O DEFUNTO E O CHAPÉU DE PALHA
Renato era um jovem estouvado que frequentemente aprontava alguma deixando seus familiares chateados. Estudava na USP e, de vez em quando, radicalizava em suas inclinações ideológicas. Dizia-se ser “de esquerda” e estava sempre presente em passeatas, protestos, ocupações.
Quando pequeno, sua mãe fora chamada à escola mais de uma vez para apaziguar conflitos criados por Renato com algum professor ou colega. Era contestador por natureza.
Agora, homem feito, não havia mudado muito.
Seu pai, que nem chegara aos 60 anos, faleceu repentinamente de um ataque cardíaco, fulminante. No velório estavam parentes, amigos, e sua mãe, inconsolável, quando Renato apareceu trazendo um velho chapéu de palha de abas largas.
Resoluto, encaminhou-se diretamente ao caixão e, sem explicação, tentou erguer a cabeça do morto para colocar-lhe o chapéu. Os presentes ficaram estupefatos, alguns tentavam conter o riso. A mãe levantou-se para intervir.
Renato, então, justificou:
“Papai gostava tanto deste chapéu e o usava todo dia no sítio. Acho que ficaria contente em levá-lo consigo”.
Um tio conseguiu demovê-lo da idéia com muita diplomacia, dizendo:
“Sobrinho, lá para onde ele vai o chapéu não vai ser de nenhuma serventia”.
Renato era um jovem estouvado que frequentemente aprontava alguma deixando seus familiares chateados. Estudava na USP e, de vez em quando, radicalizava em suas inclinações ideológicas. Dizia-se ser “de esquerda” e estava sempre presente em passeatas, protestos, ocupações.
Quando pequeno, sua mãe fora chamada à escola mais de uma vez para apaziguar conflitos criados por Renato com algum professor ou colega. Era contestador por natureza.
Agora, homem feito, não havia mudado muito.
Seu pai, que nem chegara aos 60 anos, faleceu repentinamente de um ataque cardíaco, fulminante. No velório estavam parentes, amigos, e sua mãe, inconsolável, quando Renato apareceu trazendo um velho chapéu de palha de abas largas.
Resoluto, encaminhou-se diretamente ao caixão e, sem explicação, tentou erguer a cabeça do morto para colocar-lhe o chapéu. Os presentes ficaram estupefatos, alguns tentavam conter o riso. A mãe levantou-se para intervir.
Renato, então, justificou:
“Papai gostava tanto deste chapéu e o usava todo dia no sítio. Acho que ficaria contente em levá-lo consigo”.
Um tio conseguiu demovê-lo da idéia com muita diplomacia, dizendo:
“Sobrinho, lá para onde ele vai o chapéu não vai ser de nenhuma serventia”.