LAVANDO ROUPA À BEIRA DE UM RIO GRANDE EM MG
Para lavar a roupa da minha sinhá, para lavar a roupa da minha sinhá..... era uma ladainha repetitiva, que as negras criaturas com turbantes muito alvos e saias amplas de chita floridas e coloridas, cantavam à beira de um rio grande de águas claras. Todos os dias era a mesma ladainha, sem que outras palavras, fossem acrescentadas à cantoria matutina. Uma negra linda de sorriso farto, um belo dia, resolveu improvisar, cantando uma antiga cantiga de louvação aos seus afros guias espirituais, a partir daquele dia, a lavagem rotineira e exaustiva, ficou mais amena, parecia que o cansaço era menor. Suas sinhás, estranhando o comportamento delas, um as seguiram, para saber o que estava acontecendo, para que elas parecessem tão alegres, nos últimos dias. Nada observaram de anormal, resolveram então, se aproximar e perguntar o que as estava fazendo tão felizes. Elas explicaram que cantando para seus afros guias espirituais suas almas, ficavam mais leves, e o trabalho, parecia menos árduo. As sinhás pediram então, para que elas traduzissem o que estavam cantando, e nada mais eram, do que louvores em língua africana, matada a curiosidade, as sinhás, as deixaram com seus afazeres e por incrível que pareça, nas suas tardes chá e c-o-s-t-u-r-a, resolveram cantalorar baixinho, os cânticos de sua igreja católica. Pelo sim, pelo não, a relação entre as mucamas e as sinhás, melhorou muito, como se a fé cantada, as deixassem com o peito aliviado. Não sei, se era uma estória verdadeira ou não, mas, gostei muito de ouvi-la de uma pretinha bem velhinha e simpática, sentada num banquinho de venda, comendo um pãozinho de queijo quentinho com café fresquinho e proseando s ô l t o, à beira de um rio grande lá no interior de Minas Gerais.
Para lavar a roupa da minha sinhá, para lavar a roupa da minha sinhá..... era uma ladainha repetitiva, que as negras criaturas com turbantes muito alvos e saias amplas de chita floridas e coloridas, cantavam à beira de um rio grande de águas claras. Todos os dias era a mesma ladainha, sem que outras palavras, fossem acrescentadas à cantoria matutina. Uma negra linda de sorriso farto, um belo dia, resolveu improvisar, cantando uma antiga cantiga de louvação aos seus afros guias espirituais, a partir daquele dia, a lavagem rotineira e exaustiva, ficou mais amena, parecia que o cansaço era menor. Suas sinhás, estranhando o comportamento delas, um as seguiram, para saber o que estava acontecendo, para que elas parecessem tão alegres, nos últimos dias. Nada observaram de anormal, resolveram então, se aproximar e perguntar o que as estava fazendo tão felizes. Elas explicaram que cantando para seus afros guias espirituais suas almas, ficavam mais leves, e o trabalho, parecia menos árduo. As sinhás pediram então, para que elas traduzissem o que estavam cantando, e nada mais eram, do que louvores em língua africana, matada a curiosidade, as sinhás, as deixaram com seus afazeres e por incrível que pareça, nas suas tardes chá e c-o-s-t-u-r-a, resolveram cantalorar baixinho, os cânticos de sua igreja católica. Pelo sim, pelo não, a relação entre as mucamas e as sinhás, melhorou muito, como se a fé cantada, as deixassem com o peito aliviado. Não sei, se era uma estória verdadeira ou não, mas, gostei muito de ouvi-la de uma pretinha bem velhinha e simpática, sentada num banquinho de venda, comendo um pãozinho de queijo quentinho com café fresquinho e proseando s ô l t o, à beira de um rio grande lá no interior de Minas Gerais.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2015.