NÓ VERDADEIRO
Olho para as estrelas na tentativa de te ver, mas as nuvens insistem em cobrir as estrelas. As nuvens tentam desenhar o seu rosto e os relâmpagos gritam que não. Nesse momento entre as fortes águas ouço a voz de Deus e sinto que ainda não é o momento.
Suicídio fetal. Uma fatalidade rara!
Difícil dizer, difícil aceitar, difícil acreditar. Foram anos de ressentimentos guardados, horas de angústias e lágrimas escondidas.
Em 21/06/1991, eu despontava mais uma vez para a vida enquanto minha pequenina Anielly Thamires partia para o mundo do desconhecido. Enquanto eu tive a oportunidade e uma nova chance de vida ela sequer conheceu o sol, não me conheceu e nem eu a ela. Sei que era linda, de faces rosadas e boca em formato de coração. Talvez um anjo perdido na terra. Suicídio fetal, nome dado a quem se desenvolve com nó verdadeiro no cordão umbilical. Um defeito no cordão, resultado das voltas incríveis e absurdas que o bebê faz dentro do útero formando um nó verdadeiro que ao ser esticado com seus movimentos, interrompe o fluxo sanguíneo que o mantém, um nó que apertava cada vez mais em que ela crescia e que foi crucial para definitivamente tirar-lhe a vida, deixando de levar oxigênio e alimento a quem estava cheia do fôlego da vida.