O calor do amor
Depois daquele dia fatal, Nandinho deixou o grupo, foi por causa da morte de um cachorrinho de estimação de seu amigo morador de rua, viviam debaixo de uma marquise que anexava a um túnel para pedestre desativado ali a Rua Santa Maria em uma pista que passavam cruzando a cidade, mais adiante dali a uns quarentas metros foi construída uma passarela com facilidade de acesso ao outro lado da pista.
Aquele grupo de indigentes se acampava debaixo de uma proteção que haviam construído para esperar um transporte coletivo que ladeava essa pista rumo às vilas daquela cidade. O rapaz andarilho estava a rondar aquela cidade em busca de um lugar seguro para ficar, não gostava de dormir sozinho pelas aquelas vias, ouviam-se muitos casos de assassinato de andarilho naquelas noites, ele muito se preocupava com esses atos covardes, tirar a vida de um indefeso só por motivo banal. Foi uma grande perca... perder seus amigos que sempre acompanharam nas lidas cansativas de juntar reciclaveis, mas teve que sair por força dos amigos que diziam ser ele o causador da morte do cãozinho, mas o rapaz era inocente, não foi Nandinho.
Depois de quilômetros andados chegou de frente de uma velha obra abandonada, pensou em entrar mais ficou com medo, já era noite não podia adivinhar os perigos que poderia encontrar nesse local, deu a volta pelo outro lado e foi observar direitinho, quando dobrou a esquina, que virou para o outra da rua aí foi que ele viu que havia alguém se acampando por ali, percebeu labaredas, tinha um fogo por ali, estava certo que tinha alguém se acalentando próximo às chamas, entrou e foi cumprimentando esses povos sem teto.
- oh amigo, estava passando por aí, vi um clarão aqui, entrei só para dar uma olhada... Como vai vocês? (disse Nandinho com ar de que está forçando uma conquista de amizade.)
- aqui estamos tudo bem na medida do possível, esse grupo já está completo, é melhor você cair fora, já somos oitos acampados aqui, não tem espaço para mais ninguém ( senhor Alfredo disse com autoridade, se achava o líder, queria ditar as regra no grupo de mendigo.(De cócoras e seu rosto bem próximo às labaredas esfregava as palmas da mão, arrepiado e tremendo gelado, o frio estava intenso.)
- oh... deixe ficar seu Alfredo, Nandinho eu conheço muito tempo, gente boa ( essa fala era de mulher, em meio o escurinho foi dita debaixo de algumas velhas coberta junto com umas meias dúzias de criaturas deitadas entre o concreto gélido e algumas graminhas feito forro de dormir)
- Pronto Maninha, já me convenceu, vou deixar Nandinho ficar por aqui essa noite, que sacrifício eu não faço a você né? Minha querida Maninha... Mas só essa noite, amanhã pode pegar o caminho de volta, chispa já, suma dessa turma, aqui não tem pra mais ninguém. (O velho falou meio contrariado, concedendo a chance de ele ficar só até amanhã)
Ele estava com o peito ferido, angustiado com sentimento de rejeição, fazia parte de outro grupo, teve que sair às pressas, houve um desentendimento, e um daqueles homens o ameaçava de morte caso ele persistisse em acompanhar aqueles andarilhos, por isso procurava outra turma em que pudesse acompanhar, poderia se encachar muito bem nesse novo grupo desses amigos, mas parece que não foi bem recebido, seu Alfredo era um velho muito mau, ditava regras e disciplinas muito rígidas, não era qualquer um que se adaptava aqueles regimes, por isso aquele grupo nunca crescia.
O novato se afastou dos outros uns dez metros dos que já estavam lá, achou um lugar bom, era debaixo de uma escada nessa construção não acabada abandonada, colocou seu saco de tralhas ao chão, agachou e começou a retirar de dentro objetos e roupas para fora de sua mala, tipo saco meio que azul marinho, não estava muito limpo.
Seu Alfredo; o homem mal disse com autoridade ao Nandinho:
- precisamos de comida, estamos com necessidade de matar a fome desses nossos amigos aqui acampados, ele fica responsável para essa obrigação, se é que quer mesmo acompanhar nossa turma, agora veremos se ele é mesmo bom para conseguir as ajudas, conforme os resultados será um dos nossos, pode ir a campo, ainda é cedo, hora que os ricos estão comendo, vejamos se você consegue amolecer corações dessa gente que tanto esperdiça alimentos, muitos deles até nos nega, mas quando é no outro dia cedo jogam aquelas enormes tigelas de comidas que estragou no lado de fora da casa.
