena de vezes, naquele fim de semana prolongado ele aproveitou para escrever textos do seu livro de História do Brasil, por mais algumas dezenas de vezes, visando com isso à fixação de um padrão caligráfico sofrível.
A mãe dele, que não sabia ler nem escrever, ao vê-lo determinado, escrevendo sem parar, perguntou-lhe por que riscava tanto o seu caderno; Billy disse-lhe que não estava riscando-o e sim copiando o que estava escrito naquele seu livro didático, para não esquecer a lição na hora que fosse preciso mostrar o que já tinha aprendido. Para não a preocupar mais naquele dia, como o fizera noutras ocasiões, ele não contou o motivo de estar se “esforçando” para ter de melhorar sua caligrafia, a qualquer custo.
De tanto treinar sua escrita, Billy acabou encontrando um tipo caligráfico ideal e uma forma de aprimorá-lo cada vez mais. Aquela professora que antes tinha afirmado que a letra dele era horrível, já naquela semana seguinte, passou a achá-la bonita e a perguntar o que ele tinha feito para ter mudado tanto, em tão curto espaço de tempo, tendo dito, inclusive, que ele tinha mudado da água para o vinho.
Sua professora estava coberta de razão. A mudança de postura de Billy, no tocante à sua escrita, foi tão radical que até hoje nem mesmo ele sabe ao certo como aquilo aconteceu de uma forma tão súbita e eficazmente controlada.
Inicialmente ele imaginara que fora Zeus, um deus grego, o último filho dos titãs Cronos e Réia, que por ele ser considerado o supremo dos homens e o mandatário mor dos deuses que habitavam o monte Olimpo, quiçá, ficou com muito dó daqueles seus momentos de angústia, acompanhados de um sofrimento moral que o afligia e o tenha inspirado sobremaneira, naqueles seus dias consecutivos de puro treinamento.
Posteriormente, quando alguém o indagava a respeito dessa sua mudança radical, ele passou a dizer que se não fora Zeus, o deus grego, teria sido o deus egípcio Toth, que na arte é representado com as formas da ave íbis ou de um babuíno. Toth, que para os egípcios é o deus do conhecimento, da sabedoria, da escrita, da música e da magia, também fora o responsável pela criação da escrita hieroglífica, da matemática, arquitetura, medicina, e todas as demais ciências das quais os egípcios faziam uso.
Segundo a crença da civilização egípcia, essa divindade compreendia todos os mistérios da mente humana e, com todo esse cabedal cognitivo, ele não deixaria o garoto Billy sem o devido e premente socorro escolar do qual necessitava.
Certamente, esses dois deuses acima mencionados estiveram com Billy durante todo o tempo em que ele esteve treinando sua caligrafia e não resta a menor dúvida de que eles, poderosos como o foram nos seus tempos, o encorajaram sobremaneira no intuito de que ele aprimorasse cada vez mais a sua escrita, tendo ele, finalmente, conseguido atingir o seu objetivo.