O PECADO DO CABOCLINHO
O Caboclinho era um homem muito religioso e procurava seguir rigorosamente os mandamentos da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana, portanto no tempo da quaresma não comia carne as quarta e sextas feiras, costume que aprendeu com os seus pais e desde menino observava rigorosamente este preceito.
Vai daí que certo dia deu uma escorregadela, numa plena sexta feira da quaresma, foi ao povoado para compra de alguns gêneros alimentícios de que carecia e,. chegando lá na venda onde rotineiramente aviava suas compras e aproveitava para matar o bicho, encontrou um conhecido que a muito tempo não o via e conversa vai, cachaça vem o compadre pediu uma porção de linguiça frita e num lapso de memória, talvez ate provocado pela branquinha, esqueceu do preceito e comeu a dita cuja linguiça e só retornando para casa foi que lembrou da transgressão ao mandamento que havia cometido.
No próximo domingo, após assistir a missa e com o peso na consciência, procurou o padre para confessar o pecado cometido. O Padre aproveitando a oportunidade e como estava precisando de lenhas, chantageou o caboclinho dizendo que só perdoaria este pecado se ele trouxesse uma carroça de lenha.
O caboclinho foi para casa e na segunda feira estava as portas do padre com um carroça abarrotada de gravetos na busca da absolvição, o padre ao olhar os gravetos, apesar de satisfeito com a encomenda e para provocar o caboclinho que parecia um tanto quanto perturbado com o pecado reclamou do produto dizendo
___ Ora pois, me trouxeste uma carroça de gravetos e gravetos não é lenha!
O Caboclinho mais que depressa deu a resposta que parecia estar na ponta da língua:
___ Intão tá tudo certo, seu vigário pois si graveto num é lenha, linguiça tambem nun é carne. Vice!