Certeza que ele teria um lugar para conseguir a boa comidinha até quentinha, atravessou a pracinha, caminhou uns quatrocentos metros, ele chegou a grande mansão, ali estava os corações bondosos, era de religiosos, mas se tratavam de uma família de espíritas e católicos, sempre estavam com as mãos estendidas para ajudar os necessitados. Por coincidência ou não quando esse rapaz se aproximou da calçada lá vinha a doméstica a regar o pé de palmeira que haviam plantado à alguns dias anterior.
A moça depois de jogar a água nas plantas foi logo perguntando o que ele queria quando estava de pé em frente do portão.
- o que está fazendo aí rapaz?
- preciso de comida, estou com fome, a senhora pode me arrumar algo, nem que for um pouquinho para enganar o estômago?
- e como se chama o senhor? Posso saber seu nome?
- sim... Eu me chamo Nandinho, a senhora não se lembra mais de mim? Já tenho vindo outras vezes aqui, até peguei muita sopa que vocês me mandava quando eu estava em no outro acampamento.
- ah... Agora me lembro do senhor, do Nandinho, nós estávamos aguardando sua volta, até a patroa estava sentindo sua falta, fique tranquilo, vou arrumar um pouco de uma sopa, tá uma delícia, comi uma tigelada, aguarde um minutinho.
Seus olhares fixos naquela porta esperando que abrisse, e eis que logo aproxima a senhora doméstica com uma grande tigela de sopa, quente que até fumegava, o rapaz perguntou se hoje ia distribuir sopa para os irmãos de rua, sentia a precisão de ajudar os amigos acampados ali próximo a uns quinhentos metros.
- Precisa aguardar até as 22hs00 pode aguardar, estaremos lá, a proposito em quantos são vocês?
- comigo já são nove está bom, vamos aguardar, trouxe essas roupas para que você se agasalhe do frio, estão boas, foram usadas até poucos dias passados, tome é seu.
Ele vestiu aquele casaco, comeu aquela sopa que veio por antecipação, agora ia aguardar as dez da noite que já faltavam alguns minuto para presentear os amigos, queria ele chegar junto com o veículo que fazia a distribuição, esperou um pouco e chegou ao grupo, enquanto que todos perguntaram em uma só voz:
- Onde está a comida que você prometeu, não conseguiu?
- consegui sim, já tá para chegar, só uns instantes, logo chega.
Ao mesmo tempo em que se exigiam o combinado buzinaram lá à frente, era o pessoal da distribuição, chamaram todos ali pra perto, fizeram uma oração de agradecimento e foram repartido o saboroso alimento, até guardaram um pouco para mais tarde, todos foram para a caminha de barriga cheia. Agora Nandinho ganhou a confiança de todos, o sono vieram igual para todos, acordaram todos de barriga cheia.
O rapaz andarilho pegou a andar naquela avenida, desceu a ladeira, andou uns cinco quilômetros para chegar até ao seu antigos amigos de jornada, todos saíram para a cata dos reciclaveis, mas seu desafeto estava lá, parece que estava meio adoentado, não se sabem se foi pela morte do animalzinho de estimação, pode ser eles eram amigos inseparáveis; o homem e seu fiel amigo de quatro patas, Peron acusava Nandinho pela morte do cachorro, mas não foi ele, queria explicar a ele que era inocente dessa acusação, mas parece que Peron não queria desculpas, tinha que ser quem ele dizia, não tinha elementos de provas, só acusava.
- Peron, como está?... Já melhorou meu amigo?
- ainda não estou fraco, eu não me alimentei, dormi pouco, arrependi da briga que tivemos.
- Bobagem me dê aqui um abraço, somos amigos novamente, mas esquecer de meu totó não conssigo.
- não, não, não matei seu cachorro, ele ainda está por aqui por perto, sempre presente no coração amoroso de seu dono, o outro que te falou que fui eu, mentiu, falou aquilo só para me meter em encrenca, não acredite.
- Vou provar que seu cão ainda está por aqui entre nós, vou assoviar e chama-lo, veja lá.
O jovem indigente tinha poderes místicos, parece que conversava com os bichos, pássaros, animais domésticos, ele chamava assoviando pelo nome do cachorro, de repente veja quem vem lá, totó vinha em uma disparada carreira, as orelhinhas estendidas para trás, línguas salivantes e seu rabinho parecia um foquete.
