- Levem o careca

DEITADO NA REDE, descansando do almoço (cozido, nunca chambaril, chambaril é cozido light), quando também tomou meia dúzia de lapadas de cachaça, enquanto o sono da famosa siesta (como dizem os mexicanos) não chegava, o véio quase caduco pensava na sua terra, nas histórias que sempre ouvia, quando menino, os adultos contarem depois do jantar sentados em cadeiras na frente das casas. Uma dessas historias, que era sempre recontada como forma de acentuar que ninguém fugia ao destino, ele nunca esqueceu. Ria dela mas achava que encerrava uma verdade.

Diziam que a morte chegou toda paramentada e com a sua famosa foice na mãos, acompanhada por seu estado-maior, todos vestidos de preto e suas capas trêmulas, parecendo urubus (sempre associava esse traje aos dos ministros dos tribunais).A orte chegara na cidadezinha para levar uma encomenda, ou seja, um sujeito marcado para morrer naquele dia. Esse sujeito era um cara que usava um vasta cabeleira e barba grande. Esse cara, tve uma espécie de premonição, era muito ruim mas medroso, e foi auma cartomante, ela botou o baralho gasto e leu nas cartas encardidas que a morte viria buscar o sujeito. As cartas mostravam a morte levando um cara de cabeleira grande e barbudo. O sujeito não teve dúvida: mandou raspar o cabelo e a barba, ficou irreconhecível e ficou escondido num beco, brechando achegada da morte e sua comotiva. Ela chegou e não achou o sujeito em cssa, revirou a cidade e nao encontrou o cara, como tinha outros compromissos, resolveu tomar uma providência incomu, resolveu improvisar, seria apenas uma mera gambiarra. Ela disse a seus ajudantes: - Basta de procurar,vamos tlevar outro no lugar do sujeito. E aí viu um sujeito careca se escondendo num beco, apontou e ordenou: -Levam aquele careca que está se escondendo no beco. Levaram.

Antes de pegar no sono o homem repetiu rindo mas de certa forma concordando com a conclusão do contador da história: - Ninguem foge ao seu destino. Inté.