O SONHO DE UM CORONEL MACHISTA 26º EPISÓDIO
Na fazenda Morrinho o escravo estava eufórico vivenciando um a paz, nunca vista antes, em todos os tempos. Desde os mais remotos ancestrais do coronel Certorio. Seu filho Nicó consegiu uma relação de harmonia com eles, que nenhum outro Vilela havia conseguido em toda a historia de vida da familia.
Os trabalhos estavam perfeitos e frutíferos como nunca tiveram. Um bom motivo para o coronel Certorio que pretendia provocar uma boa impressão no seu amigo visitante, o coronel Tenório que chegaria ao domingo.
Estava na ultima semana da fase de lua minguante, e o coronel aproveitava a oportunidade mantendo a mesma rotina de sempre. Enquanto Terêncio arrancava ervas, ele deleitava nos baços de Jurema.
E Nicó sonhando com sua musa, a filha do coronel Tiburcio, planejava voltar à Bocaina e pedir sua mão em casamento. Disse a Inácia que se preparasse, pois a levaria com ele, para visitar a irmã novamente, mas ela recusou:
--Óia Nicó ieu num posso sai, vosso pai ta isperano visita pra o dumingo qui invem, e mandô ieu chamá mais treis mucana mode ajudá nos trabaio de limpeza da casa, mandô o Isidoro matá um porco, Benedita já tá preparano as carne do boizinho qui Bastião matô. Vosso pai num contô pra voismicê quem é a tar visita não?
-- Tô sabeno de nada não Inácia, meu pai pruseia cagente o qui é de pricisão, ieu tô até istranhano, ele dexá ieu administrá esse tempo tudo sem dá parpite.
-- Pois é ele só mim falô qui a visita chega ao dumingo e é pra ficá a semana intera. Ah mandô ieu lavá as ropa de cama tudo e butá paia nova in tudo qui é corchão. Cumo voismicê ta veno é muito trabaio. Só rasga paia de mio presse tanto de corchão já é muito sirviço, fazê quitanda, doce, queijo e requeijão. E memo qui num tivesse tudo isso mode fazê, ieu i cum voismicê lá na Bocaina pra dispois sê marrada no tronco e tumá chibatada, ma num vô memo. É mió ieu morrê de sodade de minha irmã, de que morrê cas cruerdade de vosso pai!
--um dia Inácia isso há de acabá e voismiceis vai sê tudo livre pra vivê filiz cumo tudo mundo vive.
--É ma quando esse dia chegá ieu num vô ta viva mais não-, se chegá, coisa qui inté Deus duvida!
Na quarta feira, Nicó mesmo com Inácia o advertindo sobre o risco que corria indo à fazenda da Bocaina, selou seu cavalo e partiu alimentado por seu sonho. Logo que chegou à encruzilhada nas terras de seu pretenso futuro sogro, saiu junto com o Maneco que vinha da cidade onde foi entregar um carregamento de rapaduras, galinhas, ovos e queijos.
-- Bom dia sinhô tá ino pra Bocaina?
--Bom dia tô ino sim sinhô, trabaio lá pra coroné Tiburcio fui até Bom Jardim a mando dele intregá mucado de coisa pruduzida na fazenda!
--Coroné é gente boa pur dimais né memo?
-- Isso é verdade, tão dizeno pur ai qui é o mió sinhô de iscravo qui ixiste na redondeza-, má cumo é memo vossa graça!
-- ieu só Nicodemos vilela, ma pode-me chamá de Nicó é cumo tudo mundo me chama. Ieu sô fio de coroné Certorio.
--- Ma ispera ai Nicó ondé qui voismicê ta ino pressa banda?
--Tô ino na Bocaina tê uha porosa cum vosso patrão l se mim permite, posso de acumpanhá?
--Pode sim, ma voismicê deve de tá de brincadera, oh ieu tô sonhano? Um fio de coroné Certorio na casa de coroné Tiburcio só pode sê Brincadera!
--Voismicê tem toda razão, ieu intendo vosso ispanto, ma ieu sô diferente e quero acabá quessa mar querença qui invém indesde qui o mudo é mundo, já fui duas veis visitá o coromé mais sinhá Maricota e tivemo uha prosa boa pur dimais, se dependê de nóis esse perrengue vai tê fim.
