A botija
Numa noite qualquer lá pelos anos sessenta, Mainha dormia tranquilamente quando ouve alguém chamá-la: Luzanira... Luzanira... Não reconhece a voz, virando para o outro lado, para voltar a dormir. Mas, a voz insiste; Luzanira...Luzanira... Mainha então, senta-se na cama, e vê uma senhora que começa a lhe falar: " Você deve ir depois da meia noite na Lagoa de fora, lá no pé de angico tem enterrada uma botija, que será sua, desde que, você, compareça ao local sozinha e depois da meia noite. Após dar o seu recado, a senhora deixa o recinto. Mainha, assustada com a visita, acorda meu pai que é claro não acredita em uma só palavra que disse, respondendo com um " "Ora, deixe de besteira mulher e vá dormir!" Mulher véia besta! Mainha claro, não foi ao local apesar de ter tido muita vontade, porém, paim não deixou pois o povo lá do sertão dizia que as botijas existiam sim, e que seus donos voltavam para "doar" à algumas pessoas, mas não eram todos que tinham esse privilégio. O povo daquelas bandas também diziam que, quem foi atrás das botijas, ficavam loucos, pois ao chegarem ao local indicado, encontravam visitas do além e que riam alto, cutucavam, enfim, atrapalhavam a empreitada. Os que viram, diziam que eram almas feias, sem salvação, apegados ainda ao plano terreno que vestiam preto e eram sombrios. Conta a lenda que os baús são enterrados ou escondidos em porões, atrás das paredes, etc, e que guardam uma maldição para quem os encontre.