Uma pescada quase perfeita

Final do mês de março, daquele ano com muitas chuvas, nos noticiários da TV só falando em inundações dos rios e aquelas coisas desagradáveis que aqui agora não veem ao caso. Muito bem, aquela seria a pescada perfeita, desde o início do ano, nos programando, ou seja, quase três meses de preparação e tudo estava dando certo, conseguíamos cumprir toda a programação, tudo que planejamos saiu exatamente como queríamos. O Rancho alugado e já pago com bastante antecedência estaria a nossa disposição a partir da sexta feira logo pela manhã e nos, quero dizer os que tinham obrigações de trabalho, conseguiram dispensa na sexta feira e nos sairíamos na madrugada. As expectativas afloravam aos desejos e aos cansaços físicos, que ninguém já aguentava mais a vontade de começar a aventura, de modo que a meia noite estava tudo pronto e um dos pescadores ligou para o outro e todos os quatro se comunicaram e resolvemos a sair naquele horário mesmo. Saímos mais ou menos 01:00 hora da manhã e viajamos tranquilamente até por volta das 03:30, passamos por umas três cidades até chegáramos a um posto de gasolina, onde não foi preciso abastecer, mas tomamos um café quente, comemos pão de queijo quentinho, acabado de sair do forno, recheado de linguiça de porco da melhor qualidade. Um dos amigos comprou alguns daqueles deliciosos pães de queijo e seguimos viajem, por mais uns 40 minutos, tranquilos, alegres e de muito bom humor, chegamos a uma ponte quebrada e caída. Aquele local parecia uma mini cidade, toda iluminada, muito bonito de se ver contrastando com o amanhecer do dia, que mostrava um céu imponente, com riscas vermelhas dos reflexos solares, demonstrando que seria um lindo dia, mas ainda com um luar brilhante e pequenas nuvens já deixando se levarem por uma brisa suave mas ainda fria, muita gente ali aglomerada, vários barracos com aparência de acampamento, dos trabalhadores construtores da nova ponte, que já começava a surgir lugar da que havia caído. Mas com certeza a nova construção ainda perduraria pelo resto do ano. Tinha uma grande balsa atravessando o pessoal, inclusive ônibus de linha, ninguém precisava corta volta, atravessava com tranquilidade e segurança pela balsa. Nós já estávamos numa alegria tão grande que aquilo tudo parecia uma imagem de filme de aventura, mas na verdade não deixava de ser e a gente numa enorme satisfação, pagamos e entramos na balsa, que gastava pouco mais de 20 minutos para atravessar o rio. Desembarcamos na outra margem e seguimos viagem, já estávamos quase chegando, mais uma meia hora e estaríamos no nosso destino. Enfim chegamos, um estreita estrada, cercada por grandes arvores dava um ar sombrio ao local, mas assim que terminava a estrada, tinha uma grande clareira e um pequeno rancho, envolvido por uma varanda de meia parede , com um fogão em razoável estado de conservação, muita lenha amontoada num cantinho do lado de fora debaixo de uma pequena coberta de duas telhas de amianto, tinha um único cômodo de laje, grande , com um banheiro no fundo com um chuveiro de alumínio daqueles que fazem um barulhão quando estão funcionando. O local era suficientemente bom para nosso propósito, do rancho ouvíamos o barulho do rio que quando cheio jogava água até nas proximidades do rancho. Tudo pronto arrumado e fomos direto para o rio e começamos a pescar, ficamos ali mesmo em um pesqueiro pertinho do rancho, todos os quatro pescadores. Pegamos muito peixes, na maioria mandis amarelos grandes pesados, provavelmente uns 10 kg de peixe só naquela manhã. Voltamos para o rancho arrumamos os peixes colocamos na grande caixa de isopor cheia de gelo, que foi preparada para esse fim. Pescamos mais duas vezes em locais diferentes naquela tarde e pegamos muito de novo, no final daquele dia tinhas uns 20 kg de peixe. No final da pescada, era só alegria, todo mundo numa satisfação, tínhamos pegado muito, mas muito peixes. Acredito que mais ou menos uns 50 kg de peixes de várias espécies. No Domingo logo após o almoço, ajeitamos tudo, arrumamos a bagagem e viemos, passamos pela balsa, pelo restaurante do pão de queijo, claro comemos de novo pão de queijo com linguiça, e seguimos viajem vindo parar só aqui, na porta da minha casa, todo mundo rindo alegre satisfeito com aquela pescada perfeita onde tudo deu certo. Bem então fomos dividir os peixes, foi ai que aconteceu o seguinte, onde estava a caixa de isopor com os peixes, ninguém achou, ninguém guardou, gente esquecemos os peixes lá no rancho. E não tinha nada a fazer naquela altura. Foi quase prefeita.

WL Pimenta
Enviado por WL Pimenta em 27/11/2017
Código do texto: T6183465
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