--Tumara qui Deus teje uvino sua prosa, e abençoa mode isso acuntecê, ma vai sê difici pur dimais, o qui sei, mim discurpa a franqueza, ma vosso pai tem pedra no lugá do curação.
´--Isso ai é verdade Maneco, ma se arguem num infrentá ele, as coisa nunca muda de jeito.
Chegaram á fazenda Maneco entrou ma casa grande onde estava Dusanjo conversando com os pais na sala de visitas, ele entregou o valor dos produtos, que lhe foram confiados pediu que a jovem conferisse, o coronel interfere:
--Precisa cunfiri nada Maneco é de intera cunfiança, vai lá pra cuzinha caça cumida nessa hora deve de tá varado de fome!
--Ah tava isqueceno de falá coroné, tem um tar de Nicó ai no currá ta quereno prusiá cum voismiceis!
-- De novo será que essa criatura não vai desistir?
-- Carma fia o home vem in pais tá quereno harnunia cua nossa famia!
--Tudo bem mamãe, mas se é bem intencionado deveria dar um tempo pra que possamos digerir a idéia
-- kkkkkkkkkkkkkkk. Essa minha fia num ixiste!
--Tá rindo de que papai?
-- De nada não fia tô só pensano, voismicê é muito sabida aonde será qui aprendeu falá coisa tão bunita?
-- Tá veno aquele monte de livros na estante, foi lá o senhor também pode falar assim basta ler, mas acha que assinando o nome tá bom demais não é mesmo?
-- Que isso fia num pricisa ficá braba ieu num falei pra ofendê não-, vá lá Maneco manda o moço chegá pra cá, vamo prusiá cuele, dispois disatrela o cavalo da carroça bota uhas ispiga de mio no cocho pra ele e vai pra cuzinha cuidá de voismicê tumem!
Acompanhado por Maneco Nicó pediu licença e entrou na sala, Dusanjo estendeu-lhe a mão o cumprimentou em seguida apanhou o chapéu em sua mão e o colocou sobre a mesa. Com um aperto de mão ele cumprimentou o coronel Tiburcio, em seguida num gesto de educação beijou de Maricota.
--Quero qui voismiceis mim discurpa vim assim tão dipressa sem avisá, inda mais num dia qui tão tudo mundo no trabaío, ma ieu num cunsigo mais sigurá o meu sintimento, ieu sei qui, o qui vô dizê é uha grande bestera de minha parte, sei tumem qui vai sê impussive pra voismiceis, ma coroné Tiburcio E dona Maricota ieu vim pidi a mão vossa fia Dusanjo in casamento!
-- Mais o que isso Nicó, voismicê fido de miolo mole-, cumu é qui fais um pidido desse assim na bucha, hoje intera treis veis qui nois pruseia e voismicê cumete um abuso desses?
--Calma papai, não fique nervoso, deixe o senhor Nicó concluir ele está fazendo um pedido, cabe a nós aceitá-lo ou não! Prossiga Nicó!
-- Pois é ieu tô apaxonado pru voismicê Dusanjo indesde o dia daquele ispetáco do circo, sei qui ieu tem o dobro da sua idade qui num sei falá bunito cumo fala, ma quem manda pra mim e é meu curação, e ele num mim obedesse num mim da sussego indesde o dia qui bati o zóio in voismicê a primera veis.
-- Olha Nico! Posso te chamar assim ou prefere que o trate de senhor?
---Craro qui é de Nicó memo!
--Então Nicó! A diferença de idade e sua linguagem, nada disso é empecilho. A barreira que existe entre nós é essa má querência histórica de nossas famílias que se arrasta por gerações, esta sim é uma muralha preconceituosa dificílima, de ser transposta, não por parte dos Montenegro, mas pelo seu lado que são os Vilela.
- Ma ieu e voismicê pudemo acabá quesse perrengue!
-- Podemos sim, mas para isso acontecer não será necessário que nos casemos,vamos tentar um relacionamento cordial e pacifico entre nossas famílias primeiro, depois através da paz e harmonia, a coisa vai acontecendo!