- meu deus, como que eu posso acreditar nisso, meu totó está de volta ( enquanto que o cão fazia a maior festa, lambendo até a boca de seu dono, Peron retribuía os carinhos do animal, ficou muito contente e dizia.
- amanhã vamos novamente encher nosso carrinho de tudo que foi usado e que só serva para a reciclagem, não quero separar nunca mais de você meu belo e fiel amigo totó.
Nandinho tocou suas costas com a mão, deu três tapinhas no ombro do velho amigo e foi logo explicando o que ainda não estava muito certo.
- Peron meu amigo, tenho que dizer algo, você tem que aceitar essas palavras que são duras, mas você tem que ser homem para não ficar triste, seu totó não pode mais ficar aqui, agora ele está morando no céu dos cachorrinhos, você tem que aceitar isso, meu amigo, despeça de seu amiguinho, já está na hora dele ir embora, mas não chore, ele estará sempre no seu coração, seu cachorrinho foi atropelado na avenida, lógico que nunca seria eu o motivo dessa maldade.
O animalzinho foi saindo parece que estava chorando, rabo entre as pernas e gania entre latidos de dores, e acabou por desaparecendo atrás de uma pilastra de concreto.
- Quero que você volte para nosso grupo que é seu também.
- Já me acomodei em outros amigos, não voltarei mais,
Nandinho seguiu o caminho de volta por aquela avenida, quando ele colocou a mão nos bolsos do casaco, percebeu alguma coisa, retirou do bolso, era um pacote de dólar juntamente com um belo relógio Suíço de valores altíssimo, algo muito valioso, o rapaz acelerou os passos e logo estava novamente de frente a casa dos milionários que lhes mataram sua fome, tocou a campainha e falou na campainha e disse,
- oi, vocês me deram aquele casaco, mais ele tinha grandes valores no bolso, quero devolver, sou o Nandinho, lembra não?
- aguarde aí que a patroa está de saída e fala com você, é um minutinho só.
- dona Carmela ao passar pelo portão Nandinho esticou o braço e entregou a patroa tudo que achou nos bolsos do casaco que fora doado ontem, a senhora agradeceu e deu a ele uma gorjeta, para seu Nandinho era uma bela quantia, agradeceu e voltou para junto a seus amigos.
09/6/2019/ antherport.
Depois daquele dia fatal, Nandinho deixou o grupo, foi por causa da morte de um cachorrinho de estimação de seu amigo morador de rua, viviam debaixo de uma marquise que anexava a um túnel para pedestre desativado ali a Rua Santa Maria em uma pista que passavam cruzando a cidade, mais adiante dali a uns quarentas metros foi construída uma passarela com facilidade de acesso ao outro lado da pista.
Aquele grupo de indigentes se acampava debaixo de uma proteção que haviam construído para esperar um transporte coletivo que ladeava essa pista rumo às vilas daquela cidade. O rapaz andarilho estava a rondar aquela cidade em busca de um lugar seguro para ficar, não gostava de dormir sozinho pelas aquelas vias, ouviam-se muitos casos de assassinato de andarilho naquelas noites, ele muito se preocupava com esses atos covardes, tirar a vida de um indefeso só por motivo banal. Foi uma grande perca... perder seus amigos que sempre acompanharam nas lidas cansativas de juntar reciclaveis, mas teve que sair por força dos amigos que diziam ser ele o causador da morte do cãozinho, mas o rapaz era inocente, não foi Nandinho.
Depois de quilômetros andados chegou de frente de uma velha obra abandonada, pensou em entrar mais ficou com medo, já era noite não podia adivinhar os perigos que poderia encontrar nesse local, deu a volta pelo outro lado e foi observar direitinho, quando dobrou a esquina, que virou para o outra da rua aí foi que ele viu que havia alguém se acampando por ali, percebeu labaredas, tinha um fogo por ali, estava certo que tinha alguém se acalentando próximo às chamas, entrou e foi cumprimentando esses povos sem teto.
- oh amigo, estava passando por aí, vi um clarão aqui, entrei só para dar uma olhada... Como vai vocês? (disse Nandinho com ar de que está forçando uma conquista de amizade.)
- aqui estamos tudo bem na medida do possível, esse grupo já está completo, é melhor você cair fora, já somos oitos acampados aqui, não tem espaço para mais ninguém ( senhor Alfredo disse com autoridade, se achava o líder, queria ditar as regra no grupo de mendigo.(De cócoras e seu rosto bem próximo às labaredas esfregava as palmas da mão, arrepiado e tremendo gelado, o frio estava intenso.)
