IRONIA DO DESTINO
Acontece que lá na fazenda existia um burrinho que sempre foi pesteado, desde potrinho o danado do animal era mirrado, não cresceu como os demais, nunca foi domado, pelo fato de ser fraco para o serviço bruto da fazenda, apesar da fragilidade do animal o patrão o tinha como uma espécie de mascote do pasto, era muito bem cuidado porem isso fazia com que fosse desprezado pelos seus semelhantes, fato que levou o animal a buscar amizade com outros animais da fazenda encontrando grande afinidade com um porquinho que apesar de gordinho, também era desprezado por sua parentela e chegou ao ponto de se tornarem amigos inseparáveis, onde estava o porquinho fuçando, lá estava o burrinho pastando e relinchando a cuidar com carinho do amigo porco.
Certo dia porem, o burrinho ficou muito doente e o fazendeiro logo observou que o animal estava cada dia mais magro e desfalecendo de vez, foi ai que preocupado, consultou um veterinário que receitou uns medicamentos para o animal, mas dia após dia e o animal ficava cada vez mais acabrunhado.
O porquinho muito preocupado com a saúde do amigo e como tinha acesso ao terreiro inteiro, tratou logo de rodear a casa, ficando a espreita para ver se conseguia alguma informação sobre a saúde do velho amigo, a astucia deu certo, acabou ouvindo o fazendeiro muito triste confidenciar com a esposa.
___ Se o Crioulo continuar assim, vamos ter que sacrifica-lo dentro de três dias.
Crioulo era o nome do burrinho e ao ouvir a prosa, o porquinho sentiu um frio subir pela espinhela e, muito entristecido foi correndo avisar e encorajar o velho amigo para que ele procurasse encontrar forças para recuperar a saúde, pois caso contrario seria sacrificado em três dias.
Da mesma forma o animal teve um tratamento de choque ao receber a fatídica noticia, no dia seguinte aparentava bem melhor e no terceiro dia já esta correndo e relinchando pasto afora, sempre em companhia do amigo porco.
Ao ver que o seu mascote estava recuperado, o fazendeiro ficou muito feliz e em agradecimento chamou o veterinário para um almoço em sua casa e para bem agradar o paladar do convidado, por ironia do destino, ordenou que matassem o porquinho para a festança.