-- Dusanjo tem razão Nicó ieu concordo cua sua forma de pensá e acridito qui voismiceis dois é qui um dia vão acabá quessa ma querência das famia, ma inquanto coroné Certorio vivê podemo isquecê disso.
--Olha Nicó isto que eu e meu pai estamos dizendo não significa que seja, uma resposta negativa ao seu pedido, mas vamos deixar o tempo correr e as coisas acontecerem, o senhor concordam comigo papai?
--Oia quem sô ieu pra num concordá-. Imborá ieu seno vosso pai, sua ideia é muito mio qui a minha!
--- Nada disso papai o senhor é um amor de pessoa e tudo que eu sou tirei do senhor e de mamãe!
-- Intonse voismiceis mim perdoa o abuso, fui memo muito abiúdo de pidi Dusanjo in casamento, ieu já fico muito filiz pur pirmiti, e mim aceitá cumo amigo!
-- As porta da minha casa vai tá sempre aberta pra voismicê Nicó, ma o acerto seu lá cum vosso pai é pobrema seu!
--Brigado coroné Tiburcio, quiria tê um pai iguar o sinhô, mais Deus num mim deu essa sorte. Ieu tem de ruê o coroné Certorio inté quando ieu num sei-, agora se mim dão licença ieu vô mim ino imbora qui já tumei o vosso tempo pur dimais.
Nada disso primero vamo pra copa qui Inhá chica já deu sinar qui o café tá na mesa.
-Dessa veiz ieu vô agradecê num posso aceitá, toda veiz dô esse trabaio pra voismiceis e nun tem cumo ritribui tanta gintileza!
Dusanjo como fez na ultima ocasião, apanhou-o pela mão e o conduziu até a copa, ele ficou sem chão com aquele gesto de carinho. A jovem parecia estar muitos anos à frente seu tempo e da realidade de Nicó. Após lanchar com familia, ele despediu de todos respeitosamente, e voltou para Morrinho imaginando mil coisas, embora o pedido de casamento ficasse o dito por não dito ele se sentia feliz com a colhida que teve, mas sabendo que depois dessa experiência mal sucedida teria que arranjar um bom motivo para voltar à fazenda Bocaina.
Na fazenda Morrinho o escravo estava eufórico vivenciando um a paz, nunca vista antes, em todos os tempos. Desde os mais remotos ancestrais do coronel Certorio. Seu filho Nicó consegiu uma relação de harmonia com eles, que nenhum outro Vilela havia conseguido em toda a historia de vida da familia.
Os trabalhos estavam perfeitos e frutíferos como nunca tiveram. Um bom motivo para o coronel Certorio que pretendia provocar uma boa impressão no seu amigo visitante, o coronel Tenório que chegaria ao domingo.
Estava na ultima semana da fase de lua minguante, e o coronel aproveitava a oportunidade mantendo a mesma rotina de sempre. Enquanto Terêncio arrancava ervas, ele deleitava nos baços de Jurema.
E Nicó sonhando com sua musa, a filha do coronel Tiburcio, planejava voltar à Bocaina e pedir sua mão em casamento. Disse a Inácia que se preparasse, pois a levaria com ele, para visitar a irmã novamente, mas ela recusou:
--Óia Nicó ieu num posso sai, vosso pai ta isperano visita pra o dumingo qui invem, e mandô ieu chamá mais treis mucana mode ajudá nos trabaio de limpeza da casa, mandô o Isidoro matá um porco, Benedita já tá preparano as carne do boizinho qui Bastião matô. Vosso pai num contô pra voismicê quem é a tar visita não?
-- Tô sabeno de nada não Inácia, meu pai pruseia cagente o qui é de pricisão, ieu tô até istranhano, ele dexá ieu administrá esse tempo tudo sem dá parpite.
-- Pois é ele só mim falô qui a visita chega ao dumingo e é pra ficá a semana intera. Ah mandô ieu lavá as ropa de cama tudo e butá paia nova in tudo qui é corchão. Cumo voismicê ta veno é muito trabaio. Só rasga paia de mio presse tanto de corchão já é muito sirviço, fazê quitanda, doce, queijo e requeijão. E memo qui num tivesse tudo isso mode fazê, ieu i cum voismicê lá na Bocaina pra dispois sê marrada no tronco e tumá chibatada, ma num vô memo. É mió ieu morrê de sodade de minha irmã, de que morrê cas cruerdade de vosso pai!