- oh... deixe ficar seu Alfredo, Nandinho eu conheço muito tempo, gente boa ( essa fala era de mulher, em meio o escurinho foi dita debaixo de algumas velhas coberta junto com umas meias dúzias de criaturas deitadas entre o concreto gélido e algumas graminhas feito forro de dormir)
- Pronto Maninha, já me convenceu, vou deixar Nandinho ficar por aqui essa noite, que sacrifício eu não faço a você né? Minha querida Maninha... Mas só essa noite, amanhã pode pegar o caminho de volta, chispa já, suma dessa turma, aqui não tem pra mais ninguém. (O velho falou meio contrariado, concedendo a chance de ele ficar só até amanhã)
Ele estava com o peito ferido, angustiado com sentimento de rejeição, fazia parte de outro grupo, teve que sair às pressas, houve um desentendimento, e um daqueles homens o ameaçava de morte caso ele persistisse em acompanhar aqueles andarilhos, por isso procurava outra turma em que pudesse acompanhar, poderia se encachar muito bem nesse novo grupo desses amigos, mas parece que não foi bem recebido, seu Alfredo era um velho muito mau, ditava regras e disciplinas muito rígidas, não era qualquer um que se adaptava aqueles regimes, por isso aquele grupo nunca crescia.
O novato se afastou dos outros uns dez metros dos que já estavam lá, achou um lugar bom, era debaixo de uma escada nessa construção não acabada abandonada, colocou seu saco de tralhas ao chão, agachou e começou a retirar de dentro objetos e roupas para fora de sua mala, tipo saco meio que azul marinho, não estava muito limpo.
Seu Alfredo; o homem mal disse com autoridade ao Nandinho:
- precisamos de comida, estamos com necessidade de matar a fome desses nossos amigos aqui acampados, ele fica responsável para essa obrigação, se é que quer mesmo acompanhar nossa turma, agora veremos se ele é mesmo bom para conseguir as ajudas, conforme os resultados será um dos nossos, pode ir a campo, ainda é cedo, hora que os ricos estão comendo, vejamos se você consegue amolecer corações dessa gente que tanto esperdiça alimentos, muitos deles até nos nega, mas quando é no outro dia cedo jogam aquelas enormes tigelas de comidas que estragou no lado de fora da casa.
Certeza que ele teria um lugar para conseguir a boa comidinha até quentinha, atravessou a pracinha, caminhou uns quatrocentos metros, ele chegou a grande mansão, ali estava os corações bondosos, era de religiosos, mas se tratavam de uma família de espíritas e católicos, sempre estavam com as mãos estendidas para ajudar os necessitados. Por coincidência ou não quando esse rapaz se aproximou da calçada lá vinha a doméstica a regar o pé de palmeira que haviam plantado à alguns dias anterior.
A moça depois de jogar a água nas plantas foi logo perguntando o que ele queria quando estava de pé em frente do portão.
- o que está fazendo aí rapaz?
- preciso de comida, estou com fome, a senhora pode me arrumar algo, nem que for um pouquinho para enganar o estômago?
- e como se chama o senhor? Posso saber seu nome?
- sim... Eu me chamo Nandinho, a senhora não se lembra mais de mim? Já tenho vindo outras vezes aqui, até peguei muita sopa que vocês me mandava quando eu estava em no outro acampamento.
- ah... Agora me lembro do senhor, do Nandinho, nós estávamos aguardando sua volta, até a patroa estava sentindo sua falta, fique tranquilo, vou arrumar um pouco de uma sopa, tá uma delícia, comi uma tigelada, aguarde um minutinho.
Seus olhares fixos naquela porta esperando que abrisse, e eis que logo aproxima a senhora doméstica com uma grande tigela de sopa, quente que até fumegava, o rapaz perguntou se hoje ia distribuir sopa para os irmãos de rua, sentia a precisão de ajudar os amigos acampados ali próximo a uns quinhentos metros.
- Precisa aguardar até as 22hs00 pode aguardar, estaremos lá, a proposito em quantos são vocês?
- comigo já são nove está bom, vamos aguardar, trouxe essas roupas para que você se agasalhe do frio, estão boas, foram usadas até poucos dias passados, tome é seu.
Ele vestiu aquele casaco, comeu aquela sopa que veio por antecipação, agora ia aguardar as dez da noite que já faltavam alguns minuto para presentear os amigos, queria ele chegar junto com o veículo que fazia a distribuição, esperou um pouco e chegou ao grupo, enquanto que todos perguntaram em uma só voz:
- Onde está a comida que você prometeu, não conseguiu?
