As Peripécias e 10sventuras: O Pôr-do-Sol no Amor do "Sol Nascente"!
O Pôr-do-Sol no Amor do "Sol Nascente"!
Sábado era o dia mais esperado da semana, era o dia de saber aonde teria festa. Neste sábado só tinha uma e era na contra-mão da história, na Usina depois da Tijuca.
Tijuca para nós era Zona Norte ou no popular, aonde o Judas perdeu as botas, na Usina ele perdeu as meias!
A noite atacamos tudo oque era bar na esperança de encontrar alguém que nos desse outro endereço e nada. Dez horas, entramos no ônibus 415 Usina-Leblon, sabendo que seria um sábado daqueles!
Sentávamos sempre na frente, de olho em qualquer movimentação na rua com som alto, indicio de FESTA!
O ônibus foi, foi, foi e nada. Quase no fim da linha saltamos.
Iluminação Publica quase 0, janelas todas fechadas, rua deserta, silêncio total. Estado de Sítio, Toque de Recolher? pensei.
Me veio na mente aquela frase de ARItmética que todos sabem o resultado, mas não ousam responder:
Tifo, Tifo, Tifo, quantos TIFO DEU?
Ou nos fu...!
Andamos mudos, desanimados, vários quarteirões, quando vimos uma luz no fim do tunel. Vinham 3 jovens no mesmo astral em nossa direção. Frente a frente a clássica pergunta;
Aonde é a Festa?
É ali no 311, responderam.
Renovação do espirito, elevação no astral, aceleramos, janela iluminada indicava o local, mas nada de som. Estranhei, mas era minha 1ª festa na Zona Norte, depois era cedo pra festa de rico, e tarde pra festa de pobre, onde os comes-e-bebes "evaporam" rapidamente.
Chegamos, porta aberta convidando.
Entramos no corredor, no fundo do mesmo um casal de negros namorando. No meio do corredor ficava a sala que dava acesso aos cômodos da casa. De cara na direita 3 negras lindas, 1,60 mts por ai, muito bem vestidas e "pregadas" na parede.
Na esquerda um Japonês em pé em frente a uma negra clara, ( na verdade ela era da côr do sol japonês) sentada.
Deduzi que seria a Festa de Noivado dos mesmos!
A coisa estava feia, nem velório em Bariloche era tão frio!
Me senti mais por fora que caroço de caju, mas Deus, bondoso me mandou um garçon a caráter, com um bandeja de maravilhosos sandubas!
Passou batido pelas lindas negras, foi até o casal no fundo, voltou e passou pelo Japa e sua musa e parou na nossa frente.
Peguei 2 só para as lombrigas entrarem em campo, segui o garçon com o olhar e ele entrou na 1ª porta a esquerda. Entrou e saiu de mãos abanando. Nem bem terminei meus 2 sandubas e la vem o "pinguim" humano novamente equilibrando outra espetacular bandeja de sanduíches. Passou batido pelas lindas negras, foi até o fundo, voltou, passou pelo Japa e parou na nossa frente.
Repeti a dose dupla ouvindo minhas lombriga gritarem:
Manda mais um mão de vaca, penoso!
Intimei o "pinguim" a servir as jovens - elas educadamente negaram querer- mas insisti. O "pinguim" sabendo que eu não era titica de frango e já queria cantar de galo no terreiro alheio, virou a costa e sumiu numa outra porta no fim do corredor.
Saiu como sempre de mãos vazias.
Revoltado, invadi a cozinha. Comida a dar com o pau na geladeira, bebida pra jogar fora no freezer. Ninguém que eu pudesse pedir, para poder servir as garotas. Resolvo entrar na 1ª porta que o garçon tinha entrado. Abri e em volta de uma mesinha com a bandejona de sanduíches estavam uns 5 negros. Me senti branco demais pra pedir esmola. Fui na porta do fundo, abri e levei uma facada pela costa no corasebo!
Havia 3 alemães de olhos azul celeste e um negro esquelético, 2,00 mts, negro igual um tizil!
Era o um famoso capoeirista!
Botei ele na minha lista negra ou preta, sei lá!
Já não gostava dele mesmo!
Convenci Bebeto de que ali não arrumaríamos nada e nos mandamos!
Na volta pensando, achei que o Japonês tinha sido abandonado pela família que não concordava com "Aquele Amor"!