--um dia Inácia isso há de acabá e voismiceis vai sê tudo livre pra vivê filiz cumo tudo mundo vive.
--É ma quando esse dia chegá ieu num vô ta viva mais não-, se chegá, coisa qui inté Deus duvida!
Na quarta feira, Nicó mesmo com Inácia o advertindo sobre o risco que corria indo à fazenda da Bocaina, selou seu cavalo e partiu alimentado por seu sonho. Logo que chegou à encruzilhada nas terras de seu pretenso futuro sogro, saiu junto com o Maneco que vinha da cidade onde foi entregar um carregamento de rapaduras, galinhas, ovos e queijos.
-- Bom dia sinhô tá ino pra Bocaina?
--Bom dia tô ino sim sinhô, trabaio lá pra coroné Tiburcio fui até Bom Jardim a mando dele intregá mucado de coisa pruduzida na fazenda!
--Coroné é gente boa pur dimais né memo?
-- Isso é verdade, tão dizeno pur ai qui é o mió sinhô de iscravo qui ixiste na redondeza-, má cumo é memo vossa graça!
-- ieu só Nicodemos vilela, ma pode-me chamá de Nicó é cumo tudo mundo me chama. Ieu sô fio de coroné Certorio.
--- Ma ispera ai Nicó ondé qui voismicê ta ino pressa banda?
--Tô ino na Bocaina tê uha porosa cum vosso patrão l se mim permite, posso de acumpanhá?
--Pode sim, ma voismicê deve de tá de brincadera, oh ieu tô sonhano? Um fio de coroné Certorio na casa de coroné Tiburcio só pode sê Brincadera!
--Voismicê tem toda razão, ieu intendo vosso ispanto, ma ieu sô diferente e quero acabá quessa mar querença qui invém indesde qui o mudo é mundo, já fui duas veis visitá o coromé mais sinhá Maricota e tivemo uha prosa boa pur dimais, se dependê de nóis esse perrengue vai tê fim.
--Tumara qui Deus teje uvino sua prosa, e abençoa mode isso acuntecê, ma vai sê difici pur dimais, o qui sei, mim discurpa a franqueza, ma vosso pai tem pedra no lugá do curação.
´--Isso ai é verdade Maneco, ma se arguem num infrentá ele, as coisa nunca muda de jeito.
Chegaram á fazenda Maneco entrou ma casa grande onde estava Dusanjo conversando com os pais na sala de visitas, ele entregou o valor dos produtos, que lhe foram confiados pediu que a jovem conferisse, o coronel interfere:
--Precisa cunfiri nada Maneco é de intera cunfiança, vai lá pra cuzinha caça cumida nessa hora deve de tá varado de fome!
--Ah tava isqueceno de falá coroné, tem um tar de Nicó ai no currá ta quereno prusiá cum voismiceis!
-- De novo será que essa criatura não vai desistir?
-- Carma fia o home vem in pais tá quereno harnunia cua nossa famia!
--Tudo bem mamãe, mas se é bem intencionado deveria dar um tempo pra que possamos digerir a idéia
-- kkkkkkkkkkkkkkk. Essa minha fia num ixiste!
--Tá rindo de que papai?
-- De nada não fia tô só pensano, voismicê é muito sabida aonde será qui aprendeu falá coisa tão bunita?
-- Tá veno aquele monte de livros na estante, foi lá o senhor também pode falar assim basta ler, mas acha que assinando o nome tá bom demais não é mesmo?
-- Que isso fia num pricisa ficá braba ieu num falei pra ofendê não-, vá lá Maneco manda o moço chegá pra cá, vamo prusiá cuele, dispois disatrela o cavalo da carroça bota uhas ispiga de mio no cocho pra ele e vai pra cuzinha cuidá de voismicê tumem!
Acompanhado por Maneco Nicó pediu licença e entrou na sala, Dusanjo estendeu-lhe a mão o cumprimentou em seguida apanhou o chapéu em sua mão e o colocou sobre a mesa. Com um aperto de mão ele cumprimentou o coronel Tiburcio, em seguida num gesto de educação beijou de Maricota.