- consegui sim, já tá para chegar, só uns instantes, logo chega.
Ao mesmo tempo em que se exigiam o combinado buzinaram lá à frente, era o pessoal da distribuição, chamaram todos ali pra perto, fizeram uma oração de agradecimento e foram repartido o saboroso alimento, até guardaram um pouco para mais tarde, todos foram para a caminha de barriga cheia. Agora Nandinho ganhou a confiança de todos, o sono vieram igual para todos, acordaram todos de barriga cheia.
O rapaz andarilho pegou a andar naquela avenida, desceu a ladeira, andou uns cinco quilômetros para chegar até ao seu antigos amigos de jornada, todos saíram para a cata dos reciclaveis, mas seu desafeto estava lá, parece que estava meio adoentado, não se sabem se foi pela morte do animalzinho de estimação, pode ser eles eram amigos inseparáveis; o homem e seu fiel amigo de quatro patas, Peron acusava Nandinho pela morte do cachorro, mas não foi ele, queria explicar a ele que era inocente dessa acusação, mas parece que Peron não queria desculpas, tinha que ser quem ele dizia, não tinha elementos de provas, só acusava.
- Peron, como está?... Já melhorou meu amigo?
- ainda não estou fraco, eu não me alimentei, dormi pouco, arrependi da briga que tivemos.
- Bobagem me dê aqui um abraço, somos amigos novamente, mas esquecer de meu totó não conssigo.
- não, não, não matei seu cachorro, ele ainda está por aqui por perto, sempre presente no coração amoroso de seu dono, o outro que te falou que fui eu, mentiu, falou aquilo só para me meter em encrenca, não acredite.
- Vou provar que seu cão ainda está por aqui entre nós, vou assoviar e chama-lo, veja lá.
O jovem indigente tinha poderes místicos, parece que conversava com os bichos, pássaros, animais domésticos, ele chamava assoviando pelo nome do cachorro, de repente veja quem vem lá, totó vinha em uma disparada carreira, as orelhinhas estendidas para trás, línguas salivantes e seu rabinho parecia um foquete.
- meu deus, como que eu posso acreditar nisso, meu totó está de volta ( enquanto que o cão fazia a maior festa, lambendo até a boca de seu dono, Peron retribuía os carinhos do animal, ficou muito contente e dizia.
- amanhã vamos novamente encher nosso carrinho de tudo que foi usado e que só serva para a reciclagem, não quero separar nunca mais de você meu belo e fiel amigo totó.
Nandinho tocou suas costas com a mão, deu três tapinhas no ombro do velho amigo e foi logo explicando o que ainda não estava muito certo.
- Peron meu amigo, tenho que dizer algo, você tem que aceitar essas palavras que são duras, mas você tem que ser homem para não ficar triste, seu totó não pode mais ficar aqui, agora ele está morando no céu dos cachorrinhos, você tem que aceitar isso, meu amigo, despeça de seu amiguinho, já está na hora dele ir embora, mas não chore, ele estará sempre no seu coração, seu cachorrinho foi atropelado na avenida, lógico que nunca seria eu o motivo dessa maldade.
O animalzinho foi saindo parece que estava chorando, rabo entre as pernas e gania entre latidos de dores, e acabou por desaparecendo atrás de uma pilastra de concreto.
- Quero que você volte para nosso grupo que é seu também.
- Já me acomodei em outros amigos, não voltarei mais,
Nandinho seguiu o caminho de volta por aquela avenida, quando ele colocou a mão nos bolsos do casaco, percebeu alguma coisa, retirou do bolso, era um pacote de dólar juntamente com um belo relógio Suíço de valores altíssimo, algo muito valioso, o rapaz acelerou os passos e logo estava novamente de frente a casa dos milionários que lhes mataram sua fome, tocou a campainha e falou na campainha e disse,
- oi, vocês me deram aquele casaco, mais ele tinha grandes valores no bolso, quero devolver, sou o Nandinho, lembra não?
- aguarde aí que a patroa está de saída e fala com você, é um minutinho só.
- dona Carmela ao passar pelo portão Nandinho esticou o braço e entregou a patroa tudo que achou nos bolsos do casaco que fora doado ontem, a senhora agradeceu e deu a ele uma gorjeta, para seu Nandinho era uma bela quantia, agradeceu e voltou para junto a seus amigos.
09/6/2019/ antherport.