--Quero qui voismiceis mim discurpa vim assim tão dipressa sem avisá, inda mais num dia qui tão tudo mundo no trabaío, ma ieu num cunsigo mais sigurá o meu sintimento, ieu sei qui, o qui vô dizê é uha grande bestera de minha parte, sei tumem qui vai sê impussive pra voismiceis, ma coroné Tiburcio E dona Maricota ieu vim pidi a mão vossa fia Dusanjo in casamento!
-- Mais o que isso Nicó, voismicê fido de miolo mole-, cumu é qui fais um pidido desse assim na bucha, hoje intera treis veis qui nois pruseia e voismicê cumete um abuso desses?
--Calma papai, não fique nervoso, deixe o senhor Nicó concluir ele está fazendo um pedido, cabe a nós aceitá-lo ou não! Prossiga Nicó!
-- Pois é ieu tô apaxonado pru voismicê Dusanjo indesde o dia daquele ispetáco do circo, sei qui ieu tem o dobro da sua idade qui num sei falá bunito cumo fala, ma quem manda pra mim e é meu curação, e ele num mim obedesse num mim da sussego indesde o dia qui bati o zóio in voismicê a primera veis.
-- Olha Nico! Posso te chamar assim ou prefere que o trate de senhor?
---Craro qui é de Nicó memo!
--Então Nicó! A diferença de idade e sua linguagem, nada disso é empecilho. A barreira que existe entre nós é essa má querência histórica de nossas famílias que se arrasta por gerações, esta sim é uma muralha preconceituosa dificílima, de ser transposta, não por parte dos Montenegro, mas pelo seu lado que são os Vilela.
- Ma ieu e voismicê pudemo acabá quesse perrengue!
-- Podemos sim, mas para isso acontecer não será necessário que nos casemos,vamos tentar um relacionamento cordial e pacifico entre nossas famílias primeiro, depois através da paz e harmonia, a coisa vai acontecendo!
-- Dusanjo tem razão Nicó ieu concordo cua sua forma de pensá e acridito qui voismiceis dois é qui um dia vão acabá quessa ma querência das famia, ma inquanto coroné Certorio vivê podemo isquecê disso.
--Olha Nicó isto que eu e meu pai estamos dizendo não significa que seja, uma resposta negativa ao seu pedido, mas vamos deixar o tempo correr e as coisas acontecerem, o senhor concordam comigo papai?
--Oia quem sô ieu pra num concordá-. Imborá ieu seno vosso pai, sua ideia é muito mio qui a minha!
--- Nada disso papai o senhor é um amor de pessoa e tudo que eu sou tirei do senhor e de mamãe!
-- Intonse voismiceis mim perdoa o abuso, fui memo muito abiúdo de pidi Dusanjo in casamento, ieu já fico muito filiz pur pirmiti, e mim aceitá cumo amigo!
-- As porta da minha casa vai tá sempre aberta pra voismicê Nicó, ma o acerto seu lá cum vosso pai é pobrema seu!
--Brigado coroné Tiburcio, quiria tê um pai iguar o sinhô, mais Deus num mim deu essa sorte. Ieu tem de ruê o coroné Certorio inté quando ieu num sei-, agora se mim dão licença ieu vô mim ino imbora qui já tumei o vosso tempo pur dimais.
Nada disso primero vamo pra copa qui Inhá chica já deu sinar qui o café tá na mesa.
-Dessa veiz ieu vô agradecê num posso aceitá, toda veiz dô esse trabaio pra voismiceis e nun tem cumo ritribui tanta gintileza!
Dusanjo como fez na ultima ocasião, apanhou-o pela mão e o conduziu até a copa, ele ficou sem chão com aquele gesto de carinho. A jovem parecia estar muitos anos à frente seu tempo e da realidade de Nicó. Após lanchar com familia, ele despediu de todos respeitosamente, e voltou para Morrinho imaginando mil coisas, embora o pedido de casamento ficasse o dito por não dito ele se sentia feliz com a colhida que teve, mas sabendo que depois dessa experiência mal sucedida teria que arranjar um bom motivo para voltar à fazenda Bocaina.